Metallica – Hardwired... to Self-Destruct (2016)
(Universal Music – Nacional)
CD 01
01. Hardwired
02. Atlas, Rise!
03. Now That We're Dead
04. Moth into Flame
05. Dream No More
06. Halo on Fire
CD 02
01. Confusion
02. ManUNkind
03. Here Comes Revenge
04. Am I Savage?
05. Murder One
06. Spit Out the Bone
Você pode até discutir se o Metallica é ou não a maior banda da história do Heavy Metal, mas que definitivamente é a mais popular não está em discussão. São mais de 100 milhões de álbuns vendidos na carreira, o que os coloca entre os 40 artistas que mais venderam independentemente de estilo. Só o “Black Album” (91), que os alavancou de vez ao estrelato, vendeu algo entre 30 e 40 milhões de cópias desde seu lançamento. E bem, como qualquer nome que alcança tal status, os americanos hoje em dia despertam reações de amor e ódio entre seus fãs.
Tais reações são compreensíveis. Para um fã do Metallica que começou a escutar a banda com Kill ‘Em All (83), com seu Thrash básico e primal, não foi nada fácil ver a mesma cedendo às tentações do mainstream e abrindo espaço para um som mais melódico com Metallica (91) e mais ainda para a radical e contestada mudança de visual com a dobradinha Load (96)/Reload (97). Que me desculpem os que apreciam tais trabalhos, mas também não deve ter sido fácil ver a banda lançando logo em sequência um álbum abominável de tão ruim como St.Anger (03) e um documentário discutível como Some Kind of Monster (04). Ainda assim, mesmo o fã mais “das antigas”, lançamento após lançamento, continua nutrindo a esperança de um retorno aos velhos tempos.
Em Death Magnetic (08), o produtor Rick Rubin conseguiu, à sua maneira, empurrar a banda para um resgate de suas raízes Thrash, a aproximando mais de seu passado e agradando uma parte considerável dos fãs que desconsideravam o Metallica há algum tempo. Por sinal, Rick seria o produtor original de Hardwired... to Self-Destruct (inclusive com a banda e ele trabalhando em estúdio na composição de algum material nos anos que antecederam ao trabalho) e com Lars afirmando em 2013, para a Classic Rock, que o novo álbum soaria como uma continuação de DM. No final, a produção acabou ficando a cargo de Greg Fidelman, que havia realizado a gravação e mixagem deste.
(Universal Music – Nacional)
CD 01
01. Hardwired
02. Atlas, Rise!
03. Now That We're Dead
04. Moth into Flame
05. Dream No More
06. Halo on Fire
CD 02
01. Confusion
02. ManUNkind
03. Here Comes Revenge
04. Am I Savage?
05. Murder One
06. Spit Out the Bone
Você pode até discutir se o Metallica é ou não a maior banda da história do Heavy Metal, mas que definitivamente é a mais popular não está em discussão. São mais de 100 milhões de álbuns vendidos na carreira, o que os coloca entre os 40 artistas que mais venderam independentemente de estilo. Só o “Black Album” (91), que os alavancou de vez ao estrelato, vendeu algo entre 30 e 40 milhões de cópias desde seu lançamento. E bem, como qualquer nome que alcança tal status, os americanos hoje em dia despertam reações de amor e ódio entre seus fãs.
Tais reações são compreensíveis. Para um fã do Metallica que começou a escutar a banda com Kill ‘Em All (83), com seu Thrash básico e primal, não foi nada fácil ver a mesma cedendo às tentações do mainstream e abrindo espaço para um som mais melódico com Metallica (91) e mais ainda para a radical e contestada mudança de visual com a dobradinha Load (96)/Reload (97). Que me desculpem os que apreciam tais trabalhos, mas também não deve ter sido fácil ver a banda lançando logo em sequência um álbum abominável de tão ruim como St.Anger (03) e um documentário discutível como Some Kind of Monster (04). Ainda assim, mesmo o fã mais “das antigas”, lançamento após lançamento, continua nutrindo a esperança de um retorno aos velhos tempos.
Em Death Magnetic (08), o produtor Rick Rubin conseguiu, à sua maneira, empurrar a banda para um resgate de suas raízes Thrash, a aproximando mais de seu passado e agradando uma parte considerável dos fãs que desconsideravam o Metallica há algum tempo. Por sinal, Rick seria o produtor original de Hardwired... to Self-Destruct (inclusive com a banda e ele trabalhando em estúdio na composição de algum material nos anos que antecederam ao trabalho) e com Lars afirmando em 2013, para a Classic Rock, que o novo álbum soaria como uma continuação de DM. No final, a produção acabou ficando a cargo de Greg Fidelman, que havia realizado a gravação e mixagem deste.
Levando em conta todo esse panorama, somado também às faixas liberadas pelo Metallica antes do lançamento oficial, muitos se encheram de esperança de finalmente vermos em ação aquela banda que impressionou o mundo entre 1983 e 1988, com quatro dos trabalhos mais clássicos da história do Metal. Por bem, amigos, posso dizer que de certa forma tudo não passou de uma “Pegadinha do Mallandro”. Mas antes que você, caro “torcedor” do Metallica, comece a desferir impropérios contra minha pessoa, não estou dizendo de forma alguma que o material aqui não possui qualidade. O que quero falar é que, de forma alguma, estamos diante de um álbum de Thrash Metal. O que temos aqui é um material pesado, mas que privilegia muito a cadência em primeiro lugar, deixando a velocidade em segundo plano. Já em matéria de sonoridade, na maior parte do tempo Hardwired... to Self-Destruct remete àquele Metal mais melódico que a banda praticou nos anos 90, mas com uma influência maior de NWOBHM e uma pitada de Thrash que dá aquela dose maior de agressividade às canções. Ainda assim, esse é um trabalho um pouco inconstante, com momentos extremamente empolgantes, outros bons e alguns onde a banda se enfia em uma zona de conforto desnecessária e que acabam soando um pouco cansativos devido ao conservadorismo exacerbado.
São 12 músicas divididas em 2 cd’s e que beiram os 80 minutos de duração. Já na abertura do primeiro, temos um dos grandes momentos, com a conhecida “Hardwired”. Confesso que quando tive o primeiro contato com a mesma, semanas atrás, a considerei um pouco forçada e não havia me empolgado tanto, mas agora, dentro do contexto do álbum, me soou absurdamente empolgante. Veloz e agressiva, coloca um pé no passado remoto da banda, além de contar com um trabalho de guitarra muito bom. É também a canção mais curta de Hardwired... to Self-Destruct, passando por pouco dos 3 minutos de duração (as demais estão todas entre os 6 e 8 minutos, com pequenas variações). Simplesmente curta e grossa, um Thrash básico como havia muito tempo que não faziam. Em seguida, outra conhecida que agrada muito, “Atlas, Rise”. Mais cadenciada que a antecessora, tem riffs melódicos, um refrão que empolga e não nega as influências de NWOBHM. Preste atenção e vai escutar algo de Iron Maiden na mesma. Lembram quando falei a respeito desse ser um trabalho que remete mais à fase anos 90 do Metallica? Pois bem, “Now That We're Dead” é uma dessas canções que poderia estar em Load, por exemplo. Sua cadência reflete bem o que escutamos na maior parte do tempo e Lars, vejam só, consegue fazer um trabalho bem interessante na bateria. Entra no grupo das boas canções. “Moth into Flame” é outra das que haviam sido mostradas ao publico antecipadamente e era justamente a que mais tinha me agradado. Mais veloz que a maioria das músicas aqui presentes, é também a mais melódica de todas, primando pelos ótimos riffs e pelo refrão que empolga. Na sequência, temos a boa “Dream No More”, muito cadenciada, pesada e que pode ser considerada a “Sad But True” do álbum. Encerrando o primeiro cd, temos “Halo on Fire”, a maior das músicas aqui presentes. É daquelas canções do Metallica que vão crescendo de forma gradual até chegar em um final grandioso. Bons solos de Kirk e é o primeiro momento onde realmente escutamos o baixo de Trujillo fazer algo que se destaque, mas pode cansar alguns ouvintes enquanto não chega a seu melhor momento.
Vamos agora ao elo fraco de Hardwired... to Self-Destruct, que é o segundo cd. É aqui o momento onde a banda, como uma avestruz, enfia a cabeça no buraco da zona de conforto com vontade. As duas primeiras canções, as cadenciadas “Confusion” e “ManUNkind”, até possuem alguns momentos dignos aqui e ali, mas pecam pela duração que bate na casa dos 7 minutos. Se fossem um pouco mais curtas, soariam muito mais interessantes. A canção seguinte, “Here Comes Revenge”, até eleva novamente o nível, já que se trata de uma música bem sólida, com bom groove e guitarras com bom peso, mas a seguinte, “Am I Savage?” deixa a peteca cair novamente, apesar do bom pré-refrão. “Murder One” é a homenagem da banda a uma de suas maiores influências, Lemmy Kilmister e seu Motörhead. Preste atenção na letra e encontrará diversas referências a “Deus”. Ainda assim, poderia ser uma música mais empolgante. Curiosamente, o ponto alto de todo o álbum está justamente nesse segundo cd e atende pelo nome de “Spit Out the Bone”. Ela não só é a melhor canção de Hardwired... to Self-Destruct, como também a melhor coisa lançada pela banda nos últimos 25 anos. Uma verdadeira pérola Thrash, enérgica, empolgante, com uma intensidade fora do normal e que já não ouvíamos há muito tempo vindo do Metallica. Todos brilham aqui, mas com destaque maior para as guitarras de James e Kirk e o baixo de Trujillo. Simplesmente matadora e que te deixa perguntando porque o álbum inteiro não segue essa pegada, já que é a prova definitiva de que eles ainda conseguem ser brilhantes.
No quesito produção, não tem muito o que falar, pois todos conhecemos o padrão Metallica de qualidade. Lars, James e Greg Fidelman (Black Sabbath, Bruce Dickinson, Slayer) foram os produtores, sendo que o último também foi o responsável pela mixagem. Já a masterização ficou a cargo de Dave Collins (Bruce Dickinson, Sepultura, Mötley Crüe, Jason Becker, Sepultura). Quanto à capa, para mim simplesmente medonha, teve direção de arte a cargo de John Buttino (Black Label Society, Crowbar).
Ok, comparando com alguns de seus pares que lançaram álbuns esse ano, ainda perdem para o Testament, Death Angel e o Megadeth, mas ganham do Anthrax, o que não é pouca coisa, levando em conta o alto nível dos lançamentos. No final de tudo, posso afirmar que mesmo com alguns baixos da segunda metade em diante, Hardwired... to Self-Destruct é o melhor trabalho do Metallica nos últimos 25 anos. Simplesmente resolveram fazer o que fazem de melhor, Metal de qualidade, sem qualquer tipo de invenção ou tentativa de se adequar ao mercado. No final, isso é tudo que um fã realmente espera da banda. Só nos resta esperar que continuem assim.
NOTA: 8,0
Metallica é:
- James Hetfield (vocal/guitarra);
- Kirk Hammett (guitarra);
- Robert Trujillo (baixo);
- Lars Ulrich (bateria).
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