Candlemass - The Door to Doom (2019)
(Napalm Records- Importado)
01. Splendor Demon Majesty
02. Under The Ocean
03. Astorolus - The Great Octopus (feat. Tony Iommi)
04. Bridge Of The Blind
05. Death's Wheel
06. Black Trinity
07. House Of Doom
08. The Omega Circle
Quando Epicus Doomicus Metallicus foi lançado em 1986, o impacto foi grande, não só pela qualidade de músicas como “Solitude”, “Demon’s Gate”, “Crystal Ball” ou “A Sorcerer’s Pledge”, mas pelo ineditismo de seu conteúdo. Claro que nomes como Trouble, Pentagram e Saint Vitus já haviam estabelecido as bases para o que conhecemos como Doom Metal, mas o que o Candlemass apresentou em seu debut foi bem além. As influências de Black Sabbath, o som mais arrastado e sujo, tudo isso estava presente, mas recebendo doses de Metal Tradicional e vocais mais operísticos, cortesia de Johan Längquist, que atuou como convidado.
Aliás, ser vocalista do Candlemass acabou se tornando uma missão ingrata, já que após o debut o posto foi ocupado pelo icônico Messiah Marcolin. Com ele, lançaram mais 3 clássicos, Nightfall (87), Ancient Dreams (88) e Tales of Creation (89), até que ele resolveu sair em 1991. Tentaram seguir em frente com Thomas Vikström (Stormwind, Therion) assumindo o posto, mas não vingou, apesar do bom Chapter VI (92). Após uma pausa entre 94 e 97, retornaram com Björn Flodkvist e chegaram a lançar 2 álbuns, Dactylis Glomerata (98) e From the 13th Sun (99), mas não funcionou. A solução foi o retorno da formação clássica em 2001, que rendeu mais um trabalho com Messias, Candlemass (05). Com sua saída definitiva no ano seguinte, o posto foi ocupado Mats Levén, que logo foi substituído por Robert Lowe. Com ele a frente, as coisas pareceram se estabilizar, e 3 bons álbuns foram lançados, King of the Grey Islands (07), Death Magic Doom (09), e Psalms for the Dead (12), sendo que esse foi vendido por Leif Edling como o último dos suecos. Para a surpresa de todos, Levén retornou a banda na sequência, e chegou a lançar 2 EP’s, Death Thy Lover (16) e House of Doom (18).
(Napalm Records- Importado)
01. Splendor Demon Majesty
02. Under The Ocean
03. Astorolus - The Great Octopus (feat. Tony Iommi)
04. Bridge Of The Blind
05. Death's Wheel
06. Black Trinity
07. House Of Doom
08. The Omega Circle
Quando Epicus Doomicus Metallicus foi lançado em 1986, o impacto foi grande, não só pela qualidade de músicas como “Solitude”, “Demon’s Gate”, “Crystal Ball” ou “A Sorcerer’s Pledge”, mas pelo ineditismo de seu conteúdo. Claro que nomes como Trouble, Pentagram e Saint Vitus já haviam estabelecido as bases para o que conhecemos como Doom Metal, mas o que o Candlemass apresentou em seu debut foi bem além. As influências de Black Sabbath, o som mais arrastado e sujo, tudo isso estava presente, mas recebendo doses de Metal Tradicional e vocais mais operísticos, cortesia de Johan Längquist, que atuou como convidado.
Aliás, ser vocalista do Candlemass acabou se tornando uma missão ingrata, já que após o debut o posto foi ocupado pelo icônico Messiah Marcolin. Com ele, lançaram mais 3 clássicos, Nightfall (87), Ancient Dreams (88) e Tales of Creation (89), até que ele resolveu sair em 1991. Tentaram seguir em frente com Thomas Vikström (Stormwind, Therion) assumindo o posto, mas não vingou, apesar do bom Chapter VI (92). Após uma pausa entre 94 e 97, retornaram com Björn Flodkvist e chegaram a lançar 2 álbuns, Dactylis Glomerata (98) e From the 13th Sun (99), mas não funcionou. A solução foi o retorno da formação clássica em 2001, que rendeu mais um trabalho com Messias, Candlemass (05). Com sua saída definitiva no ano seguinte, o posto foi ocupado Mats Levén, que logo foi substituído por Robert Lowe. Com ele a frente, as coisas pareceram se estabilizar, e 3 bons álbuns foram lançados, King of the Grey Islands (07), Death Magic Doom (09), e Psalms for the Dead (12), sendo que esse foi vendido por Leif Edling como o último dos suecos. Para a surpresa de todos, Levén retornou a banda na sequência, e chegou a lançar 2 EP’s, Death Thy Lover (16) e House of Doom (18).
E quem diria, no final tudo acaba como começou. Quando Leif decidiu que o Candlemass deveria lançar outro álbum de estúdio, resolveu convidar para os vocais ninguém menos que Johan Längquist, a icônica voz de Epicus Doomicus Metallicus. E para completar, The Door to Doom foi vendido como um retorno as raízes. Parafraseando o menino-prodígio, “Santa Ignorância, Leif!”. Tal afirmação soa um pouco forte, mas a verdade é que nada pode soar mais prejudicial do que maximizar ainda mais as expectativas dos fãs, que já eram grandes pelo simples fato do Candlemass voltar a lançar um álbum de estúdio. Se você não for cumprir tais promessas, isso tudo soa ainda mais irresponsável. Bem, a essa altura já deve estar bem claro que The Door To Doom não soa como um retorno da banda as suas raízes.
Grandes expectativas musicais geram grandes decepções, principalmente quando o material não condiz com o que foi prometido e com o que você idealiza. Por isso não nego, a minha primeira audição do álbum foi broxante. Então percebi que apesar da promessa de retorno as raízes, apesar de Längquist estar nos vocais e de até mesmo a capa remeter diretamente a de Epicus Doomicus Metallicus, comparar não só The Door to Doom, como qualquer outro álbum da carreira do Candlemass com o mesmo, seria de uma injustiça tremenda, afinal, ele foi um divisor de águas para o Doom Metal. A partir do momento que mudei minha forma de abordagem, a coisa toda mudou de figura, e aquela decepção inicial foi tomando o contorno de um sorriso no rosto, a cada nova audição do mesmo.
A verdade é que The Door to Doom não se difere em absolutamente nada de todos os álbuns lançados pelo Candlemass a partir de King of the Grey Islands. Isso é ruim? De forma alguma, afinal, os suecos nunca lançaram nada que não fosse menos que bom. Os fãs gostem ou não do fato, Leif Edling estabeleceu uma forma de compor confortável para ele, e se acomodou na mesma. Uma prova disse é que, caso você pegue para escutar a versão japonesa, que conta com o EP House of Doom de bônus, mal vai conseguir distinguir o momento da passagem de um para o outro, já que Johan Längquist não faz nada diferente do que Mats Levén fez anteriormente. Aqui você encontra bons vocais, melodias agradáveis, riffs duros e fortes, que dão um ar sombrio as canções. Em resumo, canções que você poderia ter escutando em outros projetos de Leif nos últimos 15 anos, como The Doomsday Kingdom, Avatarium ou Krux.
São 8 canções que mantêm o bom nível, dentro do que nos acostumamos nos últimos anos. “Splendor Demon Majesty” tem uma pegada um pouco mais acelerada e riffs bem pesados, sendo seguida por “Under The Ocean”, que segue o padrão de composição já conhecido e se destaca principalmente pelo bom solo. “Astorolus - The Great Octopus” teria tudo para ser só mais uma canção do Candlemass, mas tem a participação de Tony Iommi, o que acaba elevando o nível da mesma. “Bridge Of The Blind” é uma balada acústica dolorida e triste, mas muito bonita, enquanto “Death's Wheel” transborda peso, bons riffs e é outra que se destaca pelo solo. Outra com essas mesmas características, é a ótima “Black Trinity”, um dos poucos momentos em que Johan Längquist justifica a substituição de Mats. A já conhecida “House Of Doom” surge em uma versão levemente diferente, e que poderia ser confundida com a do EP, mesmo no que tange os vocais. Encerrando, temos “The Omega Circle”, que se destaca principalmente pelo bom refrão.
A produção do álbum ficou a cargo de Marcus Jidell, que trabalhou com Leif no Avatarium e no The Doomsday Kingdom, além de ter produzido os dois últimos EP’s da banda. A mixagem foi realizada por Niklas Flyckt (Krux) e a masterização por Svante Forsbäck (Apocalyptica, Grand Magus, Korpiklaani, Samael, Sonata Arctica, Swallow the Sun, Tarja). O resultado é muito bom, o que convenhamos, já era esperado. A capa é obra de Erik Rovanperä, e bem, é a do Epicus com pequenas modificações. Ao final, você tem duas formas para abordar The Door to Doom. A primeira, é considerando a promessa de Leif e toda a expectativa que a mesma gerou. Desse ponto de vista, o álbum é uma decepção, principalmente se você insistir em confrontar o mesmo com Epicus Doomicus Metallicus. A segunda, é esquecer tudo isso, e colocar ele frente a frente com os 3 últimos trabalhos da banda. Quando se faz isso, nos deparamos com um álbum muito consistente, épico, forte e que sim, cativa o ouvinte que der essa abertura. Que Leif pare a história do Candlemass por aqui, e se concentre em outros projetos.
NOTA: 84
Candlemass é:
- Johan Längquist (vocal);
- Mats “Mappe” Björkman (guitarra);
- Lars “Lasse” Johansson (guitarra);
- Leif Edling (baixo);
- Jan Lindh (bateria).
Musicos convidados:
- Tony Iommi (guitarra na faixa 3)
- Marcus Jidell (teclados)
- Jennie-Ann Smith (backing vocals)
- Mats Levén (backing vocals)
- Stefan Berggren (backing vocals)
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