Uganga – Servus (2019)
(Independente – Nacional)
01. Anno Domini (intro)
02. Servus
03. Medo
04. O Abismo
05. Dawn
06. Hienas
07. 7 Dedos (Seu Fim)
08. Couro Cru
09. Imerso
10. Lobotomia
11. Fim de Festa
12. E.L.A.
13. Depois de Hoje…
Em um cenário onde boa parte das bandas se limita a executar o padrão que delas é esperado dentro de um estilo já definido – o que não tem nada de errado, cabe dizer –, você se deparar com um nome que ousa sair das fórmulas preestabelecidas é inspirador. Alguns podem desconhecer o Uganga, mas o grupo mineiro oriundo de Uberlândia, já está a mais de 25 anos fazendo história, com uma sonoridade bem própria. Sobre uma base Thrashcore, o sexteto formado por Manu Joker (vocal, ex-baterista do lendário Sarcófago, onde gravou o EP Rotting), Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Murcego Gonzáles (guitarra), Ras Franco (baixo) e Marco Henriques (bateria), não tem medo de arriscar e ousar, trazendo novas influências para a sua música, algumas até externas ao Heavy Metal.
Quem acompanha a carreira do Uganga, sabe que seus 2 trabalhos anteriores, Vol 3: Caos Carma Conceito (09) e Opressor (14), foram voltados para a consolidação de sua sonoridade. Com Servus, seu 5º álbum de estúdio, parece que finalmente encontraram a maturidade musical. Não vou mentir, não é uma audição fácil para quem não está acostumado com a proposta da banda, até porque soam ainda mais ousados e experimentais do que de costume, mas para quem se permitir mergulhar nessa viagem, ela pode ser uma experiência enriquecedora. Uma prova da sua relevância musical, se dá pelo fato de que Servus foi financiado através de recursos, não só do Programa de Incentivo a Cultura da Prefeitura de Uberlândia, como também oriundos da Wacken Fundation, instituição sem fins lucrativos, ligada ao Festival Wacken Open Air, e que possui a finalidade de apoiar projetos de Hard/Heavy que considerem relevantes, ao redor do mundo.
Musicalmente, como já dito, a base é o Thrashcore, mas o Uganga não se limita ao Crossover puro e simples. Elementos de estilos díspares ao Metal, como MPB, Rap e Eletrônica, se fazem presentes em diversos momentos. Isso resulta em uma sonoridade que além de agressiva e pesada, prima também pela energia e criatividade, elementos que sobram nas canções presentes em Servus. Os vocais de Manu Joker continuam ótimos, e são um dos grandes destaques do álbum, e os vocais de apoio também funcionam muito bem. A inclusão de uma terceira guitarra também fez um bem tremendo a banda, já que além de mais peso e agressividade, também influenciou na questão melódica, trazendo mais groove a sonoridade. Já a parte rítmica se destaca não só pela boa técnica e coesão, como também pela diversidade. Para enriquecer ainda mais, Servus contou com inúmeras participações especiais, algumas, um tanto inusitadas. Se fazem presentes os vocalistas Casito Luz (Witchammer) e Renato BT (do John No Arms), o saxofonista Marco Melo, o grupo chileno de Rap Lexico, o guitarrista Fabio Marreco (Totem), o DJ Eremita, o violonista Luiz Salgado, a ótima cantora e dançarina pernambucana Flaira Ferro e o espiritualista Sr. Waldir. Esses nomes mostram a amplitude da música do Uganga.
(Independente – Nacional)
01. Anno Domini (intro)
02. Servus
03. Medo
04. O Abismo
05. Dawn
06. Hienas
07. 7 Dedos (Seu Fim)
08. Couro Cru
09. Imerso
10. Lobotomia
11. Fim de Festa
12. E.L.A.
13. Depois de Hoje…
Em um cenário onde boa parte das bandas se limita a executar o padrão que delas é esperado dentro de um estilo já definido – o que não tem nada de errado, cabe dizer –, você se deparar com um nome que ousa sair das fórmulas preestabelecidas é inspirador. Alguns podem desconhecer o Uganga, mas o grupo mineiro oriundo de Uberlândia, já está a mais de 25 anos fazendo história, com uma sonoridade bem própria. Sobre uma base Thrashcore, o sexteto formado por Manu Joker (vocal, ex-baterista do lendário Sarcófago, onde gravou o EP Rotting), Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Murcego Gonzáles (guitarra), Ras Franco (baixo) e Marco Henriques (bateria), não tem medo de arriscar e ousar, trazendo novas influências para a sua música, algumas até externas ao Heavy Metal.
Quem acompanha a carreira do Uganga, sabe que seus 2 trabalhos anteriores, Vol 3: Caos Carma Conceito (09) e Opressor (14), foram voltados para a consolidação de sua sonoridade. Com Servus, seu 5º álbum de estúdio, parece que finalmente encontraram a maturidade musical. Não vou mentir, não é uma audição fácil para quem não está acostumado com a proposta da banda, até porque soam ainda mais ousados e experimentais do que de costume, mas para quem se permitir mergulhar nessa viagem, ela pode ser uma experiência enriquecedora. Uma prova da sua relevância musical, se dá pelo fato de que Servus foi financiado através de recursos, não só do Programa de Incentivo a Cultura da Prefeitura de Uberlândia, como também oriundos da Wacken Fundation, instituição sem fins lucrativos, ligada ao Festival Wacken Open Air, e que possui a finalidade de apoiar projetos de Hard/Heavy que considerem relevantes, ao redor do mundo.
Musicalmente, como já dito, a base é o Thrashcore, mas o Uganga não se limita ao Crossover puro e simples. Elementos de estilos díspares ao Metal, como MPB, Rap e Eletrônica, se fazem presentes em diversos momentos. Isso resulta em uma sonoridade que além de agressiva e pesada, prima também pela energia e criatividade, elementos que sobram nas canções presentes em Servus. Os vocais de Manu Joker continuam ótimos, e são um dos grandes destaques do álbum, e os vocais de apoio também funcionam muito bem. A inclusão de uma terceira guitarra também fez um bem tremendo a banda, já que além de mais peso e agressividade, também influenciou na questão melódica, trazendo mais groove a sonoridade. Já a parte rítmica se destaca não só pela boa técnica e coesão, como também pela diversidade. Para enriquecer ainda mais, Servus contou com inúmeras participações especiais, algumas, um tanto inusitadas. Se fazem presentes os vocalistas Casito Luz (Witchammer) e Renato BT (do John No Arms), o saxofonista Marco Melo, o grupo chileno de Rap Lexico, o guitarrista Fabio Marreco (Totem), o DJ Eremita, o violonista Luiz Salgado, a ótima cantora e dançarina pernambucana Flaira Ferro e o espiritualista Sr. Waldir. Esses nomes mostram a amplitude da música do Uganga.
Após uma introdução, o álbum começa para valer com “Servus”, um Crossover com ótimos riffs, refrão forte, boas melodias e bons backings. Com partes cadenciadas bem interessantes, “Medo” é dessas faixas agressivas e diretas, com uma pegada mais Hardcore, enquanto “O Abismo” abre espaço para as participações de Casito Luz e Marco Melo, que consegue encaixar um solo de saxofone na canção. Vale destacar também o ótimo trabalho das guitarras e a parte rítmica pesada. A curta “Dawn” traz um momento de calma para o álbum, com suas frases quase faladas por Manu Joker, tendo na sua sequência a pesada e enérgica “Hienas”, com vocais que pendem mais para o Rap, a participação dos chilenos do Lexico e ótimo desempenho rítmico e percussivo. “7 Dedos (Seu Fim)” é uma das melhores canções do álbum, e é enriquecida não só pelos vocais de Renato BT, como também pelo solo de Fábio Marreco. Tem uma queda para o Hardcore e esbanja peso, algo que também sobra em “Couro Cru”. “Imerso” tem bom groove e muita agressividade; “Lobotomia” é uma versão para o clássico da banda paulista de mesmo nome, se mostrando dura e direta, enquanto “Fim de Festa” é um Thrashcore de muita qualidade. A sequência final da abertura maior para o experimentalismo, com “E.L.A.”, contando com participações de Flaira Ferro, DJ Eremita e Luiz Salgado, e mesclando elementos de Rock, MPB, Rap e violas caipiras, e a densa “Depois de Hoje”, que além de riffs brutos e uma dose de agressividade, ainda conta com a participação do espiritualista Sr. Waldir, e sampler de um discurso de Mahatma Ghandi.
A produção, realizada por Manu Joker e Gustavo Vazquez, ficou ótima e não fica devendo nada a qualquer trabalho gringo. Deixou tudo claro, audível e pesado, mas sem perder em nada a organicidade, o que é ótimo em uma era de produções plastificadas. Já a bela capa foi obra de Wendell Araújo, e representa bem toda a espiritualidade e diversidade que emana da música do sexteto mineiro. Nela temos elementos religiosos que vão desde as religiões afro-brasileiras até as orientais, passando por referências indígenas de nosso país. Nada poderia refletir melhor o que ouvimos aqui. Com um trabalho mais diversificado e experimental, mas sem abrir mão das suas características principais, o Uganga chegou naquele ponto que toda banda anseia, que é o do amadurecimento musical. É uma banda única no cenário nacional, que merece um reconhecimento muito maior do que tem, que deve finalmente vir com Servus, um álbum que certamente estará em diversas listas de melhores do ano em dezembro.
NOTA: 87
Uganga (gravação):
- Manu Joker (vocal),
- Christian Franco (guitarra),
- Thiago Soraggi (guitarra),
- Murcego Gonzáles (guitarra),
- Ras Franco (baixo) e
- Marco Henriques (bateria)
Uganga é:
- Manu Joker (vocal),
- Christian Franco (guitarra),
- Thiago Soraggi (guitarra),
- Lucas “Carcaça” Simon (guitarra),
- Ras Franco (baixo) e
- Marco Henriques (bateria)
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