quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Avatarium - Hurricanes and Halos (2017)


Avatarium - Hurricanes and Halos (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Into the Fire / Into the Storm   
02. The Starless Sleep    
03. Road to Jerusalem    
04. Medusa Child    
05. The Sky at the Bottom of the Sea   
06. When Breath Turns to Air    
07. A Kiss (From the End of the World)   
08. Hurricanes and Halos

Era o ano de 2014, quando Leif Edling sofreu um colapso causado por uma doença conhecida como Síndrome da Fadiga Crônica, para a qual não existe cura definitiva, apenas tratamentos paliativos que podem fazer o paciente ter uma melhora clínica, recuperando sua qualidade de vida (sendo que apenas de 5% a 10% dos afetados conseguem efetivamente se recuperar por completo). Curiosamente, é uma doença que, contrariando o que o nome indica, piora com o repouso absoluto, sendo indicado ao paciente fazer psicoterapia e exercícios físicos leves com regularidade, o que leva à melhora a longo prazo.

Não teve jeito: Leif teve que se afastar dos palcos em um primeiro momento, mas como não podia parar por completo, acabou encontrando na sua música umas das formas de terapia de que necessitava, passando a produzir em escala quase industrial. Primeiro, tivemos o 2º álbum do Avatarium, The Girl with the Raven Mask (15), depois o EP Death Thy Lover (16), do Candlemass, e por último, nesse ano de 2017, o lançamento do debut autointitulado do The Doomsday Kingdom, e esse que é o 3º trabalho do Avatarium. Ainda assim, nesse último caso, optou por se afastar da banda para não prejudicar seu crescimento, sendo substituído primeiramente ao vivo por Anders Iwers (Dark Tranquillity, ex-In Flames) e Mats Rydström, sendo que desde 2016 esse último se tornou um membro efetivo. Das 8 canções aqui presentes, 6 são composições de Leif, mostrando que mesmo não estando mais presente com a banda em estúdio e ao vivo, sua presença na mesma continuará sendo marcante.

Quem acompanha a carreira do grupo sabe que estão em constante evolução. Se no debut se mantinham bem na cola do Candlemass, seu álbum seguinte já mostrava uma vibe mais progressiva. Agora, com Hurricanes and Halos, apresentam seu trabalho mais Stoner, mesclando com muita competência Classic Rock, Blues e boas doses daquele Rock Psicodélico dos anos 60. Os vocais de Jennie-Ann Smith continuam sendo um dos diferenciais da banda, cativando o ouvinte, enquanto Marcus Jidell (The Doomsday Kingdom, ex-Evergrey) soa simplesmente incrível e não esconde as influências de Progressivo e Rock Psicodélico em sua guitarra. A parte rítmica, com Mats Rydström e Lars Sköld (bateria, Tiamat) soa muito entrosada e coesa, além de variada e pesada, enquanto o estreante Rickard Nilsson faz um belo trabalho no teclado/órgão, soando como um misto de Jon Lord com Ray Manzarek.

O álbum abre com a ótima “Into the Fire / Into the Storm”, com uma veia mais Deep Purple, bem pesada, com bom uso do Hammond, além de um ótimo desempenho de baixo/bateria e um refrão grudento. Na sequência, “The Starless Sleep7” surge com melodias cativantes, soando como uma mescla de Uriah Heep com Jefferson Airplane, enquanto a bela “Road to Jerusalem” possui uma pegada oriental e remete ao Led Zeppelin, com destaque para o trabalho vocal e a guitarra. “Medusa Child” soa sombria e pesada, bem épica com vozes de apoio que se destacam. “The Sky at the Bottom of the Sea” vai te remeter novamente a nomes como Purple e Heep, sendo seguida pela suave “When Breath Turns to Air”, com forte influência de Blues. Na sequência final, temos a ótima “A Kiss (From the End of the World)”, com riffs pesados, refrão forte, ótimo desempenho da parte rítmica e que soa como uma mescla de Free com Black Sabbath na fase Dio, e a instrumental “Hurricanes and Halos”, com uma atmosfera bem melancólica.


Quanto à parte técnica, o álbum teve a produção feita por Marcus Jidell, enquanto a mixagem foi realizada por David Castillo (Katatonia, Amorphis, Moonspell, Kreator, Sepultura) e a masterização ficou a cargo do onisciente, onipotente e onipresente Jens Bogren. O resultado final não é menos que excelente. Já a capa é de autoria de Erik Rovanperä (Candlemass, Crucified Barbara, The Doomsday Kingdom) e se encaixa perfeitamente na sonoridade do Avatarium.

Em Hurricanes and Halos, nos deparamos com uma banda mais madura, que trabalha de forma equilibrada suas referências, sem emulá-las e, principalmente, sem soar datada, se desvinculando assim de uma vez por todas de qualquer comparação com o Candlemass. Agora é observar atentamente seus próximos passos e ver o quanto Leif se manterá presente nas composições. Mais um belo álbum lançado nesse ano de 2017.

NOTA: 8,5

Avatarium é:
- Jennie-Ann Smith (vocal);
- Marcus Jidell (guitarra);
- Mats Rydström (baixo);
- Leif Edling (baixo);
- Lars Sköld (bateria);
- Rickard Nilsson (teclado/orgão).

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