quarta-feira, 8 de março de 2017

DOOL - Here Now There Then (2017)


DOOL - Here Now There Then (2017)
(Prophecy Productions - Importado)


01. Vantablack
02. Golden Serpents
03. Words on Paper
04. In Her Darkest Hour
05. Oweynagat
06. The Alpha
07. The Death of Love
08. She Goat

Nos últimos anos, a cena foi tomada de assalto por bandas que emulam aquele som setentista, mesclando Classic Rock, Stoner e Rock Psicodélico, com temática ocultista. Se por um lado, essa onda gerou algumas bandas bem legais, por outro acabou sendo responsável por centenas de nomes genéricos e que não se diferenciam de nada uns dos outros. Por isso acaba sendo muito legal quando nos deparamos com uma banda que busca fugir da fórmula pronta do estilo. Esse é o caso do holandês DOOL.

Apesar de ter surgido apenas no ano de 2015, na cidade de Rotterdam, o DOOL tem experiência de sobra, já que reúne alguns dos principais nomes do cenário rock da Holanda. Aqui temos o baixista Job van de Zande e o baterista Micha Haring, ambos do The Devil’s Blood, os guitarristas Nick Polak (Gold) e Reinier Vermeulen (The New Media) e a vocalista/guitarrista Ryanne van Dorst, famosa em seu país não só pela carreira construida sob o nome de Elle Bandita, como também pela participação em diversos programas de TV. Convenhamos, um time mais do que capaz de fazer um trabalho de qualidade.

Claro que em um primeiro momento, é tentador e inevitável traçarmos um paralelo entre o DOOL e o The Devil’s Blood, mas a maior diversidade sonora com a qual nos deparamos dificulta essa missão, fora o fato de não seguirem aquela linha Occult Rock e de soarem mais pesados. Além das influências óbvias de Classic Rock e Psicodélico, temos doses de Rock Gótico/Pós-Punk e Doom, que acabam por dar um tempero a mais na música praticada pelo quinteto. Sendo assim, em alguns momentos, é necessário um pouco mais de atenção para absorver tudo que escutamos. Ryanne van Dorst se destaca por seus incríveis vocais, e sem dúvida ela é o grande diferencial do DOOL, já que consegue criar alguns climas realmente sombrios e melancólicos com sua voz. As guitarras (são três aqui) são responsáveis por ótimas melodias e alguns riffs bem marcantes, que poderiam tranquilamente estar em algum álbum de Doom Metal. Já a parte rítmica, como não poderia deixar de ser, mostra um entrosamento ímpar, se mostrando sólida, técnica, variada e acima de tudo, pesada. 


A épica “Vantablack”, com seus mais de 10 minutos, abre o álbum com um riff letárgico e nítidas influências de Doom, criando um clima bem escuro. Elementos psicodélicos também são jogados em meio a essa mistura, deixando tudo ainda mais interessante. A faixa seguinte, Golden Serpents, pende mais para o Classic Rock, com ótimas melodias e algo de Blue Öyster Cult (talvez por isso você pense no Ghost em determinados momentos), enquanto “Words on Paper”, que trafega entre o psicodelismo e o Metal, se destaca pelas ótimas guitarras. Fechando a primeira metade do álbum, “In Her Darkest Hour” tem um tom mais escuro, melodias marcantes e é outra que carrega alguns elementos de Classic Rock. “Oweynagat” foi o primeiro single da banda, tendo sido lançada em setembro de 2016, e tem muito daquele Rock Gótico dos anos 80, podendo te remeter invariavelmente a nomes como The Sisters of Mercy ou The Mission. Ela é seguida por “The Alpha”, outra que trafega com muita naturalidade entre o psicodelismo e o Doom Metal e pela emotiva “The Death of Love”. Encerrando o álbum, a direta “She Goat” te deixa com aquela vontade de escutar tudo de novo.

Gravado e produzido por Pieter Kloos (The Devil's Blood, Motorpsycho), a sonoridade é clara, audível, mas com uma pequena e saudável dose de sujeira, fugindo das produção plastificadas da atualidade. Os timbres escolhidos também foram de rara felicidade. Se você pensar que Here Now There Then é apenas o trabalho de estreia do DOOL, fica impossível não imaginar o quão alto eles podem chegar, já que esse é realmente um debut acima da média. Se você está cansado de escutar bandas que se limitam a copiar umas as outras, deveria dar uma chance aos holandeses, pois as chances de se surpreender positivamente são grandes. Desde já, umas das revelações de 2017.

NOTA: 8,5

DOOL é:
-  Ryanne van Dorst (vocal/guitarra);
-  Nick Polak (guitarra);
-  Reinier Vermeulen (guitarra);
-  Job van de Zande (baixo);
-  Micha Haring (bateria).

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