quinta-feira, 30 de junho de 2016

Lacuna Coil – Delirium (2016)


Lacuna Coil – Delirium (2016)
(Century Media - Importado)


1 - The House of Shame
2 - Broken Things
3 – Delirium
4 - Blood, Tears, Dust
5 – Downfall
6 - Take Me Home
7 - You Love Me ‘Cause I Hate You
8 - Ghost in the Mist
9 - My Demons
10 – Claustrophobia
11 - Ultima Ratio

Desde Karmacode (06) é a mesma ladainha a cada lançamento dos italianos do Lacuna Coil. Acusações de terem abandonado o Gothic Metal e se voltado para o Metal Alternativo, “americanizando” seu som e o deixando mais comercial. Aliás, sobre esse último ponto sempre achei engraçado, já que os três álbuns que o antecederam, In a Reverie (99), Unleashed Memories (01) e Comalies (02) possuiam forte apelo comercial.

Nunca aceitei muito bem o rótulo de Gothic Metal dado por alguns ao Lacuna Coil, já que isso o colocava na época, no mesmo barco de bandas como Tristania, After Forever e outras nessa linha, sendo que a mesma pouco tinha em comum com esses nomes, que eram bem mais pesados e se utilizavam de forma maciça de artifícios como vocais na linha “Beauty and Beast”. Os italianos sempre foram mais “pop” e pouco se via Andrea Ferro fazendo uso dos guturais para contrapor a bela voz de Cristina. Em comum, apenas as melodias Góticas/Atmosféricas nas canções.

Além do mais, se você escutar Comalies e o contrapor a In Reverie e Unleashed Memories, fica evidente que a fórmula adotada pela banda já vinha demonstrando desgaste e não demoraria muito para se esgotar por completo. Sendo assim, sempre vi a mudança pós-Comalies como sendo saudável para a banda, por mais que considere Karmacode um álbum fraco e seu sucessor, Shallow Life (09), ainda mais desprovido de inspiração. Mas a verdade é que desde Dark Adrenaline (12) as coisas pareciam ter voltado aos eixos, ao menos no quesito criatividade, já que as acusações de “americanização” se mantinham. E gostem ou não, Broken Crown Halo é um bom trabalho (dentro da proposta adotada pela banda).

Ainda assim, os últimos dois anos não foram dos mais fáceis, já que em um curto espaço de tempo, os guitarristas Cristiano “Pizza” Migliore e Marco Biazzi e o baterista Cristiano Mozzati sairam da banda, terminando assim com uma estabilidade que se mantinha desde 2008. Dessa forma, existia uma preocupação por parte dos fãs, de como isso iria afetar o trabalho dos italianos. E bem, me chamem de louco, mas ouso dizer que tais saídas foram a melhor coisa que poderia ter ocorrido ao Lacuna Coil.

Já aviso, se você é desses fãs saudosistas que vivem sonhando com o retorno do Lacuna Coil a sonoridade do passado, continue dormindo (e sonhando). O que vemos em Delirium é uma banda que soa ainda mais moderna em certos aspectos, mais pesada que nunca e com uma crueza que eu ainda não havia observado em seus trabalhos anteriores. E mesmo o pezinho que colocam lá no passado, não serve de consolo aos saudosistas. Sim, confesso, temos algo de sua fase inicial que pode ser percebido em diversas canções, mas nem de perto passa perto da sonoridade daquele período. Alguns podem se assustar com o que vou dizer, mas Delirium me soou em alguns momentos, como se o Fear Factory (mais discretamente) e o Korn tivessem se juntado aos italianos para regravar Comalies. Parece esquisito, mas acreditem, não é.

O maior retrato do que vamos escutar aqui já se encontra na abertura, com “The House of Shame”. De cara, Andrea Ferro já entra rugindo como nunca o fez até então (seus vocais chegam a beirar o Deathcore em alguns momentos), acompanhado de um instrumental absurdamente pesado, moderno e cru, que se contrapõe com as melodias que surgem quando a voz de Cristina (cantando como nunca aqui) entra na canção. Aliás, Andrea é o grande diferencial de Delirium, já que os melhores momentos ocorrem quando ele surge com seus vocais mais agressivos.

Vários são os pontos a destacar aqui. Primeiro, esse é um trabalho conceitual. Sua história foi elaborada após diversas visitas a sanatórios abandonados na Itália. Aqui temos um antigo sanatório, localizado em uma fortaleza nas montanhas do norte da Itália, com as músicas contando histórias das almas atormentadas que povoam o local. Um conceito emocionalmente bem forte, denso e que ajuda em muito no clima mais obscuro que permeia Delirium. Podemos observar também que, ao contrario dos trabalhos anteriores, existe coesão e unidade, pois temos padrão nas composições. Em momento algum fica aquela sensação de um junção de canções díspares que as vezes ocorria nos álbuns que antecederam este. Delirium é um trabalho que flui naturalmente da primeira à última faixa.

O Lacuna Coil, como já dito, soa muito mais pesado que antes, além de mais direto. Apesar disso, ainda conseguem manter uma certa aura “comercial” e que tem tudo para atrair uma fatia considerável de público. Além disso, a mistura dos elementos Góticos/Atmosféricos do passado (inseridos aqui com muita competência) com a pegada mais moderna adotada, acaba dando um maior dinamismo às composições. O contraste entre a agressividade maior de Andrea com as melodias vocais de Cristina geram uma diversidade muito interessante, e as guitarras, todas gravadas pelo baixista Marco-Coto Zelati, despejam os riffs mais pesados já ouvidos em um trabalho dos italianos. A bateria do estreante Ryan Folden soa pesadíssima e é inegável que a banda só ganhou com sua entrada.

Por mais que não exista uma grande variação de qualidade entre as músicas aqui presentes, é claro que temos algumas que se destacam. A já citada faixa de abertura, “The House of Shame”, é uma delas, sendo o grande destaque de Delirium. Aliás, a faixa título é outra que merece ser citada, com seu refrão grudento (escute e tente não passar dias cantarolando o mesmo) e o contraste de vocais de Andrea e Cristina. “Blood, Tears, Dust” mescla muito bem aspereza e melodias, enquanto “Take Me Home” tem um riff simplesmente viciante. “Ghost in the Mist” e “My Demons” são bem agressivas e cativantes e  “Ultima Ratio” encerra o álbum sendo um retrato fiel do mesmo.

A produção é a melhor da banda até hoje, tendo ficado a cargo de Zelati, com a mixagem feita por Marco Barusso, que já trabalhou com a banda em outras oportunidades. Já a capa também foi elaborada pelo baixista (principal compositor e que aqui tocou todas as guitarras, exceto os solos), com base em uma sessão de fotos de Alessandro Olgiati, que casou perfeitamente com a proposta lírica. Como já dito, os solos não ficaram por conta de Marco Coto Zelati, mas sim por convidados. Os responsáveis foram Barusso, Alessandro La Porta (Forgotten Tears), Diego Cavallotti (Acid Ocean, Neptune’s Rage), Myles Kennedy (Slash, Alter Bridge) e Mark Vollelunga (Nothing More).

Ousando sair de sua zona de conforto, o Lacuna Coil procurou se renovar, conseguindo ótimos resultados. Soando mais renovada e fresca, podemos dizer sem medo que uma nova fase se descortina perante os italianos. Delirium pode até não ser o melhor álbum de 2016, mas certamente está entre os principais e mais surpreendentes desse ano.

E para constar, Delirium está ganhando uma versão nacional via Valhall Music.

NOTA: 8,5

OBS: Resenha originalmente publicada na October Doom Magazine de Junho. O link para leitura online e/ou download se encontra logo abaixo.

Download: https://goo.gl/XivMuI
Leitura: https://goo.gl/7CKMkk

Lacuna Coil é:
- Cristina Scabbia (vocal)
- Andrea Ferro (vocal)
- Marco "Maki" Coti-Zelati (guitarra, baixo, teclado e sintetizador)
- Ryan Blake Folden (bateria)

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terça-feira, 28 de junho de 2016

Deep Purple – Live in Long Beach 1976 (2016)


Deep Purple – Live in Long Beach 1976 (2016)
(Shinigami Records/earMusic – Nacional)


CD1
01. Intro
02. Burn
03. Lady Luck
04. Getting Tighter
05. Love Child
06. Smoke On Yhe Water/Georgia On My Mind
07. Lazy
08. Homeward Strut

CD2
01. This Time Around
02. Owed to G
03. Guitar Solo Tommy Bolin
04. Stormbringer
05. Highway Star
Bonus (Live in Springfield 1976)
06. Smoke On Yhe Water/Georgia On My Mind
07. Going Down
08. Highway Star

Através da série Deep Purple (Overseas) Live Series, a earMusic já lançou 5 outros títulos contendo material relativamente raro do Deep Purple, Copenhagen 1972, Stockholm 1970, Paris 1975, Graz 1975 e Long Beach 1971. Agora, em seu sexto lançamento, nos apresentam Long Beach 1976, um dos poucos registros ao vivo lançados com a MK IV e aos quais, graças à iniciativa da Shinigami, os fãs brasileiros terão acesso.

Na realidade, essa apresentação não é novidade para os fãs mais ávidos da banda, já que havia sido lançada no ano de 1995 com os títulos de On The Wings of a Russian Foxbat (na Inglaterra) e King Biscuit Flower Hour Presents: Deep Purple In Concert, tendo exatamente essa mesma configuração.  Na verdade, as únicas diferenças são, que finalmente acertaram o nome de “Homeward Strut”, música da carreira solo de Tommy Bolin e que nas versões anteriores vinha erroneamente intitulada como “The Grind”, e a remasterização executada por Nick Watson.

Como já dito, esse é um dos raros lançamentos ao vivo que contam com a MK IV, ou seja, Coverdale, Hughes, Lord, Paice e o guitarrista Tommy Bolin, substituto de Blackmore e que infelizmente veio a falecer naquele mesmo ano, de overdose. Gravado no dia 27 de Fevereiro de 1976, para veiculação no programa King Biscuit Flower Hour, esse trabalho por pouco não foi intitulado Springfield 1976, já que a ideia original era a reprodução do show realizado nesta cidade, cerca de um mês antes. Mas, devido a falhas nas gravações, o mesmo acabou descartado e optaram por gravar a apresentação de Long Beach, ficando da primeira gravação as 3 faixas bônus que aqui encontramos.

O Deep Purple estava em turnê divulgando o “cult” Come Taste The Band, único trabalho de estúdio da MK IV e por isso o repertório do show mescla material desse álbum com alguns clássicos das formações anteriores da banda. O resultado são versões bem interessantes, como “Smoke On The Water”, que acaba terminando em “Georgia On My Mind” (cantada por Hughes), canção popularizada por Ray Charles, mas que recebeu muitas versões antes e depois, com destaque para a de Billie Holiday, nos anos 50. Vale citar também como destaques, “Burn”, “Lady Luck”, “Love Child”, “Stormbringer”, “Lazy” e “Highway Star”.

Forte e carregado de energia, Live in Long Beach 1976 consegue transmitir com exatidão primorosa o que era um concerto do Purple nos anos 70. Uma aquisição mais do que recomendada a todos os fãs do Purple e de boa música.

NOTA: 8,5

Deep Purple:
- David Coverdale (vocal)
- Tommy Bolin (guitarra)
- Jon Lord (teclado)
- Glenn Hughes (baixo/vocal)
- Ian Paice (bateria)

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segunda-feira, 27 de junho de 2016

S.O.T.O – Divak (2016)


S.O.T.O – Divak (2016)
(Shinigami Records/earMUSIC)

01. Divak
02. Weight of the World
03. Freakshow
04. Paranoia
05. Unblame
06. Cyber Masquerade
07. In My Darkest Hour
08. Forgotten
09. Suckerpunch
10. Time
11. Misfired
12. Fall From Grace
13. Awakened

Não seria exagero afirmar que Jeff Scott Soto é quase tão brasileiro quanto americano, devido a sua forte ligação com nosso país nos últimos anos. Além dos inúmeros shows aqui realizados, já cantou com o Tempestt e tem em sua banda dois músicos oriundos desta, BJ (guitarra/teclado) e Edu Cominato (bateria). Além disso tudo, no debut do S.O.T.O, Inside The Vertigo (15), contou com a participação de Leo Mancini (Tempestt, ex-Shaman, ex-Noturnal) e Hugo Mariutti (André Matos, ex-Shaman).

Outro fato que chama a atenção é sua “hiperatividade”, dada a quantidade absurda de bandas e projetos dos quais participa ou participou. Yngwie Malmsteen, Talisman, W.E.T., Trans-Siberian Orchestra, Journey, Axel Rudi Pell, Takara, Gus G., Vinnie Vincent, Human Clay são alguns dos nomes que contaram com a competência de Jeff nos vocais. Com o S.O.T.O, parece ter “sossegado”.

Quem escutou Inside The Vertigo se surpreendeu ao se deparar com uma música que deixa o Hard Rock de lado, pendendo para uma sonoridade mais pesada e moderna. Divak é a continuação natural do debut, continuando do ponto onde este parou. Dando voz ao seu lado mais Metal, é possível encontrarmos ecos de estilos diversos aqui e acolá, como o Prog e o Southern. Mas, apesar do peso aqui encontrado, Soto não nega suas raízes Hard Rock, que podem ser observadas nas ótimas melodias aqui presentes e nos refrões grudentos de algumas canções.

Os vocais dispensam comentários e as guitarras de BJ e Jorge Salan executam um ótimo trabalho, com ótimos riffs, pesados e que não abrem mão da melodia. David Z (ZO2, TSO) consegue imprimir grandes linhas de baixo, enquanto Edu Cominato mostra solidez e muita variedade na bateria. Aponto como minhas preferidas aqui, “Weight of the World”, “Freakshow”, “Unblame”, “Cyber Masquerade”, “Forgotten”, “Suckerpunch”, “Time” e “Fall From Grace”. Vale destacar que mais uma vez, o álbum está recheado de convidados, com destaques para Léo Mancini, Tony Dickinson e Al Pitrelli.

A produção ficou a cargo de Jeff e Edu, com mixagem e masterização de John Ellis. Excelente nível, com tudo claro, audível, pesado e com a dose exata de agressividade. Já a parte gráfica do trabalho foi toda elaborada por Gustavo Sazes.

Com uma sonoridade sólida, consistente e acima de tudo, pesada, Divak supera o ótimo debut e não decepciona. Certamente vai estar em listas de melhores do ano em Dezembro.

NOTA: 8,5

S.O.T.O é:
- Jeff Scott Soto (vocal)
- BJ (guitarra/teclado)
- Jorge Salan (guitarra)
- David Z (baixo)
- Edu Cominato (bateria)

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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Gamma Ray – Lust For Live (2016)


Gamma Ray – Lust For Live (2016)
(Shinigami Records/earMUSIC – Nacional)


01. Intro
02. Tribute To The Past
03. No Return
04. Space Eater
05. Changes
06. Insanity And Genius
07. Last Before The Storm
08. Heal Me
09. I Want Out/Future World/Ride The Sky
10. Future Madhouse
11. Dream Healer/Heading For Tomorrow (Bonus Track)
12. Gamma Ray (Bonus Track)

Continuando as comemorações pelos seus 25 anos de carreira e visando relançar todo o seu catálogo, com direito a muito material bônus, o Gamma Ray solta Lust For Live. Originalmente lançado no ano de 1993, apenas em VHS e posteriormente tendo ganho uma versão em DVD, alternava trechos do show gravado em 25 de Setembro daquele mesmo ano, com um documentário sobre a gravação do álbum Insanity And Genius (o show fazia parte da turnê de divulgação do mesmo).

O Gamma Ray se encontrava em franca ascensão, graças aos seus três primeiros álbuns, os ótimos Heading For Tomorrow (90), Sigh No More (91) e Insanity And Genius (93), o que é refletido nessa apresentação. Gravado na “casa” da banda, em Hamburgo, o set list foi quase todo concentrado no álbum recém-lançado, sendo que do set list original, apenas “Space Eater” e “Changes” não faziam parte do mesmo. Lust For Live também marca o último lançamento oficial a contar com Ralf Scheepers nos vocais, antes do mesmo sair da banda para tentar a vaga de Rob Halford no Judas Priest e posteriormente fundar o Primal Fear.

Com a banda em grande fase, o que temos aqui é aquele típico Power Metal que marca a carreira dos alemães, com destaque para a energia que as canções emanam. A gravação, que originalmente já possuía boa qualidade, foi melhorada com a remasterização realizada por Eike Freese. Chama a atenção também a inclusão da magnânima “Dream Healer/Heading For Tomorrow”, que infelizmente não fazia parte do VHS. Além desta, vale a pena destacar o fantástico medley com clássicos do Helloween, “I Want Out/Future World/Ride The Sky”, “Space Eater”, “Changes”, “Tribute To The Past” e “Insanity And Genius”.

Mostrando uma banda que caminhava a passos largos para seu auge, Lust For Live ganha finalmente sua merecida versão em CD, indicada não só para os fãs da banda, mas para todo e qualquer amante de um bom Power Metal.

NOTA: 8,0

Gamma Ray (Gravação)
- Ralf Scheepers (vocal)
- Kai Hansen (guitarra)
- Dirk Schlächter (guitarra/teclado)
- Jan Rubach (baixo)
- Thomas Nack (bateria)

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Fallujah - Dreamless (2016)


Fallujah - Dreamless (2016)
(Nuclear Blast - Importado)

01 Face Of Death
02 Adrenaline
03 The Void Alone
04 Abandon
05 Scar Queen
06 Dreamless
07 The Prodigal Son
08 Amber Gaze
09 Fidelio
10 Wind For Wings
11 Les Silences
12 Lacuna

Existem bandas que criam um estilo todo seu e durante toda a carreira repetem o mesmo, lançamento após lançamento, sempre com ótimos resultados. Existem também aquelas que mesmo possuindo uma identidade, depois de um tempo procuram novas saídas para sua música, quando tal fórmula se desgasta. Já a maioria das bandas, procura seguir alguma fórmula que deu certo e fazer sua música sem invenções, focando assim em uma parcela específica do público.

Mas vejam só, existem aqueles casos raros de bandas que, a cada lançamento, procuram se reinventar, sempre buscando novos limites para sua música e se desafiando assim do ponto de vista artístico. Esse é o caso dos americanos do Fallujah. The Flesh Prevails (14), seu trabalho anterior, já apresentava avanços quando comparado com seu debut, The Harvest Wombs (11) e o mesmo ocorre se o colocarmos frente a frente com seu novo álbum, Dreamless.

O que começou com algo que se aproximava mais do Deathcore, tomou um novo rumo, seguindo para o lado de um Death Metal muito técnico, com tendências Progressivas e Ambient que davam um diferencial bem interessante ao grupo. Em Dreamless, o Fallujah mergulha ainda mais fundo nesse lado Progressivo/Ambient, adicionando a isso alguns elementos eletrônicos, o que certamente não irá agradar aos fãs mais ortodoxos de Death, mas agradará em cheio aqueles mais afeitos a experimentações.

Impressiona-me a forma como conseguem aliar peso, brutalidade e delicadeza em sua música. Os guturais de Alex Hofmann estão lá, presentes, fazendo o elo com as raízes do Fallujah, assim como riffs agressivos, parte rítmica técnica, com um baixo forte e imponente e uma bateria simplesmente destruidora (méritos para Robert Morey e Andrew Baird). Mas ao mesmo tempo, temos belos vocais femininos que surgem em algumas canções e que fazem um contraponto muito legal com os vocais de Alex, dando uma dinâmica muito legal ao trabalho vocal apresentado. Podemos escutar também as guitarras imprimindo belas melodias atmosféricas, em um trabalho fenomenal da dupla Scott Carstairs e Brian James, hoje entre as principais do Metal atual.

Tudo isso citado logo acima acaba por gerar uma música que certamente não é de fácil digestão, mas ainda sim de um primor ímpar. Os elementos eletrônicos presentes em alguns momentos podem vir a incomodar alguns, mas em nada comprometem o resultado final das canções. Aponto como minhas faixas preferidas “Adrenaline”, “Abandon”, “Scar Queen”, “Dreamless”, “Amber Gaze”, “Wind For Wings” e “Lacuna”.

A produção, com gravação a cargo de Zack Ohren (Carnifex, All Shall Perish, Immolation), mixagem e masterização de Mark Lewis (Cannibal Corpse, Carnifex, Trivium, Kataklysm, The Black Dahlia Murder), está excelente. Tudo claro, cristalino, agressivo e pesado, como deve ser. Já a capa é um belo trabalho de Peter Mohrbacher, estando entre as mais belas de 2016. Dreamless também contou com as participações especiais das vocalistas Tori Letzler e Katie Thompson (Chiasma), do vocalista Mike Semesky (Intervals, Ordinance, ex-The HAARP Machine) e do guitarrista Tymon Kruidenier (Exivious, ex-Cynic), o que enriqueceu ainda mais o resultado final. Há um tempo atrás, li alguém definindo o Fallujah como “muito mais que uma simples banda de Death Metal”. E bem, após escutar Dreamless, nem tem como discordar de tal afirmativa.

Coeso, criativo, altamente técnico e equilibrando brutalidade e beleza, mais uma vez o Fallujah recusa-se a se repetir, fazendo de Dreamless, um dos melhores álbuns que escutei até o momento nesse ano de 2016.

NOTA: 9,0

Fallujah é:
- Alex Hofmann (vocal)
- Scott Carstairs (guitarra)
- Brian James (guitarra)
- Robert Morey (baixo)
- Andrew Baird (bateria)

Participações especiais:
- Tori Letzler (faixas 3, 6 e 7)
- Katie Thompson (faixas 4, 6 e 12)
- Mike Semesky (faixa 10)
- Tymon Kruidenier (guitarra solo na faixa 6)

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terça-feira, 21 de junho de 2016

Death Angel – The Evil Divide (2016)


Death Angel – The Evil Divide (2016)
(Shinigami/Nuclear Blast – Nacional)


01. The Moth
02. Cause For Alarm
03. Lost
04. Father Of Lies
05. Hell To Pay
06. It Can’t Be This
07. Hatred United/United Hate
08. Breakway
09. The Electric Cell
10. Let The Pieces Fall
11. Wasteland (The Mission Cover) (Bonus Track)

Sempre me considerei um sujeito esquisito quando o assunto era Thrash Metal. Enquanto meus amigos piravam com bandas como Metallica, Megadeth, Anthrax e Slayer (o famoso Big 4), eu pendia para nomes como Exodus (o grande responsável por eu estar aqui escrevendo para vocês), Testament, Dark Angel, Kreator, Onslaught (as duas últimas oriundas da Europa), dentre outras. Das não citadas, uma das minhas preferidas era o Death Angel e sempre admirei o trabalho realizado pelos mesmos em álbuns como Ultra Violence (1987), Frolic Through The Park (1988) e Act III (1990).

Desde o seu retorno, no ano de 2001, o Death Angel vem crescendo a cada lançamento, com destaque maior para seus dois últimos trabalhos, Relentless Retribution (10) e The Dreams Calls For Blood (13). Sendo assim, minhas expectativas para The Evil Divide eram as melhores possíveis, e bem, mais uma vez não me decepcionaram. Diversificado, alternando entre momentos mais velozes e outros mais cadenciados, aqui você irá encontrar tudo que espera de um trabalho dos americanos. Enérgico e carregado de intensidade, esse é daqueles álbuns que emanam uma aura de hostilidade.

Mark Osegueda dispensa qualquer tipo de apresentação e mais uma vez seus vocais estão ótimos e bem variados. A dupla Rob Cavestany (sempre monstruoso) e Ted Aguilar, mais uma vez destrói tudo nas 6 cordas, despejando alguns dos melhores riffs e solos já compostos pela banda. Lá atrás, na parte rítmica, Damien Sisson consegue imprimir ótimas linhas de baixo, Will Carroll bate pesado em seu kit de bateria e dá diversidade as composições.

Chama a atenção o fato de que, apesar de manter seus pés bem fincados naquele som típico da Bay Area, em momento algum a música do Death Angel soa datada, conseguindo aliar bem o tradicional e o moderno. Dentre minhas canções preferidas, aponto “The Moth”, “Cause For Alarm” (com algo de Hardcore), “Father Of Lies”, “It Can’t Be This”, “Hatred United/United Hate” (com solo de Andrea Kisser), “Breakway” (puta refrão grudento) e “The Electric Cell”. The Evil Divide ainda conta com uma inusitada versão para uma das músicas mais legais do Rock inglês dos anos 80, “Wasteland”, do The Mission (quem já foi em alguma balada gótica, certamente já escutou essa canção), que acabou ficando bem legal.

A produção e mixagem ficaram a cargo de Jason Suecof (que foi responsável pelo solo de “Cause For Alarm”) e Rob Cavestany, com a masterização sido realizada por Ted Jensen. Muito boa e, apesar de ter achado as guitarras um pouco polidas além da conta, a força que emana das canções passa por cima disso. Assim como em seu trabalho anterior, o Death Angel separa adultos de crianças com The Evil Divide e, ao contrário de certa banda de sua geração, continua firme e forte, esbanjando força, garra e acima de tudo, vontade de forjar músicas de qualidade.

Quer um álbum de Thrash Metal rápido, pesado e agressivo, como deve ser? Então você tem a obrigação moral de adquirir The Evil Divide. Seus ouvidos e seu ortopedista (que vai faturar um depois de você moer o pescoço aqui) agradecem.

NOTA: 9,0

Death Angel é:
- Mark Osegueda (vocal)
- Rob Cavestany (guitarra)
- Ted Aguilar (guitarra)
- Damien Sisson (baixo)
- Will Carroll (bateria)

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Canilive – Psychosomatic Schizophrenia (2016) (EP)


Canilive – Psychosomatic Schizophrenia (2016) (EP)
(Independente – Nacional)


01. The Posthumous State Of Mind
02. The March For Excellence
03. The Celebration Of Ignorance
04. Witnessing Your Fall
05. Modification (Bônus)

Talvez o motivo para tal fato seja a realidade violenta (em todos os sentidos possíveis) na qual vivemos, mas a verdade é que vertentes mais extremas do Metal tem uma penetração muito forte no Brasil, o que faz com que sejamos um verdadeiro celeiro de boas bandas que seguem essa linha mais brutal do Metal. Surgido no Rio de Janeiro do ano de 2006, o Canilive finalmente chega a sua estreia, com o EP Psychosomatic Schizophrenia.

Bem, o título e a capa não deixam qualquer dúvida sobre o conteúdo do trabalho. Aqui o ouvinte irá se deparar com um Technical Brutal Death Metal forte e carregado de fúria. Chama a atenção o fato de conseguirem dar diversidade a sua música, algo que nem sempre se consegue quando se fala de algo nessa linha. Os vocais de Gustav Moreira se mostram insanos e bem variados, enquanto Raphael Dizus e Alcindo Neto despejam riffs de muita qualidade e que transbordam agressividade. Já a parte rítmica, com Caio Planinschek (baixo) e Alberto Armada (bateria) mostra bastante técnica, peso e principalmente variedade.

Em alguns momentos, é possível notarmos elementos oriundos do Grindcore na música do Canilive, o que mostra bem o nível de criatividade desse trabalho. Das 5 faixas aqui presentes, aponto como minhas preferidas, “The Posthumous State Of Mind”, “The Celebration Of Ignorance” e “Witnessing Your Fall”.

O EP recebeu uma boa produção, que conseguiu aliar clareza e sujeira. Além disso, vem embalado em um digipack bem caprichado, com uma capa que chama bem a atenção por refletir o conteúdo musical de Psychosomatic Schizophrenia. Com uma música forte, brutal e caótica, o Canilive estréia com o pé direito e nós faz ansiar por um trabalho completo de estúdio.

NOTA: 8,0

Canilive é:
- Gustav Moreira (vocal)
- Raphael Dizus (guitarra)
- Alcindo Neto (guitarra)
- Caio Planinschek (baixo)
- Alberto Armada (bateria)

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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Grand Magus – Sword Songs (2016)


Grand Magus – Sword Songs (2016)
(Shinigami/Nuclear Blast – Nacional)


01. Freja’s Choice
02. Varangian
03. Forged In Iron – Crowned In Steel
04. Born For Battle (Black Dog of Brocéliande)
05. Master of the Land
06. Last One to Fall
07. Frost and Fire
08. Hugr (Instrumental)
09. Every Day There’s a Battle to Fight
Bonus Tracks
10. In For The Kill
11. Stormbringer (Deep Purple Cover)

Desde o lançamento de Hammer Of The North (10) que o sueco Grand Magus vem deixando de lado o Stoner/Doom de outrora para trás (e que rendeu uma série de trabalhos clássicos) e adicionando cada vez mais influências de Metal Tradicional à sua música, com resultados bem positivos, diga-se de passagem. E bem, parece que finalmente essa transição chegou a seu final.

Apesar de algumas reminiscências do passado ainda se fazerem presentes, mais precisamente em “Master of the Land”, o que vemos em Sword Songs é uma banda com forte influência de nomes como Manowar, Judas Priest e Dio, se utilizando de todos os clichês do gênero, mas com uma competência ímpar, já que na maior parte do tempo sua música consegue ter identidade. Mas convenhamos, não poderíamos esperar menos de músicos do gabarito de JB Christoffersson (vocal/guitarra), Fox Skinner (baixo/backing vocals) e Ludwig Witt (bateria).

Sword Songs continua do ponto onde Triumph and Power (14) parou, sendo a continuação mais do que natural deste. Pesada e densa, a música do Grand Magus transpira um certo clima bélico e não soa exagero dizer que em certos momentos, você consiga visualizar uma parede de escudos vikings pronta para a batalha. Os vocais de JB, como sempre, se mostram ótimos e ele prova porque é um dos melhores vocalistas da atualidade. Seu trabalho de guitarra também se mostra inspiradíssimo, com ótimos riffs e solos, além de algumas melodias bem marcantes. A parte rítmica, com Fox (reparem no peso do baixo) e Ludwig é uma das melhores que encontramos no Metal atual e esbanja diversificação e técnica.

Chamam a atenção os refrões marcantes que encontramos durante toda a audição e alguns, garanto, ficarão grudados por dias em sua cabeça. Das canções aqui presentes, todas muito boas, aponto como minhas preferidas, “Varangian”, “Forged In Iron – Crowned In Steel”, “Born For Battle (Black Dog of Brocéliande)”, “Master of the Land”, “Frost and Fire” e “Every Day There’s a Battle to Fight”. A versão nacional ainda conta com duas ótimas bônus, “In For The Kill” e “Stormbringer”, cover do Deep Purple. Por sinal, vale chamar a atenção para a duração do álbum, que passou pouco dos 30 minutos. Em uma época onde a maioria das bandas se sente na obrigação de utilizar toda a capacidade de um CD, forçando assim a incluir varias canções puramente para preencher espaço, o Grand Magus seguiu uma direção contrária, colocando apenas as mais relevantes. Até nisso seu trabalho remete aos anos 80.

A produção ficou a cargo de Nico Elgstrand, com mixagem de Roberto Laghi e masterização de Svante Forsbäck. Qualidade excelente, aliando bons timbres, clareza e peso. Já a capa foi obra de Anthony Roberts.

O Grand Magus poderia ter passado o resto da carreira praticando o Stoner/Doom que fazia tão bem e que sempre rendeu resultados excelentes, mas resolveu deixar claro que o comodismo não faz parte e seu vocabulário e mudou. Se para melhor ou pior, isso vai do gosto pessoal de cada um. O que posso dizer é que, independentemente de qualquer coisa, continuam mostrando a mesma qualidade que sempre marcou sua carreira. Sword Songs é feito sobre medida para bater cabeça e desde já, está entre os melhores lançamentos de 2016.

NOTA: 9,0

Grand Magus é:
- JB Christoffersson (vocal/guitarra)
- Fox Skinner (baixo/backing vocals)
- Ludwig Witt (bateria)

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domingo, 19 de junho de 2016

sábado, 18 de junho de 2016

Grey Wolf - Glorious Death (2016)


Grey Wolf - Glorious Death (2016)
(Arthorium Records – Nacional)


01. Wrath of the Gods (Intro)
02. The Eyes of the Medusa
03. Glorious Death
04. Metal Avenger
05. The Axe Will Rule the Kingdom (King Kull pt 2)
06. The Barbarian
07. Conan The Liberator
08. Warrior
09. Red Sonja
10. Cimmeria

Uma das bandas mais ativas do cenário nacional, os mineiros do Grey Wolf, capitaneados por Fabio “Grey Wolf” Paulinelli, chega a seu terceiro lançamento em um espaço de apenas 3 anos. Mas de nada adiantaria tanta atividade se isso não viesse acompanhado de uma música de qualidade, e bem, isso temos de sobra aqui.

Para os que desconhecem o trabalho do Grey Wolf, o grupo aposta todas as suas fichas em um Metal Tradicional que tem seus pés muito bem fincados nos anos 80, com aquela sonoridade típica de nomes como Iron Maiden, Grave Digger, Manilla Road, Running Wild e Cirith Ungol (e demais nessa linha). Liricamente, como não poderia deixar de ser diferente, apostam em temas épicos, com principal enfoque no bárbaro cimério mais famoso das HQ, Conan. O resultado disso acaba sendo muito legal!

Musicalmente, aqui não existe o mínimo espaço para modernidades e invencionices. É True Metal no talo, feito por quem realmente entende a essência do estilo. Os vocais de Fábio possuem muita qualidade e ele ainda consegue imprimir ótimas linhas de baixo, que preenchem completamente o espaço que deveria ser ocupado por uma segunda guitarra, fazendo com que sequer sintamos a ausência da mesma. Vale citar que ele também foi o responsável pela programação da bateria na gravação, já que Weslley Victor entrou na banda após o fim da mesma. Já Chris Maia fez um belo trabalho de guitarras, despejando riffs tipicamente oitentistas e imprimindo melodias bem interessantes às canções. Glorious Death contou também com a participação de Yuri Fulone nos teclados, que os encaixou sempre que necessários, sem cometer qualquer tipo de exagero.

As 9 faixas aqui presentes (descontando-se a introdução) mostram muita qualidade e nenhuma soa dispensável, já que possuem qualidades de sobra. Dessas, aponto como minhas preferidas, “The Eyes of the Medusa”, “Metal Avenger”, “The Axe Will Rule the Kingdom (King Kull pt 2)”, “The Barbarian”, “Conan The Liberator” e “Red Sonja”.

A produção ficou a cargo de Arthur Migotto e conseguiu aliar perfeitamente modernidade com aquele clima típico de produções da década de 80. Simplesmente perfeito para a proposta adotada pelo Grey Wolf. Isso também vale para a capa, um belíssimo trabalho do francês Nicolas Bournay, que remete diretamente às HQ de Conan. Transpirando um clima oitentista por todos os poros, Glorious Death é desses trabalhos feitos sob medida para se bater cabeça e vai fazer a alegria dos saudosistas e amantes do período em questão.

Sem dúvida, um dos grandes trabalhos do Metal nacional nesse ano de 2016!

NOTA: 8,5

Greywolf é:
- Fabio Paulinelli (vocal/baixo)
- Chris Maia (guitarra)
- Weslley Victor (bateria)

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nervosa - Agony (2016)


Nervosa - Agony (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Arrogance
02. Theory of Conspiracy
03. Deception
04. Intolerance Means War
05. Guerra Santa
06. Failed System
07. Hostages
08. Surrounded by Serpents
09. CyberWar
10. Hypocrisy
11. Devastation
12. Wayfarer (bônus)

O Nervosa foi sem dúvida alguma, a banda nacional que mais ganhou espaço na cena nos últimos anos. Desde o lançamento de Victim of Yourself (14), rodaram o Brasil e o mundo, tocando onde era possível tocarem e sempre com muito profissionalismo. Sempre trabalharam duro e isso é inegável. Mas na esteira disso, despertaram reações extremadas, no estilo ame ou odeie, sendo que na grande parte das vezes, os últimos apelaram para criticas tipicamente machistas, mostrando que o meio do Metal (ao menos o nacional), ao contrário do que se gaba por ai, tem muito a avançar nesse sentido.

Bem, não vou ficar aqui fazendo média e mentindo para meus prezados leitores. O Nervosa nunca esteve no meu grupo de bandas de Thrash nacionais favoritas. Seu trabalho de estreia nunca me empolgou e sempre achei que o mesmo pecava em dois pontos muito importantes, diversidade e técnica. E me desculpem, mas nem mesmo o fã mais fervoroso do trio pode negar esses dois quesitos. Sendo assim, confesso que peguei Agony para escutar sem grandes expectativas.

Bem, o que posso dizer? Ao que parece a estrada fez muito bem ao trio, pois vemos aqui uma banda muito mais madura e que melhorou visivelmente nos dois aspectos que citei acima. Trazendo para dentro de seu Thrash furioso e visceral, influências de Death e Hardcore, as músicas soam muito mais diversificadas que em seu debut, em todos os sentidos. A técnica individual também melhorou muito, vide por exemplo, a maior diversidade vocal apresentada por Fernanda Lira, que também mostra um trabalho muito superior no baixo e ao lado de Pitchu Ferraz, conseguem dar uma variedade bem interessante a parte rítmica. Já Prika Amaral, se mostra capaz de ótimas bases e despeja riffs bem interessantes, mostrando grande crescimento. Basta agora melhorar na questão dos solos, já que mostra certa deficiência nesse sentido. Em muitos momentos as músicas pedem um solo mais elaborado e o mesmo não está ali presente. Fica aquela sensação de que faltou algo à música.

Ainda assim, sou obrigado a admitir que em momento algum isso prejudica de forma profunda o resultado final de Agony, já que a garra com que o trio aqui toca, faz compensar qualquer deficiência que possam ter. A energia que emana de cada canção é algo que definitivamente impressiona. Dentre as 12 faixas aqui presentes, aponto como minhas preferidas, "Arrogance", "Theory of Conspiracy", "Intolerance Means War", "Guerra Santa" (cantada em português com uma pegada bem Hardcore), "Failed System", "Surrounded by Serpents" e "Hypocrisy".

A produção ficou a cargo do sempre competente Brendan Duffey, com mixagem e masterização realizadas por Andy Classen (Destruction, Belphegor, Dew-Scented, Holy Moses, Tankard, Krisiun, Rotting Christ). O nível é altíssimo, como não poderia deixar de ser, com tudo claro, audível, mas sem perder o peso e a agressividade. Agony vem embalado em um digipack caprichadíssimo, com capa feita pelo inglês Godmachine e design de Rafael Romanelli.

Mostrando clara e grande evolução em comparação com seu debut e cada vez mais dando uma cara própria a sua música, confesso que Agony me surpreendeu de forma muito positiva. Existem pontos a serem aprimorados? Certamente, mas se formos analisar friamente e sem paixões, que banda não os tem? Quem gostou da estreia, irá aprovar, que não gostou por motivos puramente musicais, vale a pena dar uma oportunidade e, quem sabe, mudar alguns conceitos. Agora, se o seu problema é mimimi machista misturado a dor de cotovelo, bem, aí já recomendo continuar chorando na cama, que é lugar mais quente, pois o Nervosa vai continuar fazendo muito barulho por ai.

NOTA: 8,0

Nervosa é:
- Fernanda Lira (vocal/baixo)
- Prika Amaral (guitarra)
- Pitchu Ferraz (bateria)

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Egregor - Karma (2015)


Egregor - Karma (2015)
(Independente - Importado)


01. Shunyata
02. Inflexion
03. Karma
04. Ilumina
05. Awen
06. Ritual
07. Metamorfosis
08. Mascara
09. Sideral
10. La Luz de Oscuros Recuerdos

Se existe uma coisa que lamento profundamente é o fato de o fã de Metal no Brasil não se ligar no que acontece no restante da América Latina. A quantidade de bandas de qualidade em países como Argentina, Colômbia, Chile, dentre outros é algo que chama a atenção. Mas convenhamos, se a maioria não dá valor sequer às boas bandas que temos em nosso país, exigir tal coisa é um pouco demais. Pois bem, o Egregor surgiu no Chile no ano de 2011, pelas mãos da vocalista Magdalena Opazo, do guitarrista Richard "Ripo" Iturra e do baixista Alejandro Heredia. De lá para cá, soltaram um EP e dois singles até chegar em Karma, seu álbum de estréia lançado no ano passado.

A base de sua sonoridade é o Prog Metal, mas limitar o que escutamos aqui a apenas esse rótulo é um erro. Com uma música carregada de influências modernas, com influências de Doom, Stoner, Groove, Djent e enriquecido com elementos musicais da cultura andina, a definição que a banda se dá, de Metal Eclético, não soa exagero ou pedantismo. Sua música é muito técnica, bem trabalhada e muito equilibrada, fluindo com muita naturalidade e tornando a audição de Karma muito fácil.

O grande destaque aqui realmente fica por conta de Magdalena Opazo. Com sua voz forte e potente, Magda é o maior diferencial do trabalho. Mas de nada adiantaria isso se não tivessemos um belo trabalho da guitarras, que despejam riffs bem fortes e pesados e uma parte rítmica igualmente pesada e que esbanja técnica e variedade. Vale citar também as boas melodias presentes, que em momento algum soam exageradas, mostrando que o Egregor sabe equilibrar muito bem todos os elementos presentes em sua música.

Tudo aqui é muito homogêneo, muito bem feito, mas aponto como minhas faixas preferidas, "Inflexion", "Karma", "Ilumina", "Ritual", "Metamorfosis" e "Sideral". Ah, e sim, o Egregor canta em sua língua pátria.

A produção foi muito bem feita, tendo ficado a cargo de Magdalena e Ripo, que tambem foi o responsável pela mixagem, com a masterização sido realizada no Nova Studios, na Polônia, por Maciej Dawidek. Timbres muito bem escolhidos, clareza e peso bem equilibrados. Já a capa foi obra de Pablo Rebolledo. Karma ainda contou com as participações especiais de Martín Romero (charango e quena), Martín Morales (zampoñas), Pablo Dominguez (percussão) e Héctor León (viejo).

Mostrando muita categoria, criatividade e bom gosto, o Egregor mostra a riqueza do cenário latino e não deixa nada a dever aos grandes nomes do estilo espalhados pelo mundo. Uma banda para se observar de muito perto.

NOTA: 8,0

Egregor é:
- Magdalena Opazo (Vocal)
- Richard Iturra (Guitarra)
- Giancarlo Nattino (Guitarra)
- Alejandro Heredia (Baixo)
- Carlos Hidalgo (Bateria)

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terça-feira, 14 de junho de 2016

Discharge – End Of Days (2016)


Discharge – End Of Days (2016)
(Shinigami Records – Nacional)


01. New World Order
02. Raped and Pillaged
03. End Of Days
04. The Broken Law
05. False Flag Entertainment
06. Meet Your Maker
07. Hatebomb
08. It Can’t Happen Here
09. Infected
10. Killing Yourself to Live
11. Looking at Pictures of Genocide
12. Hung Drawn and Quartered
13. Population Control
14. The Terror Alert
15. Accessories by Molotov (PT.2)

Na maior parte das vezes, quando falamos de bandas influentes de Punk/Hardcore, as pessoas tendem a pensar em nomes como Ramones, The Clash, Sex Pistols, Black Flag ou Dead Kennedys. Isso não tem absolutamente nada de errado, pois todas são nomes de grande importância para a história não só do estilo, como da música em geral, mas é um erro não incluir os ingleses do Discharge nessa lista.

Apesar de quase 4 décadas de estrada, e uma história repleta de EP’s, Singles, Coletâneas, trabalhos ao vivo e splits, esse é apenas o 7º  álbum de estúdio do grupo. Nesse tempo, conseguiram criar e dar nome a um estilo, o D-beat, e influenciou uma legião de bandas, não só dentro da cena Punk/Hardcore como também no Metal. Basta observar bandas como Metallica, Anthrax, Sepultura ou Napalm Death, dentre muitas outras, para constatar isso. Inclusive, algumas já chegaram a coverizar clássicos dos ingleses.

Se você aprecia trabalhos como o EP Why (81), o seminal Hear Nothing See Nothing Say Nothing (82), ou mesmo os trabalhos mais atuais, como Discharge (02) e Disensitise (08), não vai se decepcionar com End Of Days. Mantendo um pé em suas raízes Hardcore e flertando com o Thrash e o Crossover, conseguem não só não soar datados, como também apresentar uma música rápida, feroz e implacável. O vocalista JJ Janiak (que toca no Broken Bones com Tazz, Bones e Dave) estreia com o pé direito e se sai muitíssimo bem com seus vocais carregados de agressividade. Tony “Bones” Roberts e Terry “Tezz” Roberts (migrando da bateria para a guitarra) despejam bons riffs e conseguem imprimir boas melodias, sempre de forma muito equilibrada. Já Roy “Rainy” Wainright (baixo) e Dave Caution (bateria) formam uma parte rítmica dinâmica, enérgica e que segura o pique das canções. 

Quem é fã, sabe bem o que vai encontrar aqui. Músicas rápidas, cruas, diretas e sem qualquer enrolação. Apesar de ser um trabalho muito homogêneo, aponto como minhas preferidas, "New World Order", "Raped and Pillaged", "End Of Days", "Hatebomb", "Infected", "Killing Yourself to Live", "Hung Drawn and Quartered", "The Terror Alert" e "Accessories by Molotov (PT.2)".

A produção é de muito boa qualidade, tendo a mixagem sido feita por Peter Tägtgren e a masterização por Jonas Kjellgren. Ficou clara, audível, mas sem perder aquelas sujeira necessária para o estilo. Já a capa segue aquele padrão típico da banda e que fez, escola (sempre preto e branco) e foi feita por Janiak e Huggy.

Frenético e furioso, o Discharge vai agradar em cheio a seus fãs com End Of Days, mostrando que o tempo só fez bem a banda e que ainda têm muita lenha para queimar. Um dos grandes lançamentos do estilo, senão o principal, em 2016.

NOTA: 8,5

Discharge é:
- JJ Janiak (vocal)
- Bones (guitarra)
- Tezz (guitarra)
- Rainy (baixo)
- Dave Caution (bateria)

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Alkanza - Colonizado Pelo Sistema (2015)


Alkanza - Colonizado Pelo Sistema (2015)
(Independente - Nacional)


01. Foda-se o Sistema!
02. Desordem
03. Brasil
04. Porrada
05. Psico Terror
06. Dominação
07. Isso é Violência
08. Residente do Caos

O Sul do Brasil sempre revelou ótimos nomes para o cenário metálico nacional. Vindo de Santa Catarina, o Alkanza é mais um bom nome a vir daquelas bandas e apresenta aqui seu primeiro trabalho completo de estúdio, Colonizado pelo Sistema. Antes, em 2014, haviam lançado um EP, Destroyed the System.

A primeira coisa que chama a atenção é a decisão de apostar em letras no nosso idioma pátrio. Isso faz toda a diferença, já que as suas letras são bem fortes e críticas e fazem muito mais sentido serem cantadas em português do que em inglês. Podemos observar também um maior amadurecimento do seu Thrash Metal, confirmando assim o potencial mostrado em Destroyed the System.

Mas engana-se quem acha que vai se deparar com uma banda que aposta em um Thrash Metal Old School puro e simples, como e executado por boa parte das bandas nacionais na atualidade. Sua música, mesmo sem se desligar das raízes do estilo, apresenta um ar mais moderno, pendendo mais para o lado do Groove e mostrando peso e agressividade. Os vocais de Thiago Bonazza se mostram agressivos e conseguem transmitir toda a raiva contida nas letras do Alkanza. Além disso, ele faz boa dupla com André Guterro nas guitarras, despejando bons riffs. Já na parte rítimica, com o baixista Paolo Azevedo e o baterista Fernando Garcia, que gravaram o CD, podemos observar boa diversidade e bastante peso.

As canções aqui apresentadas são bem diretas, sem espaço para enrolações e aponto como minhas preferidas, "Foda-se o Sistema!", "Desordem", "Brasil", "Psico Terror" e "Residente do Caos".

A produção ficou a cargo de Thiago e José Roberto Chapolim, tendo ficado com boa qualidade, deixando tudo claro, mas sem tirar a agressividade. Já a capa é obra de Getúlio Faria e transmite com perfeição todo o conteúdo das letras. Com uma sonoridade intensa, forte, enérgica e bem agressiva, o Alkanza tem tudo para nos próximos anos, firmar seu nome entre os melhores do estilo no Brasil. Mais uma boa revelação do Metal nacional. Para quem se interessou, o CD foi disponibilizado para download gratuito.

NOTA: 8,0

Alkanza (gravação):
- Thiago Bonazza (vocal/guitarra)
- André Guterro (guitarra)
- Paolo Azevedo (baixo)
- Fernando Garcia (bateria)

Alkanza é:
- Thiago Bonazza (vocal/baixo)
- André Guterro (guitarra)
- Ramon Scheper (bateria)

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Dying Suffocation – When I Die (2015) (EP)


Dying Suffocation – When I Die (2015) (EP)
(Independente – Nacional)


01. The Angels
02. When I Die
03. In Search Of Salvation
04. Rivers Of Blood

Por mais que muitos desconheçam, por completa falta de interesse de sair da mesmice, bandas de qualidade surgem a todo o momento no Brasil. O Dying Suffocation é um nome relativamente novo, já que surgiu apenas em 2014 na cidade de Pato Branco/PR, mas já mostra boa maturidade em seu EP de estreia.

O Dying Suffocation trafega pelo Doom Metal, com algumas influências de Death aqui e ali, o que gera uma sonoridade bem soturna. Sua música obviamente é arrastada, pesada, técnica e cadenciada e felizmente, muito bem equilibrada. E o principal motivo de tal fato pode e deve ser atribuído à variedade encontrada aqui.

Um dos grandes problemas de nomes que apostam em canções de duração um pouco mais longa e de maior cadência é conseguir não deixar sua música cansativa após um tempo de audição. Os paranaenses escapam dessa armadilha graças a alguns aspectos bem pontuais em sua música. Os vocais de Claudio Daniel não ficam apenas no gutural, pendendo em alguns momentos o rasgado, dando boa variedade nesse sentido. As guitarras de Alex Habigzang e Fabio Conterno, apesar de não solarem muito, despejam uma quantidade grandes de riffs, sendo outro ponto de diversidade nas composições, algo que também podemos observar no trabalho da parte rítmica, composta por André e Jorge Kichel (baixista e baterista, respectivamente).

São apenas 4 canções, que duram cerca de 32 minutos e que se mostram bem homogêneas quanto à qualidade, ficando até um pouco injusto apontar destaques, mas como sempre teremos lá nossas preferências, as minhas ficam com “The Angels” e “In Search Of Salvation”.

Gravado no Studio Musical Box, a produção ficou a cargo da própria banda e de Julio César, com a mixagem e masterização sendo feitas por Alex Habigzang e Edi Bugança. Temos aqui algo que pende um pouco mais para uma produção orgânica, fugindo das produções plastificadas que se tornaram praxe, mas sem deixar de ter um pé na modernidade. O EP vem embalado em um digipack caprichado com capa e layout elaborados por Marcelo Vasco, o que por si só já demonstra a preocupação da banda em entregar um material profissional.

Seria exagero meu dizer que se mostram totalmente originais, mas mostram competência, criatividade e têm tudo para, em um futuro próximo, darem uma cara 100% própria às composições. Apresentando uma música muito equilibrada, sombria e com um tom fúnebre que tem tudo para agradar em cheio aos fãs de Doom, o Dying Suffocation se credencia desde já como uma das principais promessas do estilo no Brasil. Agora é esperar sair um trabalho completo para confirmar todo esse potencial.

NOTA: 8,0

Dying Suffocation é:
- Claudio Daniel (vocal)
- Alex Habigzang (guitarra)
- Fabio Conterno (guitarra)
- André Kichel (baixo)
- Jorge Kichel (bateria)

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Sangue Frio (Assessoria)

terça-feira, 7 de junho de 2016

Van Canto - Voices of Fire (2016)


Van Canto - Voices of Fire (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Prologue
02. Clashings on Armour Plates
03. Dragonwake
04. Time and Time Again
05. All My Life
06. Battleday's Dawn
07. Firevows (Join the Journey)
08. The Oracle
09. The Betrayal
10. We Are One
11. The Bardcall
12. To Catharsis
13. Epilogue

Quando o Van Canto surgiu em 2006, a ideia parecia original e interessante. Um grupo de Power Metal à capella, que fazia versões de clássicos do Metal, adotando um estilo vocal que eles chamam de Rakkatakka, que nada mais é do que seus músicos fazendo repetições onomatopeicas de sons que simulam instrumentos, já que tirando os 5 vocalistas, temos apenas um baterista. Os anos foram passando, os álbuns sendo lançados, mesclando músicas próprias e covers e o que parecia legal foi se tornando repetitivo e maçante. A fórmula desgastou.

Voices of Fire é a tentativa dos alemães de renovar seu som. Em primeiro lugar, o álbum conta apenas com material autoral, deixando assim os covers para o passado. Em segundo, e certamente esse é o ponto mais interessante aqui, é que essa é uma Metal Opera baseada no livro Feuerstimmen ("Vozes do Fogo" em alemão), novo romance de fantasia de um dos escritores mais vendidos da Alemanha, Christoph Hardebusch, com quem a banda juntou forças. Batalhas épicas, heróis, dragões, está tudo presente aqui e certamente a história vai agradar em cheio os amantes desse estilo. Voices of Fire funciona como a trilha sonora do livro.

Podemos observar aqui uma banda que busca ampliar seus horizontes, para assim tirar sua música da mesmice em que se encontrava. Vemos agora um maior apelo sinfônico, que dá certa grandiosidade as músicas e que me fez soarem como uma espécie de Rhapsody sem guitarras (entenda isso como preferir). Os coros presentes, que aqui ficaram a cargo do London Metro Voices e do Coral Infantil da Chorakademie Dortmund, ajudam nessa sensação de grandiosidade e dá maior riqueza às composições se comparados com os trabalhos anteriores. O trabalho conta também com a participação do ator John Rhys-Davies, mais conhecido como Gimli, da trilogia O Senhor dos Anéis. Ele é responsável pelo prólogo, epílogo e narrações que precedem cada uma das faixas, dando assim um ar suntuoso e até mesmo cinematográfico a Voices of Fire. Os arranjos também estão mais bem trabalhados e pomposos (no bom e no mau sentido da palavra, dependendo do seu gosto).

Com tudo isso, se torna indiscutível a maior complexidade vocal presente no álbum e seria loucura negar tal fato, mas isso não faz com que eu feche os olhos para algo que me incomodou um bocado. Apesar de todo o esforço, os vocais Rakkatakka não conseguem preencher o vazio deixado pela ausência das guitarras e baixo, algo que não era tão sentido nos trabalhos anteriores. Nem o excelente desempenho do baterista Bastian Emig e as boas melodias presentes conseguem dar a profundidade que falta nesse quesito. Certamente é algo a ser mais bem trabalhado no futuro.

Das 11 faixas presentes (descontando Prólogo e Epílogo), aponto como minhas preferidas “Clashings on Armour Plates”, “Dragonwake”, “All My Life”, “Battleday's Dawn”, “Firevows (Join the Journey)” e “The Betrayal”.

A ótima produção ficou a cargo de Stefan Schmidt, deixando tudo bem claro e audível, superior ao que foi apresentado nos trabalhos anteriores. Já a capa é obra do brasileiro Osmar Arroyo, que participou de toda formulação e execução do projeto ao lado da banda e de Christoph. Entre erros e acertos, vemos em Voices of Fire uma banda que procura novas soluções para sua música, o que consegue na maior parte do tempo. Mas é aquela coisa, quem é fã, continuará sendo e certamente irá considerar esse o melhor álbum do Van Canto, mas os que não curtem essa proposta de Metal à capella, bem, esses irão continuar sem gostar.

NOTA: 7,5

Van Canto:
- Sly (vocal principal)
- Inga Scharf (vocal principal)
- Ross Thompson (vocal rakkatakka)
- Stefan Schmidt (vocal rakkatakka)
- Jan Moritz (vocal "baixo")
- Bastian Emig (bateria)

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domingo, 5 de junho de 2016

Melhores álbuns – Maio de 2016

No primeiro domingo de cada mês o A Música Continua a Mesma fará uma lista com os melhores álbuns do mês anterior. Nela, respeitaremos as datas oficiais de cada lançamento, então sendo assim, não contaremos a data que os mesmos vazaram na internet, mas sim quando efetivamente foi lançado.

Sendo assim, ai vão os melhores lançamentos de Maio na opinião do A Música Continua a Mesma.

1º. Suicidal Angels - Division of Blood  



3º. Grand Magus - Sword Songs




6º. Gruesome - Dimensions of Horror


7º. Lacuna Coil - Delirium 


8º. Death Angel - The Evil Divide  


9º. Suidakra - Realms Of Odoric


10º. Destruction - Under Attack


Menções Honrosas

Dalriada - Forrás


Katatonia - The Fall of Hearts 


King Bird - Got Newz