quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Rotting Christ – The Heretics (2019)


Rotting Christ – The Heretics (2019)
(Season of Mist – Importado)


01. In the Name of God
02. Vetry zlye (Ветры злые)
03. Heaven and Hell and Fire
04. Hallowed Be Thy Name
05. Dies Irae
06. I Believe (Πιστεύω)
07. Fire God and Fear
08. The Voice of Universe
09. The New Messiah
10. The Raven

Falar da importância do Rotting Christ, não só para a cena do Black Metal helênico, como para a mundial, é verdadeiramente chover no molhado. Responsáveis por trabalhos clássicos do estilo, sua influência é indiscutível. Também não se discute que os irmãos Sakis e Themis nunca se acomodaram, e sempre procuraram explorar novas fronteiras para o som da banda, sem nunca se desconectar com suas raízes. Triarchy of the Lost Lovers (96) marcou a introdução de elementos góticos em sua sonoridade, definindo o som da banda naquele momento, enquanto Theogonia (07) e Aealo(10) marcaram a inclusão não só de melodias, como de elementos típicos da cultura grega.

Desde então o Rotting Christ vem aperfeiçoando essa fórmula, o que gerou uma sonoridade única e irrotulável, por mais que a base do seu som continue lá, intocada. Essa mescla de agressividade com melodias, de passagens mais brutais com um lado mais atmosférico ritualista, te faz se sentir em muitos momentos meio a uma missa profana e sombria. Tem algo místico aqui, difícil de se explicar. Claro que em alguns momentos a coisa fica um pouco pomposa e cinematográfica demais, muito disso devido aos coros, mas não é algo que chega a prejudicar sua música, vide os bons resultados conseguidos com seus últimos álbuns, Κατά τον δαίμονα εαυτού (13) e Rituals (16).

The Heretics segue na mesma linha desses, e ouso dizer que algumas músicas aqui presentes poderiam estar sem problema algum em Rituals. Os vocais de Sakis estão ótimos, assim como os coros e os backings realizam um ótimo trabalho, ajudando demais na atmosfera final. O trabalho de guitarra também se mostra primoroso, principalmente no que diz respeito aos riffs, que entregam sim, boas melodias, mas também bastante peso e agressividade. Quanto a parte rítmica, destaque para a bateria de Themis, com suas levadas ritualisticas/tribais, que são o grande diferencial da banda em sua fase atual. Sem elas, o Rotting Christ não seria a mesma coisa.


A densa e pesada “In the Name of God” é um retrato perfeito do que encontraremos pela frente e funciona perfeitamente como faixa de abertura, já que te deixa ansioso pelas próximas canções. “Vetry zlye (Ветры злые)” mantém o nível no alto, com riffs pesados, um ótimo trabalho de bateria e participação de Irina Zybina(GRAI), que ajuda a dar um ar meio Pagan Metal a canção. “Heaven and Hell and Fire” possui um clima épico e ótimas melodias e refão marcante, enquanto “Hallowed Be Thy Name” prima pela pompa e pelos ótimos coros, que também dão as caras em “Dies Irae”, que tem bom peso e agressividade. “I Believe (Πιστεύω)”, com sua letra baseada em um poema de Nikolaos Kazantzakis (considerado o mais importante filósofo e escritor grego do sec. XX), é toda cantada em grego e possivelmente é a que menos empolga, por mais agressiva que seja sua parte instrumental. “Fire God and Fear” possui uma atmosfera bem sombria e sinistra, além de ótimas melodias de guitarra.  “The Voice of Universe” conta com vocais de Melechesh Ashmedi (Melechesh) e tem nos riffs o seu ponto mais alto. “The New Messiah” se mostra uma música bem densa e melódica, e “The Raven”, baseada no poema O Corvo, de Edgar Allan Poe, encerra o trabalho de forma magnífica, com bons riffs e vocais, e um clima destrutivo.

Produzido por Sakis, o álbum teve sua mixagem realizada por Jens Bogren e masterização por Tony Lindgren. Com um time desses, não se podia esperar menos do que a excelência. Clara e cristalina, consegue colocar em posição de destaque não só o peso, como as melodias presentes na música dos gregos. Já a capa foi obra de Maximos Manolis. Claro que alguns fãs mais radicais podem reclamar da proposta adotada nessa fase mais recente, mas a verdade é que em The Heretics, o Rotting Christ consegue manter o bom nível dos últimos lançamentos, com uma música sombria, mística e que possui aquele ar profano que esperamos vindo de uma lenda do Black Metal. Aos interessados, o álbum vai ganhar uma versão nacional através da Urubuz Records. Recomendadíssimo!

NOTA: 8,6

Rotting Christ é:
- Sakis Tolis (vocal/guitarra);
- George Emmanuel (guitarra);
- Van Ace (baixo);
- Themis Tolis (bateria).

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