Arandu Arakuaa - Wdê Nnãkrda (2015)
(Independente – Nacional)
01. Watô Akwẽ
02. Nhandugûasu
03. Hêwaka Waktû
04. Dasihâzumze
05. Padi
06. Wawã
07. Ĩwapru
08. Nhanderú
09. Ĩpredu
10. Sumarã
11. Povo Vermelho
Há 20 anos o Sepultura lançava Roots, um álbum que misturava Metal
com elementos regionalistas típicos de nosso país. Obstante ser um
trabalho que desperta paixões para o bem e para o mal, foi de imensa
importância para o cenário do Metal em todo mundo. Mas porque falar
da banda mineira na resenha sobre os brasilienses do Arandu Arakuaa?
Simples, caro leitor, pelo fato de que aqui temos uma evolução
natural do que foi feito duas décadas atrás.
O Arandu já havia despertado a atenção em seu trabalho de estreia,
Kó Yby Oré (13), com sua sonoridade bem particular, que
mistura Metal e elementos regionalistas e indígenas. Em Wdê
Nnãkrda, resolveram aprofundar em tal fórmula, como esses
elementos se fazendo ainda mais presentes, mas sem abrir mão em
momento algum do peso em suas canções. Além dos instrumentos
tradicionais para qualquer banda de Metal, você irá se deparar com
violas caipiras, maracás, chocalhos, flautas e corais típicos da
cultura indígena, inclusive com as músicas sendo cantadas em
diversas línguas diferentes, o que acaba por dar ao trabalho uma
riqueza impressionante. Isso pode gerar algumas dificuldades de
assimilação para aqueles que não estão acostumados com tal
proposta, mas os que se permitirem mergulhar de cabeça na música do
Arandu, não irão se arrepender em momento algum.
A capacidade que possuem de equilibrar com perfeição momentos mais
agressivos com outros mais amenos e atmosféricos é algo ímpar e
nada aqui se encontra fora de lugar. Variações rítmicas se sucedem
e funcionam bem, enquanto os vocais, tanto os limpos quanto os
agressivos, estão muito bons. Ótimos riffs e uma parte rítmica
técnica, pesada e variada também fazem parte do cardápio. Dentre
as faixas presentes, destaco “Nhandugûasu”, “Hêwaka
Waktû”, “Padi”, “Ĩwapru”, “Nhanderú”e “Sumarã”.
A ótima produção ficou a cargo de Caio Duarte, do Dynahead (outra
banda de Brasília que pratica um som incrível) e a bela capa, por
conta de Natalie e Bianca Duarte. Com uma sonoridade única, rica e
diversificada, o Arandu Arakuaa mostra merecer estar muito acima do
que se encontra nesse momento em matéria de qualidade. Fico pensando
com meus botões aqui. Se Roots causou tanto estardalhaço pelo mundo
20 anos atrás, devido à mistura de Metal com elementos típicos de
nossa cultura, imagine como os gringos ficariam chapados ao escutar
Wdê Nnãkrda.
E por mais que existam hoje algumas bandas se utilizando desses
mesmos elementos em suas músicas, a verdade é que o Arandu Arakuaa
é hoje uma banda única, pois ninguém se assemelha com sua
sonoridade. E sem exageros, lançaram um álbum igualmente único.
NOTA: 9,0
Arandu Arakuaa é:
- NáJila Cristina (Vocais/Maracá)
- Zândhio Aquino (Guitarra/Viola
Caipira/Vocais/Teclado/Instrumentos Indígenas)
- Saulo Lucena (Contrabaixo/Vocais de Apoio/Maracá)
- Adriano Ferreira (Bateria/Percussão)
São destaque no cenário nacional e internacional, metal pesado cantado em tupi-guarani e tocado com elementos nativos é algo que não pode mesmo passar despercebido e sem produção. Não tirei mais os olhos deles, os ouvidos desta sonzeira desde que os conheci há tempos. Eles são novinhos, energia a mil, energia descabida como tem que ser metal pesado na essência. Coisa linda, fico emocionado com esta banda. Eles vindo aqui em Ipanema RJ o túmulo do metal, estarei presente pedindo autógrafos e tietando, promovendo a bagunça venal. Não perco esta mesmo!
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