quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Carniça - Carniça (2017)


Carniça - Carniça (2017)
(Blasphemic Art Distro/Petrol Music Underground - Nacional)


01. The March (of the Rotten Souls)
02. Terrorzone
03. Revolução Farroupilha
04. War Games to Die
05. Carniça
06. The Old Butcher
07. The Putrid Kingdom
08. Midnight Queen (Sarcófago Cover)

E lá se vão 26 anos de carreira, contando o hiato de 4 anos em meados da primeira década de 2000, e os veteranos gaúchos do Carniça chegam ao seu 4º trabalho de estúdio. Pode parecer uma produção modesta para tanto tempo de estrada, mas não podemos esquecer que o underground é muitas vezes injusto com as bandas, que precisam encarar muitas dificuldades para conseguir lançar um único trabalho. Apenas os que realmente amam o estilo conseguem sobreviver aos percalços do tempo.

Quem conhece o trabalho do trio formado por Mauriano Lustosa (vocal), Parahim Neto (guitarra) e Marlo Lustosa (bateria) — após a gravação o baixista Marcelo Zabka se juntou à banda — sabe bem o que vai encontrar aqui: um Thrash/Death muito bem feito, pesado, agressivo, enérgico, mas com algumas boas doses de melodia oriundas das influências de Heavy Tradicional, que ficam evidentes em muitas passagens aqui presentes.

Após a breve introdução, “Terrorzone” chega quebrando tudo, bem direta e com boa alternância de ritmo (algo comum durante toda a audição). O trabalho da parte rítmica se destaca bastante. Na sequência, “Revolução Farroupilha” vem com sua letra em português e uma levada bem cadenciada, além de melodias que remetem ao Metal Tradicional.


O trabalho de guitarra em todo o álbum é realmente muito bom, se destacando pelos ótimos riffs, algo observável em canções como “War Games to Die”, mais puxada para o Thrash, e na bruta “Carniça” (outra em português). Já o lado Death Metal fica mais evidente em canções como a técnica “The Old Butcher” e a diversificada “The Putrid Kingdom”, que conta com vocais de Flávio Soares (Leviaethan). Fechando, um ótimo cover para “Midnight Queen”, do Sarcófago, que contou com a participação do ex-guitarrista da banda mineira, Fábio Jhasko, no violino.

A produção foi realizada pela própria banda em parceria com Augusto Haack, tendo ficado simples e bem-feita, apesar de um pouquinho mais crua que o ideal, mas nada que comprometa o resultado final. Já a capa foi obra de Eduardo Monteiro, que conseguiu transportar para ela o massacre sonoro do trio. Esbanjando vigor, agressividade e mostrando boa variação rítmica, o Carniça presenteou os fãs de Thrash/Death com mais um belo trabalho, que vai deixar muito nego cascudo aí com dores no pescoço.

NOTA: 8,0

Carniça é:
- Mauriano Lustosa (vocal);
- Parahim Neto (guitarra);
-  Marcelo Zabka (baixo);
- Marlo Lustosa (bateria).

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