In Flames - I, The Mask (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)
01. Voices
02. I, The Mask
03. Call My Name
04. I Am Above
05. Follow Me
06. (This Is Our) House
07. We Will Remember
08. In This Life
09. Burn
10. Deep Inside
11. All The Pain
12. Stay With Me
13. Not Alone (Bonus Track)
Falar do In Flames não é uma tarefa fácil. Ainda me lembro do impacto causado quando fui apresentando a banda, através de The Jester Race (96), e de como Whoracle (97) e Colony (99) tocaram no meu som até a exaustão. Entre o final dos anos 90 e início dos 2000, era sem dúvida a minha banda favorita. Foi nessa época que de forma controversa, optaram por iniciar a modernização seu som, o tornando mais palatável para grandes plateias. O processo foi se dando álbum a álbum, até resultar em Battles, de 2016, e claro, não foi aceito por todos os fãs.
Veja bem, não sou desses que virou as costas para o grupo. Entendo que a evolução é algo inerente as pessoas, e que em algum momento isso acaba refletindo nas atividades cotidianas e profissionais. A prova é que ao contrário de muitos dos fãs mais antigos, aprecio trabalhos como Reroute to Remain (02), Come Clarity (06) e A Sense of Purpose (08). São álbuns que dentro da proposta musical adotada, possuem muita qualidade. Tivemos o fraco Sounds of a Playground Fading (11) e o pavoroso Siren Charms (14), mas é raro uma banda que não tenha tropeçado alguma vez na carreira. Entretanto, não vou negar, a cada novo lançamento bate aquela vã esperança de um retorno as raízes musicais da banda.
Não vai ser com I, the Mask que isso ocorrerá, e provavelmente com nenhum dos álbuns futuros da banda. O que temos é um passo a frente em relação ao controverso Battles – um trabalho que eu particularmente gosto quando não lembro que se trata do In Flames –, e que de certa forma tenta aliar um pouco do passado e do presente dos suecos. É um álbum bem variado, e no qual tive a sensação que tentaram agradar tanto aos fãs mais antigos, como aos muitos que conquistaram com sua sonoridade mais moderna. Temos a estreia em estúdio do baixista Bryce Paul (que substitui Peter Iwers) e do baterista Tanner Wayne, que entrou no lugar de Joe Rickard. Vale dizer que o último gravou praticamente todo álbum, com Wayne participando apenas de “(This Is Our) House”.
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)
01. Voices
02. I, The Mask
03. Call My Name
04. I Am Above
05. Follow Me
06. (This Is Our) House
07. We Will Remember
08. In This Life
09. Burn
10. Deep Inside
11. All The Pain
12. Stay With Me
13. Not Alone (Bonus Track)
Falar do In Flames não é uma tarefa fácil. Ainda me lembro do impacto causado quando fui apresentando a banda, através de The Jester Race (96), e de como Whoracle (97) e Colony (99) tocaram no meu som até a exaustão. Entre o final dos anos 90 e início dos 2000, era sem dúvida a minha banda favorita. Foi nessa época que de forma controversa, optaram por iniciar a modernização seu som, o tornando mais palatável para grandes plateias. O processo foi se dando álbum a álbum, até resultar em Battles, de 2016, e claro, não foi aceito por todos os fãs.
Veja bem, não sou desses que virou as costas para o grupo. Entendo que a evolução é algo inerente as pessoas, e que em algum momento isso acaba refletindo nas atividades cotidianas e profissionais. A prova é que ao contrário de muitos dos fãs mais antigos, aprecio trabalhos como Reroute to Remain (02), Come Clarity (06) e A Sense of Purpose (08). São álbuns que dentro da proposta musical adotada, possuem muita qualidade. Tivemos o fraco Sounds of a Playground Fading (11) e o pavoroso Siren Charms (14), mas é raro uma banda que não tenha tropeçado alguma vez na carreira. Entretanto, não vou negar, a cada novo lançamento bate aquela vã esperança de um retorno as raízes musicais da banda.
Não vai ser com I, the Mask que isso ocorrerá, e provavelmente com nenhum dos álbuns futuros da banda. O que temos é um passo a frente em relação ao controverso Battles – um trabalho que eu particularmente gosto quando não lembro que se trata do In Flames –, e que de certa forma tenta aliar um pouco do passado e do presente dos suecos. É um álbum bem variado, e no qual tive a sensação que tentaram agradar tanto aos fãs mais antigos, como aos muitos que conquistaram com sua sonoridade mais moderna. Temos a estreia em estúdio do baixista Bryce Paul (que substitui Peter Iwers) e do baterista Tanner Wayne, que entrou no lugar de Joe Rickard. Vale dizer que o último gravou praticamente todo álbum, com Wayne participando apenas de “(This Is Our) House”.
I, The Mask é um álbum um pouco mais agressivo e abrasivo que Battles, e que em muitos momentos, acreditem, consegue despertar algo mais nostálgico, graças a passagens que remetem levemente ao passado. O problema é que essa maior abrasividade não soa natural, ficando a sensação de que forçaram a mão para aplacar as críticas que receberam. Enquanto essas passagens me agradavam, e faziam dar um leve sorriso, me causavam incômodo por eu não conseguir perceber paixão naquilo. Estruturalmente, as canções não mostram nada de novo se comparado com os álbuns anteriores, existindo assim certa previsibilidade. Entretanto, é inegável que o trabalho vocal de Anders Fridén está excelente, e ele se saiu muitíssimo bem tanto nas passagens limpas como nas mais agressivas, por mais que essas últimas estejam aquém do que sabemos que ele é capaz. Os riffs mostram certa qualidade, mas não fogem muito do padrão apresentado nos últimos anos, enquanto a parte rítmica faz um trabalho correto.
O início é realmente muito animador. “Voices” abre o álbum com bons riffs, vocais que alternam entre o rasgado e o limpo, e um refrão melódico. É uma canção sólida, cativante e que apresenta algumas melodias que te fazem recordar da banda que já foram um dia, mas sem aquela fúria de outrora. “I, The Mask” mantém tais características, mas se mostra um pouco mais pesada e com um trabalho de guitarra muito bom. Esse clima nostálgico se mantêm presente nas duas faixas seguintes, “Call My Name” e “I Am Above”, duas das músicas mais legais gravadas pelo In Flames nos últimos 10 anos. “Follow Me” começa com uma guitarra acústica, e senti algo de “Pallar Anders Visa” e “Jester Script Transfigured”, mas claro, sem o mesmo brilhantismo. Ainda sim consegue cativar. “(This Is Our) House” tem algumas passagens mais interessantes e um bom refrão, desses que quando se der conta, estará cantando com Anders. Infelizmente, desse ponto em diante, o álbum dá uma caída, e a banda meio que entra no piloto automático. Tudo fica previsível.
“We Will Remember” até possui certo peso e bons riffs, mas simplesmente não decola. Falta paixão, entendem? Não é ruim, mas não empolga, e olha que tem um dos refrões mais melódicos de todo álbum. Outra nessa linha é “In This Life”, que achei a mais fraca de todas. Vocais suaves, guitarras acessíveis e um refrão que não chega a cativar. Curiosamente, temos na sequência uma das canções mais pesadas de todo álbum, “Burn”, com vocais agressivos na maior parte do tempo, e alguns dos melhores riffs do trabalho. “Deep Inside” e “All The Pain” possuem uma atmosfera mais sombria e algum peso, enquanto “Stay With Me” é uma balada acústica dessas bem suaves, que poderia estar sem esforço algum em um álbum de um Nickelback, Three Days Grace, 3 Doors Down e afins. Você pode entender isso como um elogio ou uma crítica, depende do seu gosto musical. De bônus, temos a boa “Not Alone”.
Quanto a produção, ela não é menos que impecável, e mais uma vez ficou a cargo do premiado Howard Benson (Motörhead, Sepultura, Papa Roach, My Chemical Romance), com mixagem de Chris Lord-Alge (Linkin Park, Volbeat, As I Lay Dying) e masterização de Ted Jensen (Pantera, Alice in Chains, Guns N’ Roses, Machine Head). É tudo limpo, cristalino e asséptico ao extremo, e por mais contraditório que possa parecer, acaba sendo um problema. Um pouco da falta de energia e paixão que senti durante a audição pode ser atribuída a isso. Convenhamos, estamos falando de um álbum de Metal, ele não pode ser certo e limpo demais. Quanto a capa, assim como em Battles, foi obra de Blake Armstrong.
Existem duas formas de se abordar I, The Mask. A primeira é ficar lembrando que essa é a mesma banda que lançou The Jester Race e Whoracle, sendo uma das responsáveis pela popularização do Death Metal Melódico. Provavelmente vai se sentir frustrado. A segunda é você aceitar que o In Flames se tornou uma banda de Modern/Alternative Metal, e fazer sua audição a partir desse ponto de vista. Nesse caso a coisa muda de figura, e você certamente vai gostar de boa parte do material aqui presente. Se no dia 4 de setembro de 2014, finalizei a resenha de Siren Charms com um “aqui jaz o In Flames”, hoje, após seus últimos lançamentos, posso dizer que retornaram do mundo dos mortos. Ok, ainda estão mais para um zumbi de The Walking Dead, do que para aquela banda de Metal vigorosa do passado, mas zumbis também podem ser bem legais. Se gosta de vertentes mais modernas, é um CD que vale o seu investimento.
NOTA: 78
In Flames é:
- Anders Fridén (vocal)
- Björn Gelotte (guitarra)
- Niclas Engelin (guitarra)
- Bryce Paul Newman (baixo)
- Tanner Wayne (bateria)
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