Dying
Out Flame – Shiva Rudrastakam (2014)
(Xtreem
Music – Importado)
01. Praise Of The Omnipresent One
02. Shiva Rudrastakam
03. Eternal Mother Of Great Time
04. Vayuputra
05. Maisasura Maridini
06. Trinetra Dhari (Three Eyed One)
Já se vão 25 anos que escuto Heavy Metal. Já
ouvi tantas bandas e estilos nesse tempo, que a muito algo realmente não me
surpreende. Sem entrar no mérito da discussão infrutífera sobre as bandas de
hoje não terem a mesma qualidade que as do passado (não vejo porque devem ser comparadas),
a verdade é que a muito não me surpreendo de verdade escutando um cd. Ou
melhor, não me surpreendia.
Meu espanto aqui começou ao descobrir a
procedência da banda, o Nepal. Sinceramente, acredito que há duas décadas, uma
banda vinda de lá e mais, seu trabalho chegando de alguma forma ao Brasil,
seria totalmente impensado para mim. Um viva a globalização e a popularização
da internet e suas redes sociais. Minha segunda surpresa ocorreu ao iniciar a
audição. Formada no ano de 2011, em Katmandu, apostam em um Death Metal técnico
e brutal que em muitos momentos, pode remeter a nomes clássicos do estilo, como
Deicide, Morbid Angel e os brasileiros do Krisiun, mas incluindo em sua
sonoridade, elementos étnicos típicos da cultura hindu. Só não diria que isso é
100% novo para mim, porque o Rudra (banda de Cingapura) faz uma proposta bem
similar a essa. A diferença aqui é que no caso do Dying Out Flame, esses
elementos se fazem bem mais incorporados as músicas. Flauta, sitar, tabla
indiana, cânticos e vocais femininos, tudo está ali, no corpo da música e de
forma absolutamente homogênea, tarefa nada fácil em se tratando desse tipo de
proposta. Tudo isso acaba transformando positivamente a música do Dying Out
Flame, que sem esses elementos, teria tudo para ser só mais uma banda de Death
Metal meio a tantas outras espalhadas por esse mundo afora. Os maiores
destaques aqui ficam para “Shiva
Rudrastakam”, “Eternal Mother Of Great Time” e “Maisasura Maridini”.
Fazer Metal com essa pegada mais étnica é
tarefa espinhosa até mesmo para bandas mais experientes, o que dirá para um
grupo que está apenas em seu primeiro álbum. Ainda sim, o Dying Out Flame
conseguiu com Shiva Rudrastakam,
lançar um trabalho bem dinâmico, variado e corajoso. Unindo brutalidade com
momentos mais zen e elementos de matriz hindu, surpreendem com seu “Death Metal
Védico”, mostrando que o Nepal é muito mais do que a terra de Buda e do
Everest. Vale uma audição atenta.
NOTA:
8,5
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