domingo, 17 de agosto de 2014

Resenha de Show: Krisiun




Krisiun
Arena Vibe – Leopoldina/MG
09 de Agosto de 2014
Por Leandro Vianna – Fotos: Patrícia Sarmento

Ser um headbanger vivendo em uma cidade do interior de Minas Gerais não é das tarefas mais fáceis. Por mais que o Estado tenha uma tradição em dar a nossa cena nomes de grande qualidade, shows de bandas de maior porte não ocorrem a todo o momento, já que boa parte das mesmas prefere concentrar os mesmos em centro maiores, onde podem vir a ter uma maior rentabilidade. E por esses lados não é diferente. Claro, possuímos um circuito de festivais que rolam nas cidades da região, ótimas bandas, mas não é todo dia que temos a oportunidade de receber por esses lados bandas do porte do Krisiun. Felizmente, essa realidade parece estar começando a mudar.


Não é necessário dizer que fãs de toda região marcaram ponto no Arena Vibe, em Leopoldina, na fria noite de 09 de Agosto. Com um bom público, o evento, marcado inicialmente para ter início às 21 horas, começou com algum atraso, fato comum em boa parte dos shows Brasil afora e que, infelizmente, acabou tendo algum reflexo mais a frente. Os trabalhos tiveram início com o pessoal do Primatéria, banda oriunda de Santos Dumont que teve a função de começar a esquentar a noite. Praticando um Thrash Metal de qualidade, conseguiram empolgar o público, agradando a todos os presentes. Para quem não conhecia a banda (como eu), foi uma bela surpresa. Em seguida tivemos o Venereal Sickness, banda de Death/Thrash de Caratinga e que está divulgando seu debut, intitulado Extreme Media. Já tinha ouvido diversos comentários sobre o bom desempenho deles no palco, mas o que vi me surpreendeu. Um puta show, de uma banda que se mostra na ponta dos cascos e que tem o público nas mãos. O mosh comeu solto e foi impossível não estar com um sorriso de orelha a orelha ao final da apresentação. O show seguinte foi dos “donos da casa”, os leopoldinenses do Deathraiser. Vale aqui destacar algo que considerei muito legal. Não só por ser a banda da cidade, como também estarem na organização do evento, decidiram por serem eles a, infelizmente, encurtar o set, permitindo assim que as bandas de fora que tocaram antes não fossem prejudicadas. Uma lição de humildade, respeito e, acima de tudo, amizade e união. Show do Deathraiser não tem erro. Você sabe que será exposto a um Thrash Metal violentíssimo e de uma brutalidade e qualidade absurdas. E nessa noite não foi diferente, pois simplesmente quebraram tudo e deixaram o público com o pescoço moído, mesmo com o set reduzido em relação ao normal. Que não demorem muito a lançar o sucessor do ótimo Violent Agression (2011). Após uma rápida troca de instrumentos, eis que chega à hora do momento mais esperado por todos. Não tem muito que se falar do Krisiun. Verdadeira instituição do Metal nacional e uma das maiores bandas de Death Metal do mundo, simplesmente colocaram a casa a baixo, não deixando pedra sobre pedra. E convenhamos, um show com clássicos como “Conquerors of Armageddon”, “Kings of Killing” e “Black Force Domain” não têm como ser menos do que incrível. O som estava cristalino e absurdamente pesado, com destaque para o “polvo” Max Kolesne, destruindo tudo com seu kit e deixando a todos de queixo caído. Ao final da apresentação, todos os que lá estavam presentes foram embora extasiados e com a certeza que haviam presenciado uma noite histórica para a cena do Metal na região.


Todos os envolvidos, desde a Organização (Under Noise), passando pelas bandas e pelo público presente, estão de parabéns. O clima de amizade, cooperação e união entre todos foi incrível, ainda mais levando em conta que tínhamos ali headbangers de todos os cantos da Zona da Mata mineira. Isso mostra que eventos desse tipo têm tudo para dar certo na região e esperamos que a partir de agora, mais iniciativas como essa tomem corpo por esses lados. Por mais que não seja fácil organizar algo desse porte, com companheirismo e união tudo é possível e isso ficou visível nessa noite de Agosto que, sem sombra de duvidas, entrou para a história. Leopoldina tremeu!

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