Maestrick - Espresso Della Vita: Solare (2018)
(Die Hard - Nacional)
01. Origami
02. I a.m. Living
03. Rooster Race
04. Daily View
05. Water Birds
06. Keep Trying
07. The Seed
08. Far West
09. Across The River
10. Penitência
11. Hijos de La Tierra
12. Trainsition
O Maestrick é dessas bandas que quando você escuta, se questiona a respeito do motivo de não receberem todo o reconhecimento que lhes é merecido. Surgida em 2004, na cidade de São José do Rio Preto/SP, lançaram um dos melhores trabalhos de estreia de uma banda nacional, Unpuzzle!, no ano de 2011, sendo seguido 5 anos depois, do ótimo EP de covers The Trick Side of Some Songs. No ano passado, finalmente chegaram ao seu segundo álbum de estúdio, Espresso Della Vita: Solare, um dos melhores trabalhos lançados em 2018, ao nível mundial, sob o rótulo de Metal Progressivo.
Quem teve a oportunidade de escutar Unpuzzle!, se deparou com uma ótima mescla de Prog Metal com Rock Progressivo, com influências mais nítidas de nomes como Queen, Yes, Rush, Genesis e Jethro Tull, mas também abrindo espaço para elementos externos a música pesada, como MPB, Baião, Samba, Pop, Hard Rock, e tudo mais que julgavam caber dentro de sua música. O resultado foi fantástico, com um álbum diversificado, carregado de identidade, e que fugia do lugar-comum dentro do estilo. Pois, acreditem, o que era muito bom, conseguiu ficar melhor ainda, já que tiveram 7 anos para refinar ainda mais a sua fórmula. O resultado é exuberante.
Espresso Della Vita: Solare, é um trabalho conceitual, que aborda a vida a partir da perspectiva de uma viagem de trem. Nele, temos a primeira parte da mesma, tendo início as 6 da manhã, e cobrindo as 12 primeiras horas do dia. Esse conceito por trás da música, cria uma aura cinematográfica, gerando a sensação de estarmos diante de uma trilha sonora de filme, algo que é reforçado pela criatividade do trio formado por Fabio Caldeira (vocal, piano e teclado), Renan “Montanha” Somera (baixo) e Heitor Matos (bateria). É tudo muito bem trabalhado, e principalmente, objetivo, já que poucas são as faixas que ultrapassam a casa dos 5, 6 minutos de duração, o que evita que a audição se torne cansativa e repetitiva. O fato de buscarem fugir das obviedades musicais do Prog Metal, sem medo de experimentar e quebrar os limites impostos pelo estilo, deixa tudo ainda mais prazeroso de se escutar.
Os vocais de Fábio estão simplesmente primorosos, e são um dos pontos altos do trabalho, já que conseguem transmitir muita emoção ao ouvinte. As guitarras, quase todas gravadas pelo produtor Adair Daufembach, soam excelentes, com ótimos riffs e solos. Passagens acústicas e de viola caipira também foram incorporadas nas canções, e dão um brilho a mais nesse sentido. Quanto a parte rítmica, ela não é menos que primorosa, já que Renan e Heitor, não só esbanjam técnica, como também diversidade e coesão. Linhas de teclado e piano foram muito bem encaixadas, sem exageros, assim como as orquestrações e coros – a gravação contou com uma orquestra/coral com mais de 20 pessoas –, e os elementos étnicos soam como um grande diferencial na sonoridade do Maestrick.
(Die Hard - Nacional)
01. Origami
02. I a.m. Living
03. Rooster Race
04. Daily View
05. Water Birds
06. Keep Trying
07. The Seed
08. Far West
09. Across The River
10. Penitência
11. Hijos de La Tierra
12. Trainsition
O Maestrick é dessas bandas que quando você escuta, se questiona a respeito do motivo de não receberem todo o reconhecimento que lhes é merecido. Surgida em 2004, na cidade de São José do Rio Preto/SP, lançaram um dos melhores trabalhos de estreia de uma banda nacional, Unpuzzle!, no ano de 2011, sendo seguido 5 anos depois, do ótimo EP de covers The Trick Side of Some Songs. No ano passado, finalmente chegaram ao seu segundo álbum de estúdio, Espresso Della Vita: Solare, um dos melhores trabalhos lançados em 2018, ao nível mundial, sob o rótulo de Metal Progressivo.
Quem teve a oportunidade de escutar Unpuzzle!, se deparou com uma ótima mescla de Prog Metal com Rock Progressivo, com influências mais nítidas de nomes como Queen, Yes, Rush, Genesis e Jethro Tull, mas também abrindo espaço para elementos externos a música pesada, como MPB, Baião, Samba, Pop, Hard Rock, e tudo mais que julgavam caber dentro de sua música. O resultado foi fantástico, com um álbum diversificado, carregado de identidade, e que fugia do lugar-comum dentro do estilo. Pois, acreditem, o que era muito bom, conseguiu ficar melhor ainda, já que tiveram 7 anos para refinar ainda mais a sua fórmula. O resultado é exuberante.
Espresso Della Vita: Solare, é um trabalho conceitual, que aborda a vida a partir da perspectiva de uma viagem de trem. Nele, temos a primeira parte da mesma, tendo início as 6 da manhã, e cobrindo as 12 primeiras horas do dia. Esse conceito por trás da música, cria uma aura cinematográfica, gerando a sensação de estarmos diante de uma trilha sonora de filme, algo que é reforçado pela criatividade do trio formado por Fabio Caldeira (vocal, piano e teclado), Renan “Montanha” Somera (baixo) e Heitor Matos (bateria). É tudo muito bem trabalhado, e principalmente, objetivo, já que poucas são as faixas que ultrapassam a casa dos 5, 6 minutos de duração, o que evita que a audição se torne cansativa e repetitiva. O fato de buscarem fugir das obviedades musicais do Prog Metal, sem medo de experimentar e quebrar os limites impostos pelo estilo, deixa tudo ainda mais prazeroso de se escutar.
Os vocais de Fábio estão simplesmente primorosos, e são um dos pontos altos do trabalho, já que conseguem transmitir muita emoção ao ouvinte. As guitarras, quase todas gravadas pelo produtor Adair Daufembach, soam excelentes, com ótimos riffs e solos. Passagens acústicas e de viola caipira também foram incorporadas nas canções, e dão um brilho a mais nesse sentido. Quanto a parte rítmica, ela não é menos que primorosa, já que Renan e Heitor, não só esbanjam técnica, como também diversidade e coesão. Linhas de teclado e piano foram muito bem encaixadas, sem exageros, assim como as orquestrações e coros – a gravação contou com uma orquestra/coral com mais de 20 pessoas –, e os elementos étnicos soam como um grande diferencial na sonoridade do Maestrick.
Após a introdução, com “Origami”, temos a ótima “I a.m. Living”, com suas boas melodias, peso, refrão cativante e teclados bem encaixados. Na sequência, “Rooster Race” apresenta uma viola caipira em sua introdução, além de outros elementos regionalistas durante sua duração, que em alguns momentos me remeteram ao que o Angra fez em Holy Land. Além disso, apresenta ótimos riffs e um trabalho de bateria muito bom. “Daily View” soa como uma mistura do Queen, do A Night at the Opera, com Beatles, além de ótimas melodias vocais, enquanto a introdução de “Water Birds” me remeteu ao trabalho do grande Marcus Viana e o seu Sagrado Coração da Terra. Fora isso, se destaca também pelas linhas e solo de guitarra, vocais, e a boa utilização de regionalismos. Com uma ótima parte rítmica e boa utilização dos teclados, “Keep Trying” tem uma pegada mais Classic Rock, que deixa a mesma muito legal.
A segunda metade do álbum abre com a épica “The Seed”, bem quebrada, variada e com os dois pés bem fincados no Progressivo, e que ganha mais profundidade ainda graças aos corais. Apesar dos mais de 15 minutos de duração, você mal nota o tempo passar tamanha sua qualidade. Lembram da aura cinematográfica que falei no início da resenha? Pois bem, “Far West” poderia estar na trilha sonora de um daqueles westerns de Sergio Leone, com Clint Eastwood no papel do Homem sem Nome. Mais uma vez, as guitarras e a parte rítmica se destacam. “Across The River” é uma belíssima balada, bela e introspectiva, com um ótimo solo de guitarra, sendo seguida por outro dos pontos altos do álbum, a pesada “Penitência”, cantada em português e com uma utilização primorosa de elementos regionais. Dá até mesmo para traçar um paralelo entre ela e “Ratamahatta”, do Sepultura, apesar de diferirem muito entre si. A sequência final é composta pela ótima “Hijos de La Tierra”, com um refrão marcante, e a cativante “Trainsition”.
A produção, mixagem e masterização foram brilhantemente executadas por Adair Daufembach, e sinceramente, não fica devendo nada as produções de bandas consagradas do estilo, vindas do exterior. Sua clareza permite que escutemos cada detalhe da rica música aqui presente, mas sem que a mesma perca o peso e a energia. A parte gráfica, obra de Juh Leidl – vocalista da ótima Freesome – é outro ponto de destaque, com cada faixa possuindo uma ilustração que a retrata bem, além de vir em um digipack muito caprichado e bem-feito. Bem trabalhado e esbanjando criatividade, Espresso Della Vita: Solare, consolida de vez a sonoridade do Maestrick, e os coloca no mesmo patamar que os grandes nomes do estilo. Que a segunda parte venha logo!
NOTA: 92
Maestrick é:
Fábio Caldeira (vocal, teclado e piano);
Renato Somera (baixo);
Heitor Matos (bateria).
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