Axel Rudi Pell - Knights Call (2018)
(SPV/Steamhammer/Shinigami Records - Nacional)
01. The Medieval Overture (Intro)
02. The Wild And The Young
03. Wildest Dreams
04. Long Live Rock
05. The Crusaders Of Doom
06. Truth And Lies
07. Beyond The Light
08. Slaves On The Run
09. Follow The Sun
10. Tower Of Babylon
Já são quase 30 anos de carreira, e Axel Rudi Pell e sua banda lançam seu 17º trabalho de inéditas, isso sem contar as compilações The Ballads (já são 5), o álbum de covers Diamonds Unlocked (07) e os 3 álbuns ao vivo. Com uma média de quase 1 trabalho lançado por ano, podemos ter noção de que, mesmo sem receber o reconhecimento que lhe é devido, o guitarrista alemão possui uma base de fãs muito fiel e consistente, que lhe permitiu manter uma carreira estável e viver daquilo que mais ama. E detalhe, nunca se preocupou em seguir tendências, sempre se mantendo fiel a sua proposta original, de fazer Heavy Metal.
Eu sempre julguei que Axel merecia maior sorte em sua carreira, afinal, lançou alguns trabalhos realmente clássicos, como Nasty Reputation (91), Black Moon Pyramid (96), Magic (97), The Masquerade Ball (00) e Circle of the Oath (12). Mesmo álbuns como Between the Walls (94), Shadow Zone (02), Mystica (06) e The Crest (10), estão acima da média do que escutamos na música pesada nas últimas 3 décadas. Nunca, nesse tempo todo, lançou algo que fosse menos que bom, mas certamente, por como já citado, não seguir tendências musicais, sempre acabou meio que relegado a um nicho muito específico.
Sendo assim, não é mistério o que vamos encontrar em Knights Call. É Heavy/Power com alguma inclinação para o Classic Rock e o Hard/AOR, centrado no trabalho da guitarra e nos solos, baixo estrondoso, bateria pesada, teclado climático e ao menos uma ótima balada. Também ajuda muito no resultado alcançado, o fato do guitarrista se cercar de músicos reconhecidamente talentosos, como é o caso de Johnny Gioeli (vocal), Volker Krawczak (baixo), Bobby Rondinelli (bateria) e Ferdy Doernberg (teclado), e que se mostram entrosadíssimos, com uma sincronia absurda. Claro que não podemos negar o fato de nada de novo ser apresentado, e em alguns momentos você ter aquela sensação de que já ouviu determinada canção em algum trabalho anterior, mas a verdade é que essa reciclagem é tão bem-feita, que você na maioria das vezes acaba não se importando. E convenhamos, é exatamente isso que um fã de Axel Rudi Pell quer escutar.
Após uma breve introdução, que sinceramente, me soa completamente desnecessária, temos a ótima “The Wild And The Young”, que nos entrega tudo aquilo que esperamos, ou seja, ótimos riffs e solos, refrão elegante, além de um desempenho vocal muito bom. “Wildest Dreams” mantém a pegada, mas com os teclados de Ferdy dando uma inclinação mais setentista a canção (impossível não lembrar de Deep Purple) e a parte rítmica se destacando demais. “Long Live Rock” é meio clichê, não dá para negar, mas soa muito legal, principalmente pelos riffs e solos de qualidade e pelo bom refrão. “The Crusaders Of Doom” é daquelas faixas mid-tempo que Axel sempre faz tão bem, e simplesmente épica em seus 8 minutos. “Truth And Lies” é uma instrumental com pegada setentista, algo de Progressivo e solos que vão prender os fãs. “Beyond The Light” é aquela balada padrão, bem emocional e com vocais fortes, que conta com um belíssimo solo. “Slaves On The Run” é um Hard simples, que remete aos anos 80 e possui boas melodias, enquanto “Follow The Sun” se destaca pela energia e pelo bom refrão. Encerrando o álbum, outra canção épica, “Tower Of Babylon”, apresentando aquela sonoridade clássica da banda, outro ótimo solo e elementos de música oriental.
Como de praxe desde Shadow Zone, a produção foi dividida entre Axel e o experiente Charlie Bauerfeind (Blind Guardian, Halford, Gamma Ray, Angra, Helloween, Saxon), e o resultado é o esperado, ou seja, muito bom. Como em time que está ganhando não se mexe, mais uma vez a capa foi obra do britânico Martin McKenna, se encaixando perfeitamente na proposta lírica da banda. Entregando aos seus fãs aquilo que eles querem, mais uma vez Axel Rudi Pell lança um álbum o seu padrão de qualidade já conhecido, e que se não surpreende, ao menos rende quase 1 hora de muito boa diversão. E convenhamos, é para isso que a música serve.
NOTA: 86
Axel Rudi Pell é:
- Johnny Gioeli (vocal);
- Axel Rudi Pell (guitarra);
- Volker Krawczak (baixo);
- Bobby Rondinelli (bateria);
- Ferdy Doernberg (teclado).
Homepage
Nenhum comentário:
Postar um comentário