segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ágona – Homo Grotescus (2013)




Ágona – Homo Grotescus (2013)
(Independente - Nacional)

01. Regressão
02. Predestinados
03. Redomas
04. Maldição
05. Unon
06. Homo Grotescus
07. Utopia
08. A Sombra
09. Cavalo de Tróia
10. Gaia
11. Grande Perdedor
12. Unon (English Version)

O underground brasileiro, a cada dia que passa, vem se superando e mostrando uma capacidade ímpar de revelar ótimas bandas. E em se tratando de sons mais extremos, o Rio de Janeiro vem se mostrando com um cenário bem bastante prolífico. É de lá que vem o quarteto Ágona, que aposta suas fichas em um Death/Thrash vigoroso, com uma pegada mais moderna. Na estrada desde 2005 e com um single e um EP nas costas, finalmente chegam ao seu debut, Homo Grotescus, surpreendendo aos mais desavisados com um trabalho de inegável qualidade.
Como já dito, a linha adotada musicalmente aqui é um Death/Thrash, feito com muita agressividade, rispidez e que nada fica a dever a qualquer banda do cenário internacional. Chama muito a atenção o fato de adotarem letras em português, algo que vêm se tornando bem comum nessa nova geração de bandas da nossa cena. Acho isso algo muito positivo, pois acaba com aquele mito idiota de que a língua portuguesa e o Heavy Metal não combinam. E, diga-se de passagem, as letras do Ágona se destacam pela altíssima qualidade. “Regressão”, faixa que abre o trabalho, é um verdadeiro murro no pé do ouvido, desses de deixar o ouvinte meio surdo. “Predestinados”, faixa seguinte, vem com uma pegada Death/Thrash e empolga muito. “Redomas” é outra que surge muito agressiva e para lá de empolgante. A verdade é que o nível aqui é altíssimo e não existe uma música sequer que destoe por não possuir muita qualidade. Ainda sim, destaco “Unon”, cadenciada, furiosa e que recebeu um ótimo videoclipe (e uma verão em inglês que fecha o álbum), a intensa e pesada “Utopia”, a ótima faixa título e “Cavalo de Troia” que possui alguns elementos bem interessantes do regionalismo brasileiro.
Apresentando um trabalho muito coeso, brutal e carregado de energia, com uma ótima produção (conseguiram fazer um álbum pesado e brutal, mas com uma sonoridade cristalina) e grande técnica e criatividade, os cariocas do Ágona estreiam de forma sensacional, com um álbum que tem tudo para figurar nas listas de melhores do ano de muita gente por ai. 

NOTA: 9,0




sábado, 28 de setembro de 2013

Onslaught – VI (2013)




Onslaught – VI (2013)
(AFN Records – Importado)

01. A New World Order
02. Chaos Is King
03. Fuel For My Fire
04. Children Of The Sand
05. Slaughterize
06. 66’ Fucking’ 6
07. Cruci-Fiction
08. Dead Man Walking
09. Enemy Of My Enemy

Quando surgiu nos anos 80 o Thrash Metal era a ovelha negra do Metal, uma antítese, uma resposta a toda pompa e exagero das bandas de Hard/Glam que infestaram as paradas de sucesso naquele período. Exalando frescor, agressividade e revolta, muitas dessas bandas acabaram conquistando o grande público e alcançando o topo ou angariando reconhecimento e respeito dos fãs em todo mundo. Bandas como Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, Testament, Exodus, Kreator ou Destruction, em maior ou menor escala, estão ai para provar isso. Mas existiram também aquelas que apesar de toda a sua qualidade e capacidade técnica, acabaram relegadas a um segundo plano. Donos de duas verdadeiras preciosidades do Thrash Metal oitentista, Power From Hell (85) e The Force (86), os mestres ingleses do Onslaught se encaixam nesse grupo.
Terceiro álbum desde que retornaram as atividades no ano de 2007, VI é um passo adiante em relação a seu trabalho anterior, Sounds Of Violence (2011), pois consegue ser ainda mais duro e pesado que seu antecessor. Rápido, brutal e destilando ódio, o Onslaught mostra a geração mais nova como fazer um álbum de Thrash oitentista sem soar caricato e repetitivo. E sem muita conversa, após uma rápida introdução já chegam metendo o pé na porta e acertando um soco na boca do estômago do ouvinte com a selvagem e caótica “Chaos Is King”, que certamente irá fazer com que muitos se lembrem do Destruction. A partir daí a banda vai massacrando impiedosamente os pescoços e ouvidos alheios com uma série de petardos que não vão deixa você para de bater cabeça. Dessas, os destaques são “Fuel For My Fire”, brutal, “Children Of The Sand”, empolgante e com inspiração no Oriente Médio, “Slaughterize”, possivelmente uma das melhores músicas que compuseram nos últimos anos e com um refrão fantástico, “66’ Fucking” 6”, agressiva e com potencial para se tornar um hino da banda e “Enemy Of My Enemy”, outra que certamente vai ficar gravada na cabeça dos fãs.
VI é desses álbuns que vai crescendo a cada audição. Sua sonoridade é Old School, mas em momento algum soa datado, pois sua produção dá ao mesmo um saudável ar de modernidade, o que acaba sendo muito positivo meio a uma nova geração que procura emular tanto o que foi feito a quase 30 anos atrás que acabam soando patéticos e irritantes em alguns momentos. Aqui o Onslaught se mostra mais focado e agressivo do que nunca, provando toda a sua capacidade de fazer boa música e mostrando que sim, a nova geração ainda tem muito a aprender com as grandes bandas do passado. Uma aula de como fazer um grande álbum de Thrash.

NOTA: 8,5





sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Heavenly Kingdom – Nature in Fury (2013)




Heavenly Kingdom – Nature in Fury (2013)
(Heaven’s Music – Nacional)

01. The Trial
02. Nature In Fury
03. No Violence
04. Don’t Blame Me Don’t Judge Me
05. Crossing The Waters
06. Living Without Drugs
07. Annunciation
08. Destruction Of The Temple
09. Against All Evil
10. In The Sign Of The Cross
11. Superaction
12. Escaping From Hell

O underground nacional é feito de batalhadores, de pessoas que realmente acreditam e amam o que fazem. Indiscutivelmente esse é o caso aqui. Na estrada desde 1996, os paulistas do Heavenly Kingdom chegam a seu segundo álbum, Nature In Fury, sucessor de Tears From The Sky, lançado no ano de 2008. A aposta aqui é aquele Thrash Metal tipicamente oitentista, mas longe de qualquer tentativa de oportunismo com qualquer onda de revival. 

Aqui você irá encontrar o que espera de um álbum do estilo, ou seja, muito peso, velocidade, agressividade, vocais rasgados a cargo do também guitarrista Vágner Fifo (que pode te remeter a Kreator), um prato cheio para fãs de Thrash. Em alguns momentos a banda dá uma variada nos andamentos, o que acaba deixando suas músicas mais interessantes e evitando assim que soem repetitivas aos ouvintes. Nature In Fury abre com uma sequência matadora composta por The Trial, empolgante e que vai te fazer sair batendo cabeça e a faixa título, com uma levada mais cadenciada e que empolga muito. Outras faixas que valem a pena destacar aqui  as empolgantes  “Destruction Of The Temple” e “in The Sign Of The Cross”, “Living Without Drugs”, que tem uma alternância de andamento bem legal e “Superaction”, que conta com a participação de Roddy B., atual vocalista dos britânicos do Avenger.

O único grande se não de todo o trabalho é a produção, que não faz juz a capacidade do Heavenly Kingdom e ficou um pouco a dever, mas nada que comprometa dramaticamente o resultado final. Com muita competência, criatividade e acima de tudo, honestidade, conseguiram lançar um álbum que vai agradar em cheio todos aqueles que curtem um bom e verdadeiro Thrash Metal. E que não demorem mais 5 anos para lançar o próximo trabalho, porque pelo que é escutado aqui, voos muito mais altos podem ser dados no futuro

NOTA: 7,5



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Annihilator - Feast (2013)




Annihilator - Feast (2013)
(UDR Music – Importado)

01. Deadlock
02. No Way Out
03. Smear Campaign
04. No Surrender
05. Wrapped
06. Perfect Angel Eyes
07. Demon Code
08. Fight The World
09. One Falls, Two Rise

Nenhum fã de Thrash discute a importância do Annihilator para a história do estilo, assim como também é inquestionável o brilhantismo de seu líder e fundador, o guitarrista Jeff Waters. Mas esses mesmos fãs também reconhecem que a banda nunca chegou a receber todo o reconhecimento merecido durante quase 30 anos de carreira. Centralização excessiva do trabalho nas mãos de Jeff, que já chegou a fazer do Annihilator em estúdio uma One Man Band, entra e sai incessante de integrantes, o que nunca permitiu a banda uma formação realmente estabilizada e muitas vezes, o excesso de experimentalismo em seus álbuns. Felizmente, de alguns anos para cá, emendaram uma sequência de bons lançamentos e, ao menos no quesito vocal, Jeff encontrou em Dave Padden seu grande parceiro.
Pode-se dizer que Feast é um resumo do que foi a carreira do Annihilator até os dias de hoje. É um trabalho agressivo, pesado, raivoso, com ótimas melodias, algo que se tornou comum em seus últimos lançamentos, mas ao mesmo tempo possui aquela dose de experimentalismo que Waters sempre aplica a seus trabalhos. A sequência inicial é simplesmente matadora, uma aula de Thrash Metal, abrindo com “Deadlock”, insana, pesada e que chega a resvalar de leve no Death Metal, seguindo com a agressiva “No Way Out” e finalizando com a ótima “Smear Campaign”, que equilibra bem partes cadenciadas com outras mais velozes. Então entramos na parte mais experimental do trabalho e que muitos podem torcer o nariz. “No Surrender” tem uma pegada bem voltada para o funk em sua introdução, remetendo a muitos momentos do Faith No More, para só então descambar para algo mais pesado. Já “Wrapped” tem grande influência de Hard Rock e conta com participação do canadense Danko Jones. A balada “Perfect Angel Eyes” é o ponto mais baixo de todo o trabalho já que decididamente não funcionou. Sofrível é um adjetivo que se enquadraria aqui. Na sequência final de Feast, temos três faixas de maior duração. Aqui os experimentalismos são deixados novamente de lado e os grandes destaques são “Demon Code”, agressiva e “One Falls, Two Rise”, outra verdadeira porrada, com mais de 8 minutos de duração.
Apesar de não se perder em seus experimentalismos, é nítido que temos uma pequena queda de qualidade em meados do álbum, mas isso não é o suficiente para afetar profundamente o trabalho. Pode não ser um álbum que vá entrar no hall dos grandes clássicos do estilo, mas indiscutivelmente mantém o alto nível dos últimos trabalhos de Jeff Waters e seu Annihilator. E só como informe, a versão Deluxe conta com um Cd bônus, intitulado Re-Kill, com 15 clássicos da banda regravados com a formação atual.

NOTA: 8,5