segunda-feira, 6 de março de 2017

Atlantis - Hotter Than A Burning Church (2016) (EP)


Atlantis - Hotter Than A Burning Church (2016) (EP)
(Cripta Discos/Sangue Frio Records - Nacional)


01. Hotter Than A Burning Church
02. Wandering Warrior
03. Stormbringer & Mournblade
04. Mistress of the Night

Surgido no ano de 2013, na cidade catarinense de Jaraguá do Sul, o Power Trio Atlantis estreou 2 anos depois com o EP Summoning the Witch (resenha aqui). Nele, apesar da fraca produção e de algumas arestas que precisavam ser aparadas, mostraram um bom potencial de crescimento. Eis que já no ano seguinte soltaram um novo EP, que originalmente foi lançado em fita cassete no mercado chileno (limitado a 60 cópias) e que posteriormente, ganhou sua versão física para o mercado brasileiro.

Bem, quem escutou o EP anterior, sabe exatamente o que encontrará aqui. É aquela sonoridade típica da NWOBHM, calcada principalmente em nomes como Angel Witch, Diamond Head e Iron Maiden (principalmente nos dois primeiros álbuns), mas sem deixar de lado nomes mais atuais que seguem essa linha, como o sueco Enforcer e o canadense Cauldron. Ou seja, se espera uma sonoridade mais moderna, não é escutando um trabalho do Atlantis que irá encontrá-la, até porque toda a estética aqui remete aos anos 80, desde a composição das músicas, até o visual dos músicos, a produção e a capa, naquele estilo “tosco” (ou como alguns amigos meus dizem, estilo Metal Faber-Castell), mas que é muito legal, pois você identifica o estilo da banda só de olhar para ela.

Musicalmente, fica meio complicado falar de Hotter Than A Burning Church. Confesso eu que imaginava a banda conseguindo chegar um degrau acima nesse trabalho, mas a sensação ao final da audição é que o Atlantis não evoluiu tanto quanto se esperava. Claro, alguns aspectos aqui são superiores ao da estreia, já que as composições amadureceram um pouco, apesar de ainda soarem excessivamente emuladas de suas maiores influências. Os refrões estão um pouco mais fortes, e os riffs e solos mostram mais qualidade, mas é só. 


A produção é terrível e isso prejudica enormemente o trabalho, já que em alguns momentos tudo fica um tanto quanto embolado, quase desconexo. Entendo que a ideia seja passar aquele clima bem oitentista, mas até para esse determinado período, a produção soa fraca. Bandas já citadas, como o Cauldron, Enforcer, assim como também o Skull Fist, já mostraram que é plenamente possível ter uma produção que soe oitentista, mas com qualidade. O vocal de Tino Barth, infelizmente carece de mais força. Isso já era um problema detectado em Summoning the Witch e que infelizmente aqui, incomoda ainda mais. Pior que ele se mostra muito bom guitarrista, sempre encontrando boas soluções, principalmente nos solos, bem agradáveis. Talvez seja o caso de ele assumir apenas a guitarra e buscarem um vocalista mais adequado à proposta sonora da banda.

Tudo isso é uma pena, pois músicas como a faixa título, bem rápida e com bom refrão, “Wandering Warrior”, com seu belo trabalho de guitarra e influência fortíssima de Iron Maiden e “Stormbringer & Mournblade”, com um pé no Speed/Thrash, certamente empolgariam muito com uma produção decente e vocais que soassem mais fortes. O Atlantis tem tudo para crescer e assumir um lugar no primeiro escalão do Metal nacional, já que seu potencial é evidente, mas para isso, precisa mesmo aparar as arestas que insiste em manter. Uma gravação mais profissional não é crime. Caso contrário, será apenas mais uma banda que poderia voar alto, mas que ficará relegada aos porões do nosso underground. E convenhamos, isso seria uma pena.

NOTA: 7,0

Atlantis é:
- Tino Barth (Vocal/Guitarra)
- Jonathan Odorizzi (Baixo)
- Bruno Eggert (Bateria)

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