segunda-feira, 22 de abril de 2019

Kiko Shred - Royal Art (2019)


Kiko Shred - Royal Art (2019)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)
02. Achemy’s Fire
03. Merlin’s Magic
04. Straight Ahead (feat. Michael Vescera)
05. Royal Art
06. Over the Edge
07. Tébas
08. The Knights of the Round
09. Mortal
10. Cagliostro

Sempre que me deparo o trabalho solo de um guitarrista, fico com os dois pés atrás, já que  invariavelmente, esse tipo de álbum não passa de um instrumento para que o mesmo deixe seu ego e autoindulgência falar mais alto. Felizmente não é o que ocorre com Kiko Shred, músico com mais de 20 anos de carreira, e que faz parte da banda de apoio de nomes importantes, como Tim “Ripper” Owens, Leather e Michael Vescera. Royal Art é sem 3º trabalho solo, e nele, se cercou de uma banda experiente, contando com o vocalista Mario Pastore, uma das maiores vozes de nosso país, o baixista Will Costa e o baterista Lucas Tagliari, que como ele, tocaram com Owens e Vescera, além de artistas do porte de UDO, André Matos, Doogie White e Blaze Bayley.

A proposta aqui é fazer boa música, seguindo aquela linha Hard/Heavy com influências Neoclássicas, bem como fazia Yngwie Malmsteen no início de sua carreira. Virtuoso, mas sem abusar de seu talento, Kiko abre espaço para que todos os membros de sua banda brilhem, com destaque para o vocalista Mario Pastore, que mostra sua competência habitual. A parte rítmica, com Will e Lucas também brilha em muitos momentos do álbum. Quanto as canções, as mesmas se mostram bem coesas, com bom peso, melodias agradáveis aos ouvidos, além da já citadas influências neoclássicas. 


O álbum abre com “I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)”, faixa repleta de melodias cativantes e com bom desempenho da parte rítmica. “Achemy’s Fire” se destaca pela pegada mais Hard e pelo refrão forte; “Merlin’s Magic” é a primeira instrumental do trabalho, onde as influências neoclássicas ficam mais evidentes; a mais cadenciada “Straight Ahead” conta com vocais de Michael Vescera, bons riffs e um refrão agradável, enquanto a instrumental “Royal Art” encerra a primeira metade do álbum mostrando toda a técnica de Kiko. “Over the Edge” é uma faixa rápida, forte e com ótimos riffs; “Tébas” é mais uma instrumental com toques neoclássicos, assim como “The Knights of the Round”. Encerrando, a ótima “Mortal”, com uma pegada bem Power Metal e ótimos vocais de Pastore, e “Cagliostro”, onde a parte rítmica se destaca mais uma vez.

O álbum foi produzido e mixado por Andria Busic, com masterização de Márcio Edit, e o resultado ficou muito bom, já que deixou tudo bem claro, com boa escolha de timbres e uma certa crueza que impede aquele ar artificial de muitas produções atuais. A parte gráfica foi obra de Tristan Greatrex (Vinnie Moore) e Alcides Burn (Blood Red Throne, Headhunter D.C., Imago Mortis, Malefactor, Queiron), e também ficou com uma qualidade muito boa. O único porém nesse sentido se dá pelo fato de que as faixas “The Knights of the Round” e “Mortal” estão invertidas na listagem das músicas, quando comparadas com o CD. Passando longe da autoindulgência de muitos músicos por aí, Kiko Shred nos entrega um trabalho de muito qualidade, com foco na boa música, e que vai agradar em cheio os amantes de um bom Hard/Heavy. Um álbum que vale a pena a aquisição.

NOTA: 82

Kiko Shred:
- Kiko Shred (guitarra);
- Mario Pastore (vocal);
- Will Costa (baixo);
- Lucas Tagliari Miranda (bateria).

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