terça-feira, 21 de abril de 2020

Alcest – Spiritual Instinct (2019)



Alcest – Spiritual Instinct (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)


01. Les Jardins De Minuit
02. Protection
03. Sapphire
04. L'île Des Morts
05. Le Miroir
06. Spiritual Instinct

Quantos artistas podem se orgulhar de serem percussores em um gênero ou subgênero da música? Poucos, muito poucos. Surgido como um projeto solo de Neige – e que desde 2009 conta com o baterista Winterhalter –, o Alcest é um dos raros nomes a poder se orgulhar de tal feito. Com sua mistura de Post Black Metal e Shoegaze, foi responsável direto pelo surgimento do Blackgaze, além de ter se tornado um instrumento de fuga da realidade por parte de seu idealizador, onde ele mergulha em sua espiritualidade e sonhos de infância. Sua sonoridade, altamente imersiva, e que trafega entre o agressivo e etéreo, mergulha o ouvinte em uma experiência musical única, e que acabou não só por atrair uma parcela de fãs do Metal, como também de fora desse meio.

Do início, com a demo Tristesse hivernale (01) até os dias de hoje, o Alcest foi construindo sua sonoridade, uma identidade única e que permite ao ouvinte perceber que se trata da banda já nos primeiros acordes. A cada lançamento, os elementos Black iam perdendo um pouco mais de espaço para o Post e o Shoegaze, até chegar a Shelter (14), onde eles se tornaram inexistentes. Em Kodama (16), para a surpresa de alguns, esses elementos retornaram a sonoridade do Alcest, e continuam fortes em Spiritual Instinct.

Apesar de ser uma continuação natural de Kodama, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de esse ser um trabalho menos introspectivo que os 2 últimos lançamentos da banda, já que Spiritual Instinct soa levemente menos escuro e mais direto que os antecessores. Aquela dose de complexidade que estamos acostumados a escutar em um álbum do Alcest se faz fortemente presente, com camadas de sons e melodias que se sobrepõem e geram paisagens sonoras que são fortes e exuberantes, tudo isso acompanhado de vocais que mesclam cantos quase litúrgicos de Neige, com aqueles gritos desesperados do Black Metal. Não vou negar que em alguns momentos, as coisas tendem a ficar um pouco parecidas, mas isso é o tipo de coisa que não incomoda de verdade um fã da banda. Já alguém mais acostumado a sonoridades mais tradicionais e dentro de um padrão, podem vir a estranhar tal proposta.


De cara já temos um dos grandes destaques do álbum, com a belíssima “Les Jardins De Minuit”, faixa que mescla a rispidez e frieza dos riffs típicos do Black, com vocais mais etéreos, por mais que em determinado momento as vozes mais ríspidas surjam. O trabalho de bateria também se destaca. Angústia e esperança se misturam, despertando sentimentos únicos. Por falar em bateria, ela surge imponente no início de “Protection”, faixa seguinte. Enérgica, pesada e bem dinâmica, possui riffs que pendem para o Progressive Black Metal e um ótimo trabalho vocal. Tem uma atmosfera mais viajante, que vai te levar longe enquanto a escuta. “Sapphire” mantêm essa vibração mais progressiva, e possui uma queda maior para o Post Metal, com destaques principalmente para as belíssimas melodias e o refrão que te pega fácil. “L'île Des Morts” tem um instrumental simplesmente fenomenal, e com cerca 9 minutos, se mostra não só a maior canção do álbum, como a melhor. Sabe aquela mescla de sons e sensações que só o Alcest consegue despertar no ouvinte? Está aqui. “Le Miroir” é uma canção altamente imersiva, e que vai fazer você mergulhar profundamente em seu interior. A sensação de solidão aqui é inevitável. Encerrando, temos “Spiritual Instinct”, com sua pegada mais melancólica e um que de ritualístico. Aqui, tempos aquela dualidade entre alegria/tristeza, ordem/caos, horror/beleza, se tornando a escolha perfeita para finalizar o álbum.

Gravado no Drudenhaus Studio, o álbum teve mais uma vez a produção e mixagem realizadas por Benoît Roux, e a masterização por Mika Jussila. O resultado, como de praxe, é ótimo, e permite ao ouvinte usufruir com perfeição de toda a experiência que é escutar um álbum do Alcest. A capa, assim como em Kodama, foi obra de Førtifem, duo formado por Adrien Havet e Jessica Daubertes. Se por um lado, musicalmente falando, esse seja o álbum mais direto e menos introspectivo dos franceses, liricamente talvez seja o mais pessoal de todos, já que Neige não teve medo de se expor nesse sentido. O resultado é um trabalho que apesar de ter sido lançado em 2019, acaba se encaixando com perfeição nos dias atuais, já que consegue mostrar que mesmo meio a maior escuridão, ainda sim há esperança.

NOTA: 88

Alcest é:
- Neige (vocal/guitarra/baixo/teclado)
- Winterhalter (bateria)

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Cirith Ungol – Forever Black (2020)

Cirith Ungol – Forever Black (2020)
(Metal Blade/Hellion Records – Nacional)


01. The Call
02. Legions Arise
03. The Frost Monstreme
04. The Fire Divine
05. Stormbringer
06. Fractus Promissum
07. Nightmare
08. Before Tomorrow
09. Forever Black

Existiu um tempo onde o Cirith Ungol foi tachado – de forma totalmente injusta – de “pior banda de Heavy Metal do mundo” por alguns setores da crítica especializada. Pasmem, isso ocorria por um motivo que hoje pode parecer bizarro, a sua originalidade. Surgido em 1972, na cidade de Ventura, na California, os americanos apresentaram em seu debut, Frost and Fire (81), uma sonoridade carregada de particularidades. Musicalmente, mesclavam elementos de bandas de Hard Rock dos anos 70, com NWOBHM e Black Sabbath. O resultado foi uma espécie de Proto-Doom, um Epic Heavy Metal com letras baseadas em fantasia, e estrutura musical oriunda da música clássica. Você leitor vai dizer que isso é algo extremamente comum atualmente, mas acredite, em 1981 não era. Fora isso, outros dois fatores tiveram peso: a escolha de timbres feita pela banda, que era bem peculiar e fugia do padrão usual na época, e o vocal bem distinto de Tim Baker, grave, agudo e anasalado, na linha “ame ou odeie”.

Foram 4 álbuns lançados, o já citado Frost and Fire, King of the Dead (84), One Foot in Hell (86) e Paradise Lost (91), mas quase nenhum sucesso comercial no período. Foi o preço pago por fazer o que queriam, e não o que era comercialmente aceito. Mesmo assim, podemos dizer que lançaram as bases não só do que viria a ser o Doom Metal, como também do Epic e do Power Metal tipicamente americanos, de bandas como Liege Lord, Brocas Helm, Omen, Tyrant e afins. Ironicamente, só após o seu término é que passaram a receber o devido reconhecimento, ganhando uma aura de cult e injustiçada. Quase 25 anos depois do término, em 2015, o baixista do Night Demon, Jarvis Leatherby, organizou um ensaio ao lado do baterista Robert Garven e do guitarrista Jim Barraza, e contando com a presença de Tim como espectador. Com vários convites para participação em festivais, a chama do Cirith Ungol reacendeu e resolveram retornar. O guitarrista Greg Lindstrom aceita participar da volta, mas o baixista Michael "Flint" Vujejia declinou, e seu posto passou a ser ocupado, merecidamente, por Jarvis. O quinteto então cai na estrada para uma série de shows, incluindo aí uma passagem no Brasil, onde encerraram o último dia da edição de 2019 do Setembro Negro.

A cobrança por parte dos fãs de um novo álbum de inéditas se tornou algo comum, e sem medo de arriscar o seu legado, o Cirith Ungol resolveu atender o anseio dos mesmos. Eis que agora temos em mãos Forever Black, o 5ª trabalho de estúdio dos americanos, após um longo hiato de 29 anos. A primeira coisa que chama a atenção é a atemporalidade de sua música, já que você nem se dá conta de que se passaram quase 3 décadas desde Paradise Lost. É como se estivéssemos novamente nos anos 80, a era de ouro do Heavy Metal, uma verdadeira viagem no tempo. O vocal de Tim continua único, e pode causar estranhamento em uma época onde os vocalistas são quase padronizados. Os fãs vão amar, os detratores continuarão a criticar, o mundo continuará girando e Cirith Ungol continuará sendo Cirith Ungol. As guitarras de Jim e Greg são absurdamente boas, pesadas, e entregam não só riffs esmagadores, como solos de muita qualidade, enquanto o baixo de Jarvis faz um ótimo trabalho. Já a bateria de Robert continua sendo o ponto de equilíbrio da banda, o centro da sonoridade do Cirith.


Como esperado, um clima épico perpassa todas as canções aqui presentes, que como de praxe, soam sombrias e diversificadas. Após uma breve introdução instrumental, temos a espetacular “Legions Arise”, veloz, enérgica, com riffs fortes, baixo galopante e tudo mais que um fã espera da banda. Na sequência, “The Frost Monstreme” tem boa cadência, um certo ar setentista, ótimo trabalho de bateria e a epicidade que todos adoramos. “The Fire Divine” é dura, com um ótimo refrão, bélica e vai te fazer se sentir em um campo de batalha, enquanto “Stormbringer” é aquela “balada” épica e pesada, com as guitarras se destacando e um dos solos mais bonitos de todo álbum. “Fractus Promissum”, tem uma queda para os anos 70, e traz em si a essência do que é o Heavy Metal; “Nightmare” é pesada, sombria e épica, e “Before Tomorrow” esbanja peso. Encerrando o trabalho, a cruel, opressiva e venenosa “Forever Black”.

Gravado no The Captain's Quarters, com produção da banda e de Armand John Anthony (Night Demon), o resultado é bom, pois deixa tudo claro e audível, mas com aquela crueza que sempre foi característica das produções passadas. Na capa, mantendo a tradição, mais uma vez temos Elric de Melnibone, personagem criado por Michael Moorcock, e que não só adorna as capas dos álbuns, como se faz presente em diversas letras durante toda a carreira. Você pode argumentar que em Forever Black, o Cirith Ungol apenas se limitou a fazer aquele mesmo som do passado, mas sinceramente, quem aqui queria ouvir algo diferente disso? Os fãs queriam o bom e velho Cirith de volta, e é exatamente o que eles encontram aqui, e em sua melhor forma. Se a ideia era abrir um sorriso enorme no rosto de todos os seus fãs, devo dizer que obtiveram êxito nessa missão. Um dos melhores álbuns que você escutará em 2020.

NOTA: 91

Cirith Ungol é:
- Tim Baker (vocal)
- Greg Lindstrom (guitarra)
- Jim Barraza (guitarra)
- Jarvis Leatherby (baixo)
- Robert Garven (bateria)

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Enemynside - Chaos Machine (2019)


Enemynside - Chaos Machine (2019)
(Rockshots Records/Shinigami Records - Nacional)


01. Faceless
02. Black Mud
03. Suffered Defeat
04. Frozen Prison Cell
05. Deadline
06. System Failure
07. The Terror
08. Shitstorm
09. No God in Kolyma
10. Devoured

Durante certo período, a Itália ficou marcada como um celeiro de bandas de Heavy Metal Melódico, por mais que fosse muito mais do que isso. Esse fato acabou por ficar marcado no inconsciente de muitos bangers, e talvez por isso, alguns se surpreendam quando alguma banda de outra vertente metálica surja pelos lados da “bota”. Pois é de lá que vem o Enemynside, banda surgida em 1994 com o nome de Scapegoat, e assim se manteve nomeada até 1999, quando alteraram para a denominação atual.

Como Enemynside, lançaram 3 álbuns, Let the Madness Begin...(03), In the Middle of Nowhere (08) e Whatever Comes (12), antes de entrar em um hiato que entre os anos de 2013 e 2016. Após o retorno, lançaram o EP Dead Nation Army em 2018, e ano passado soltaram seu 4º trabalho de estúdio, Chaos Machine. Musicalmente, o que temos é um Thrash Metal que não esconde sua admiração pela Bay Area e por nomes como Testament, Death Angel, Metallica, Forbidden, Heathen, Exodus, Vio-lence, e afins.

Apesar de deixar suas influências mais latentes, e de apostar em um estilo que teve o seu auge décadas atrás, de forma alguma a música dos italianos soa como uma simples emulação, ou mesmo datada. O quarteto formado por Francesco Cremisini (vocal/guitarra), Matt Bellezza (guitarra), Andrea Pistone (baixo) e Fabio Migliori (bateria) consegue não só imprimir sua personalidade em cada uma das canções aqui presentes, como as faz soarem atuais. Imagine uma banda da Bay Area dos anos 80 lançando um álbum em 2019. Certamente soaria como o Enemynside.

Apostando em canções velozes, com riffs pesados, agressivos, boas melodias e uma bateria avassaladora, entregam um trabalho bem homogêneo, com músicas que conseguem manter um bom nível de qualidade. Faixas como “Faceless”, “Black Mud”, e “System Failure” primam pelos riffs de qualidade e pelo vigor, enquanto “The Terror” e “Shitstorm” esbanjam força e boa técnica. “Deadline” se mostra mais variada e com um bom solo, e “No God in Kolyma” é verdadeiramente estrondosa. Mas os grandes destaques do álbum ficam por conta de “Suffered Defeat”, forte, técnica e altamente enérgica, e “Frozen Prison Cell”, feita sob medida para se bater cabeça.

Gravado no 16th Cellar Studios, com todo o processo de produção, mixagem e masterização capitaneados por Stefano Morabito (Ade, Decrepit Birth, Fleshgod Apocalypse, Theatres des Vampires), conseguiram um resultado muito bom, já que a sonoridade soa clara, limpa, moderna, mas ainda sim pesada, agressiva e longe de soar artificial. Já a belíssima capa, que deixa bem claro o conteúdo do álbum, é obra de Mario Lopez (Evil Invaders, Fabulous Desaster, Skeletal Remains, Them). O Enemynside não revoluciona o estilo, já que se utiliza de uma fórmula que já foi massificada, mas consegue dar uma cara própria a sua música, e com peso, riffs afiados, bateria veloz e energia de sobra, vai agradar em cheio aos fãs de Thrash, que terão torcicolo de tanto bater cabeça.

NOTA: 81

Enemynside é:
- Francesco Cremisini (vocal/guitarra),
- Matt Bellezza (guitarra),
- Andrea Pistone (baixo),
- Fabio Migliori (bateria)

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Wacken Open Air 2020 cancelado



Com a decisão do governo alemão de proibur grandes eventos no país até o dia 31 de agosto, devido a pandemia de COVID-19, o Wacken Open Air de 2020, que estava programado para ocorrer entre 30 de julho e 1 de agosto, está oficialmente cancelado. A respeito disso, o organizador Holger Hübner explica:

“Estamos enfrentando uma situação que não vivenciamos há 30 anos, porque temos que dizer com o coração pesaroso que, infelizmente, não haverá Wacken Open Air este ano. Toda a nossa equipe vem trabalhando intensamente nisso nos últimos meses. O festival deu certo. Estamos decepcionados por não podermos celebrar o Wacken Open Air com nossos visitantes e as bandas este ano.”

Thomas Jensen acrescenta: “Esta mensagem nos atinge profundamente e deve primeiro ser processada por nós. No entanto, apoiamos a decisão do governo federal nesta situação difícil para todo o mundo. A saúde e a segurança de todos os visitantes, artistas, funcionários, negócios, trabalhadores de segurança e resgate, funcionários do governo e todos os outros participantes sempre têm prioridade máxima para nós. Na situação atual, nós, como organizadores, nos consideramos ainda mais responsáveis e seguimos as instruções dos especialistas”.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Vulcano: Banda concede entrevista ao site Headbangers News


As resenhas e entrevistas não param! Após o lançamento de seu novo álbum, “Eye In Hell”, o VULCANO voltou a ser destaque na imprensa especializada, dessa vez, Zhema Rodero falou com o site Headbangers News.

Nesta entrevista, o guitarrista e fundador da banda falou um pouco mais sobre este atual momento, seu trabalho neste DÉCIMO SÉTIMO lançamento, métodos de composição, gravação e produção, atual formação, projetos futuros e muito mais.

Confira este bate-papo completo aqui: 
https://www.headbangersnews.com.br/entrevistas/vulcano-erupcao-de-um-gigante-brasileiro/

Em outras notícias, “Eye In Hell” já está disponível no Brasil pelo selo Hellion Records, para adquiri-lo por apenas R$ 35,00 (+ frete), acesse o link a seguir:
http://www.hellionrecords.com/site2/produtopag.asp?cod=232328

Assista ao videoclipe de “Bride Of Satan”:


Contato para shows:
E-mail: contatovulcano@gmail.com
WhatsApp/Telegram: (46) 98838-7204 – Sangue Frio Produções

Contato para assessoria de imprensa:

www.sanguefrioproducoes.com/contato
 

Sites relacionados:
https://www.facebook.com/VULCANOMETAL
http://www.vulcanometal.com/
https://www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Vulcano/20

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quinta-feira, 9 de abril de 2020

Gods & Punks lança EP para ajudar famílias impactadas pela pandemia da Covid-19


O quinteto de stoner/space rock Gods & Punks entra no combate à pandemia da Covid-19 (novo coronavírus) com o lançamento do EP Different Dimensions (The Quarantine Sessions). Exclusivo no Bandcamp, 100% do dinheiro recebido com o download deste disco será destinado para ajudar famílias com necessidade durante a crise econômica e social provocada pela doença que avança em todo o mundo. Baixe aqui: godsandpunks.bandcamp.com

O EP está disponível por apenas 1 dólar.

Enquanto algumas pessoas têm o privilégio de realmente poder ficar em casa, seguindo corretamente a quarentena, e devidamente se proteger da pandemia da Covid-19, outras estão, infelizmente, longe desta realidade. Aqui no Brasil, são centenas de milhares de famílias que vivem em extrema pobreza, em casas muito precárias sem sistema de esgoto, internet ou acesso à informação.

"Enquanto nós quatro estávamos em nossas casas cuidando de nós mesmos, sabíamos que deveríamos fazer algo por estas pessoas. Foi por isso que nos juntamos um dia para gravar este EP", destaca a banda.

Os ganhos serão encaminhados para o projeto Apadrinhe um Sorriso, que tem distribuído alimentos e água a pessoas em extrema pobreza. "Esperamos que gostem destas versões acústicas. Na verdade, estamos muito orgulhosos do resultado", ponta o Gods & Punks. E tem um presentinho com o download para as pessoas que ajudarem!

The Quarantine Sessions
Cinco meses depois de lançar o aclamado And the Celestial Ascension, o terceiro álbum do grupo de stoner progressivo carioca, Gods & Punks, o quarteto surpreende seus fãs lançando o EP “Different Dimensions (The Quarantine Sessions)”, composto de 4 versões acústicas dos seus maiores singles e uma faixa bônus exclusiva.

O projeto se originou da necessidade de ajudar ao próximo, uma vez que 100% do dinheiro arrecadado com os downloads de Different Dimensions será destinado à fundação Apadrinhe Um Sorriso, que está distribuindo comida e água para pessoas em condição de extrema pobreza durante a pandemia da Covid-19.

Em um dia de gravação, saiu Different Dimensions, que conta com arte do artista carioca Bruno Kros.

 

D.I.E.: revelada data de relançamento de polêmico vídeo que foi banido no YouTube


Após revelar o relançamento do polêmico videoclipe D.I.E., que inclusive carrega o nome da banda, os músicos do grupo informam oficialmente a data de liberação do vídeo.

O vídeo que foi banido do YouTube em 2016, será relançado no próximo dia 16 de abril, quinta feira às 11h da manhã. Caso queira ser um dos primeiros a conferir o relançamento do clipe, se inscreva no canal oficial da banda e ative o sininho para receber a notificação do lançamento do vídeo.

https://www.youtube.com/channel/UCFZtzDubbiOcLc0VCdrTcNA

Relembre o caso na íntegra pela matéria publicada no link abaixo:

http://roadie-metal.com/d-i-e-relanca-clipe-polemico-que-foi-banido-do-youtube-em-2016/

D.I.E.:
Charles Guerreiro - Vocal
Hell Hound - Guitarra
Roger Vorhees - Baixo
Mortiz Carrasco – Bateria:

Links:
https://web.facebook.com/dietheofficialband/
https://www.instagram.com/dieofficialband/
https://www.youtube.com/channel/UCFZtzDubbiOcLc0VCdrTcNA

VNZ: banda lança EP, Pray For You, em todas as plataformas digitais




Com duas músicas devidamente apresentadas, o projeto VNZ, após liberar os clipes de Don’t Fight Surf 4Your Rights e Pray For You, lança oficialmente seu EP, compilado com as duas canções em todas as plataformas digitais.

Usuários de Spotify (link abaixo), Deezer, Apple Music, Tidal e várias outras, já podem conferir as músicas de Dener Vianez em todas as plataformas.

Escute:

https://open.spotify.com/album/4JsOBGprzyoIHJiG6XmR7B?si=0knI1DW5QaihsiFO4xFcXQ

VNZ
Dener Vianez-Vocal
Adriano Scaramussa – Guitar
Sergio Filho – Bass
Magdiel Santos – Drums

Links:
https://web.facebook.com/Dener-Vianez-1793647847320448/?_rdc=1&_rdr
https://www.youtube.com/channel/UCHEPG3UG-cAMcWCIffJbYIw

Infector Cell: banda libera EP, Welcome To Brutal Reality para audição completa em seu canal de YouTube


Lançado oficialmente nas plataformas digitais no dia 28 de outubro de 2019, o EP Welcome To Brutal Reality, do Infector Cell, é uma regravação feita do registro que originalmente foi liberado em 2009 e celebrava os 10 anos de seu lançamento.

O disco que primeiro chegou ao mundo nas plataformas digitais, gradativamente teve suas músicas liberadas no canal de YouTube da banda e agora, oficialmente, em formato completo, é possível que os fãs do Infector Cell, escutem na íntegra pela plataforma de vídeo, Welcome To Brutal Reality.

Escute:


Tracks:
01 – Intro
02 – Brutal Revenge
03 – Em Fúria
04 – Dominated by Hate
05 – Vision of Apocalypse

Formação:
Allan Pereira – Vocal
Fagner Oliveira – Guitarra
Giovanni Tolosa– Baixo
Fernando Santos – Bateria

Mais informações:

www.infectorcell.com.br
https://www.facebook.com/infector.IC
https://www.instagram.com/infector.cell/
https://www.youtube.com/user/infectorcell1
http://roadie-metal.com/press/infector-cel


Rage In My Eyes: banda fará parte do Quarentena Rock Online Fest do canal Heavy Talk


A banda gaúcha Rage In My Eyes é uma das convidadas para se apresentar do Quarentena Rock Online Fest, evento virtual promovido pelo canal do Youtube Heavy Talk, que será realizado neste sábado, 11 de abril, a partir das 20h. Segundo o produtor Lucas Steinmetz (conhecido como Moita), o “home festival” foi criado “para ajudar a entreter vocês durante esse período de confinamento. Serão alguns nomes bastante conhecidos do cenário nacional apresentando músicas de suas carreiras”. O vocalista Jonathas Pozo mostra-se agradecido pelo convite da produção e declara que “em tempos de crise, a música sempre se mostra um remédio para todas as situações, e participar deste evento é uma chance de levar um pouco de otimismo para as pessoas, distraindo-as diante de tantas notícias ruins. Nosso muito obrigado ao Moita pelo convite e esperamos que todos fiquem ligados no canal Heavy Talk neste sábado, pois vamos apresentar uma versão inédita de um dos singles do “Ice Cell”!”. É importante frisar que a exibição será gratuita durante todo o final de semana, e posteriormente ficará disponível apenas para os membros que assinam o canal.

Acesse o evento no Facebook para mais informações: https://www.facebook.com/events/2997566190264712/

Acompanhe o canal: https://youtube.com/heavytalkvideos

Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann e Leo Nunes (guitarras), Pedro Fauth (baixo) e Francis Cassol (bateria) tem trabalhado na divulgação do álbum “Ice Cell”, o primeiro após a troca de nome de Scelerata para Rage In My Eyes, e promovem também o vídeo clipe para a faixa “Hole in the Shell”, contendo algumas cenas gravadas pelos próprios fãs na abertura para o histórico show do Iron Maiden em Porto Alegre no ano passado.

Contatos:
Site: www.rageinmyeyes.com
Facebook: www.facebook.com/rageinmyeyes
Instagram: www.instagram.com/rageinmyeyes
Assessoria de Imprensa: www.wargodspress.com.br


Assista ao vídeo clipe de “Hole in the Shell”:

Hellfest 2020 cancelado


Os organizadores do Hellfest Open Air anunciaram o cancelamento oficial da edição do festival deste ano no Facebook. Também há um comunicado de imprensa oficial no site do evento. Segundo as autoridades francesas, a atual situação do Covid 19 e a assinatura de um decreto da prefeitura impediriam a realização do festival este ano. O próximo Hellfest acontecerá de 18 a 20 de junho de 2021 em Clisson, França.

Ao mesmo tempo que o anúncio do cancelamento da edição do festival deste ano foi feito, os organizadores do Hellfest Open Air lançaram uma campanha de doação online para apoiar a fundação do Hospital Universitário de Nantes na luta contra o coronavírus. Você pode encontrar mais informações sobre a campanha "Hellfest For Health" aqui.

Unleashed: Johnny Hedlund está trabalhando em livro sobre tradições e valores viking


O vocalista do Unleashed, Johnny Hedlund, confirmou à Loud TV da França que está trabalhando em um livro sobre tradições e valores viking. "Não posso expor muito mais sobre isso agora, porque eu diria um pouco cedo demais", disse ele (veja o vídeo abaixo). "Mas está chegando. Está indo bem. Toda vez que eu saio, se estou em um aeroporto ou em uma aeronave ou passo algum tempo livre, continuo trabalhando nisso. É muito divertido."

Ele continuou: "Eu não acho que alguém tenha feito um livro como esse, que é o meu entendimento das tradições e valores vikings. É isso que é. Vamos ver o que acontece quando sair. Estou realmente emocionado com isso. Eu provavelmente me divirto mais escrevendo, do que pensando em como será quando terminar. Estou tentando me divertir fazendo isso - criando. "

Segundo Hedlund, seu próximo livro não será ficção "de maneira alguma". Ele explicou: "Sem dizer muito, é sobre como sobreviver, de certa forma. É sobre como olhar para o futuro sem ficar deprimido. É sobre olhar para o futuro, usando a tradição Viking. Então, eu estou combinando esses dois, portanto, é muita psicologia, obviamente, mas também muitas coisas práticas. É muito sobre como eu vivo, como minha família vive e como meus amigos vivem. Acho que tem o seu lugar, e nós vamos ver o que as pessoas pensam sobre isso quando terminar. "

Ele acrescentou: "A visão convencional dos vikings, fica muito comercial, fica muito fácil e fica um pouco infantil, de certa forma. E eu não acho que foi tão infantil, e não acho que foi tão fácil - acho que foi mais difícil do que isso, e acho que havia mais do que isso. Então, acho que essa é a minha tarefa. É isso que eu faço. É o que eu tento trazer à tona por 30 anos. Vamos ver. Alguém mais terá que ser juiz se eu fizer um bom trabalho ou não. "

O 13º álbum completo do Unleashed, "The Hunt For White Christ", foi lançado em outubro de 2018 pela Napalm Records.

Enslaved: banda revela tracklist e conceito de Utgard


Os noruegueses do Enslaved compartilharam alguns detalhes e a lista das faixas de seu novo álbum, Utgard, que será lançado ainda esse ano, no período do outono europeu.

“Como anunciado anteriormente, nosso próximo álbum Utgard será lançado no outono de 2020 via Nuclear Blast, e gostaríamos de ter um momento para orientar você na essência e na lista de faixas do álbum”, escreveu a banda em comunicado.

“Utgard tem inúmeros significados para nós; uma imagem, metáfora, um “local” esotérico, uma palavra por si só, etc – em diferentes níveis e camadas. Da mitologia nórdica, nós a conhecemos como uma paisagem onde os gigantes vagam; onde os deuses de Asgard não têm controle; perigoso, caótico, incontrolável e onde mora loucura, criatividade, humor e caos.”

“O álbum é uma jornada para e através de Utgard”, continua a declaração. “É um lugar de unificação do que está acima e do que está abaixo. Não se trata de evitar o medo da escuridão negra (continuará crescendo até o próximo confronto), mas de entrar na escuridão. Este é o renascimento do indivíduo. Em um mundo que ficou tão obcecado com as falsas luzes da ganância, do ciúme e do egoísmo, essa é uma jornada necessária.”

“Utgard não é um conto de fadas, é uma parte vital de sua mente e de seu entorno, e tem sido desde os primórdios da humanidade. Reconhecer que esse reino existe e é uma parte vital do eu, nos inspirou profundamente desde os primeiros dias de nossas vidas. Aproveite nossa jornada para os limites externos. ”

Tracklist

1. Fires In The Dark
2. Jettegryta
3. Sequence
4. Homebound
5. Utgardr
6. Urjotun
7. Flight Of Thought And Memory
8. Storms Of Utgard
9. Distant Seasons

 

…and Oceans: banda lança vídeo para “Five Of Swords”


Após um hiato de 18 anos, a banda finlandesa de Black Metal Sinfônico …and Oceans vai lançar um novo álbum, intitulado Cosmic World Mother, no dia 8 de maio, via Season of Mist.

A banda lançou um videoclipe para a nova música, “Five Of Swords”. A respeito disso, o vocalista Mathias Lillmåns comentou:

“‘Five Of Swords’ é minha música favorita do álbum. Uma música da velha escola … and Oceans, mas feita para se encaixar na década de 2020, acompanhada por um videoclipe minimalista, frio, mas ainda pessoal! É uma música que mostra outro lado da Cosmic World Mother e o que ele tem a oferecer”

A arte da capa da Cosmic World Mother foi criada por Adrien Bousson


Tracklisting:

“The Dissolution Of Mind And Matter”
“Vigilance And Atrophy”
“Five Of Swords”
“As The After Becomes The Before”
“Cosmic World Mother”
“Helminthiasis”
“Oscillator Epitaph”
“In Abhorrence Upon Meadows”
“Apokatastasis”
“One Of Light, One Of Soil”
“The Flickering Lights”

terça-feira, 7 de abril de 2020

Chelsea Wolfe - Birth of Violence (2019)


Chelsea Wolfe - Birth of Violence (2019)
(Sargent House – Importado)


01. The Mother Road
02. American Darkness
03. Birth of Violence
04. Deranged for Rock & Roll
05. Be All Things
06. Erde
07. When Anger Turns to Honey
08. Dirt Universe
09. Little Grave
10. Preface to a Dream Play
11. Highway
12. The Storm

Apesar de não se enquadrar estilisticamente dentro do Heavy Metal, Chelsea Wolfe sempre chamou a atenção daqueles bangers mais afeitos a sonoridades soturnas e melancólicas, já que suas canções sempre foram perpassadas por um clima sombrio e escuro. Seus dois últimos álbuns, os ótimos Abyss (15) e Hiss Spun (17) reforçaram ainda mais essa tendência, dado o maior peso que foi incorporado aos mesmos, que em alguns momentos, chegam a beirar o Doom no que tange o instrumental. Sendo assim, existia uma expectativa maior a respeito de seu novo trabalho de estúdio, e da direção que sua música tomaria com Birth of Violence.

Após o lançamento de Hiss Spum, se seguiu uma estafante turnê, que levou Chelsea ao seu limite. Esgotada, optou por se isolar de todo o mundo, em sua casa no norte da Califórnia, e foi durante esse período que se deu todo o processo de composição e gravação de Birth of Violence. Após tamanha intensidade nos últimos anos, Wolfe optou por seguir um caminho mais introspectivo, mergulhando fundo em seu lado mais Folk, apresentando um trabalho que remete mais ao seu passado do que o presente recente. Mas não pense que por seguir uma linha mais acústica, que isso torna seu trabalho mais acessível, porque nada pode ser mais enganoso que isso.


Birth of Violence é um trabalho denso, e seu peso se encontra no clima opressivo que ele acaba por gerar. O violão é o elemento central das canções, mas ele vem muito bem acompanhado do piano, sintetizadores e belos arranjos de cordas. Os vocais de Chelsea estão simplesmente maravilhosos, soam etéreos e dão um ar ainda mais transcendental as canções. Tudo isso junto, em muitos momentos, passa uma sensação ritualística ao ouvinte, e torna a audição uma experiência reflexiva, quase espiritual. Melodias simples se unem a arranjos sofisticados e a altas doses de melancolia, dando não só um clima bem escuro as canções, como também as torna um tanto quanto poéticas. É uma beleza capaz de entorpecer o ouvinte, o fazendo mergulhar profundamente em seu interior. Birth of Violence te faz refletir sobre si mesmo e sobre o mundo a sua volta.

A dinâmica e profunda “The Mother Road”, é uma espécie de Folk Atmosférico, que me remeteu aos momentos mais acústicos do Led Zeppelin, sendo seguida de “American Darkness”, uma canção sombria e assustadora, que soa como um retrato perfeito do álbum. Os sintetizadores, bem encaixados, dão um ar de escuridão a obra. “Birth of Violence” é muito densa e tem uma profundidade que vai além das demais músicas, pois Chelsea trabalha muito bem a dualidade luz/escuridão, algo que ela faz como poucos artistas nesse mundo. “Deranged for Rock & Roll” foge um pouco do Folk e soa levemente mais pesada, com os sintetizadores e vocais dando intensidade a mesma. “Be All Things” soa altamente melancólica e emotiva, enquanto “Erde” tem uma aura perturbadora e assustadora, com destaque para os vocais de Wolfe. “When Anger Turns to Honey” possui melodias bem delicadas e um ar sombrio; “Dirt Universe” soa triste e tem um certo psicodelismo presente; “Little Grave” tem uma atmosfera de fragilidade, sendo muito emocional. “Preface to a Dream Play” é hipnótica, e apesar de sua suavidade aparente, consegue soar bem assustadora. “Highway” é uma dessas canções onde a tristeza é pungente e transborda por todos os lados, e “The Storm” é o epílogo perfeito para o trabalho, já que se trata exatamente disso, o som da tempestade caindo.


Como de praxe, a produção ficou a cargo de Ben Chisholm e de Chelsea, com mixagem do primeiro e masterização realizada por Heba Kadry (The Body, Wrekmeister Harmonies). O resultado é ótimo, já que permite escutar cada mínimo detalhe das canções, mas sem as deixar polidas em excesso. Já a foto que ornamente a capa, é de Nona Limmen. Wolfe é uma artista única na atualidade, e sua sonoridade não encontra muitos paralelos em outros artistas. Sua música é uma espécie de pintura que retrata o lado mais obscuro do ser humano, e mesmo quando a leva mais para o Folk, consegue manter a intensidade e uma violência quase opressiva, provando que não se necessita de guitarras para que um trabalho seja pesado. O peso aqui totalmente emocional, e fustiga fundo em nossas almas. Birth of Violence é Chelsea Wolfe em seu estado mais bruto.

NOTA: 91

Chelsea Wolfe é:
- Chelsea Wolfe (vocal, violão)
-  Ben Chisholm (demais instrumentos)

Musicos convidados:
- Jess Gowrie (bateria nas faixas 1, 2, 4, 6, 8 e 10)
- Ezra Buchla (viola nas faixas 1, 2, 5 e 9)

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Doom:VS - Earthless (2014/2019)


Doom:VS - Earthless (2014/2019)
(Solitude Productions/Cold Art Industry - Nacional)

01. Earthless
02. A Quietly Forming Collapse
03. White Coffins
04. The Dead Swan of the Woods
05. Oceans of Despair
06. The Slow Ascent

Se o Doom Metal já é um estilo difícil para alguns, dada as suas características como o andamento mais lento, uma certa tendência a soar repetitivo e depressivo, imagine só o Funeral Doom, com seu ritmo ainda mais arrastado e todo o clima de tristeza e desesperança que traz junto de si. Dito isso, fica muito claro que o Doom:VS não é uma banda indicada para os que não apreciam esse estilo tão maldito. Para quem não conhece, se trata de um projeto paralelo do guitarrista do Draconian, Johan Ericson, e Earthless, lançado em 2014, é seu 3º e mais recente álbum, que desde o ano passado está ao alcance dos fãs brasileiros, através de um relançamento da Cold Art Industry.

Vindo de 2 trabalhos que são considerados clássicos do estilo - Aeternum Vale (06) e Dead Words Speak (08) -, a missão de Earthless era um tanto ingrata, já que deveria ao menos manter o nível de seus antecessores. Pois bem! Para Johan Ericson, missão dada é missão cumprida. Fugindo da armadilha da repetição excessiva, ele consegue imprimir boa variedade as canções, que apesar de bem pesadas, possuem ótimas melodias. Os vocais guturais ficaram a cargo de Thomas A.G. Jensen, do Saturnus, com Johan fazendo os vocais limpos. Esses, quando surgem, são muito bem encaixados, e acabam enriquecendo o trabalho. O trabalho de guitarra é não menos do que espetacular, sendo a grande força motriz de Earthless. Os riffs lentos, sombrios e gélidos, as melodias melancólicas, tudo isso penetra fundo na alma do ouvinte, suga toda a sua alegria, espalhando tristeza e devastação por todos os lados.

O piano na abertura de “Earthless” dá ao ouvinte uma ideia do que ele encontrará pela frente. Paisagens escuras e fortes emocionalmente, daquelas capazes de exterminar a esperança dos mais otimistas, tomam conta de toda a canção, graças as ótimas e sombrias melodias despejadas pelas guitarras. A bateria pesada e lenta ajuda muito nessa percepção. A devastação continua com a desoladora “A Quietly Forming Collapse” e seus riffs pesados, e a fria “White Coffins”, de causar arrepios em qualquer amante de Funeral Doom. “The Dead Swan of the Woods” é carregada de melodias sombrias e ótimos riffs; “Oceans of Despair” soa assombrosa, com destaque para os vocais limpos, muito bem colocados, e “The Slow Ascent” encerra o álbum com ótimas guitarras e exalando melancolia por todos os poros.

Gravado no Dead Dog Farm Studios, em Säfle, na Suécia, teve todo o seu processo de produção realizado pelo próprio Johan Ericson, com resultados mais do que condizentes com o estilo, já que apesar de estar tudo claro e limpo, não ficou polido demais, mantendo assim aquela aura de melancolia e desespero que a música pede. Como já dito, Earthless é um trabalho com forte carga emocional, desses capazes de penetrar fundo no inconsciente do ouvinte, invadindo regiões ainda inexploradas e colocando para fora aquela tristeza que é inerente a todo ser humano, mas que muitos, às vezes até de forma inconsciente, optam por esconder, fingindo felicidade. Relembrando que ano passado o álbum foi relançado em versão nacional pelas mãos da Cold Art Industry, limitado a apenas 300 cópias. Uma aquisição obrigatória para qualquer fã do estilo.

NOTA: 89

Formação:
– Johan Ericson (todos os instrumentos e vocais limpos)

Participação especial:
– Thomas A.G. Jensen (vocais guturais)

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Cold Art Industry

Biff Byford - School of Hard Knocks (2020)


Biff Byford - School of Hard Knocks (2020)
(Silver Lining Music/Hellion Records - Nacional)


01. Welcome to The Show
02. School of Hard Knocks
03. Inquisitor
04. The Pit and The Pendulum
05. Worlds Collide
06. Scarborough Fair (Simon & Garfunkel cover)
07. Pedal to The Metal
08. Hearts of Steel
09. Throw Down the Sword (Wishbone Ash cover)
10. Me and You
11. Black and White

O status de lenda que Biff Byfford possui é indiscutível, e os mais fanáticos por determinada donzela que me perdoem, mas se tem uma voz que representa a NWOBHM em toda a sua essência, essa é a dele. Dada toda a sua importância e carreira frente ao Saxon, é surpreendente que seu primeiro álbum solo tenha demorado mais de 40 anos para ser lançado. O momento para isso é bem sintomático, já que ano passado o vocalista descobriu uma doença cardíaca e teve que passar por uma operação de emergência.

School of Hard Knocks é uma expressão idiomática que se refere ao conhecimento que adquirimos com as dificuldades que vivemos em nossa existência. É a famosa “escola da vida”, aquelas coisas que você não aprende na educação formal, mas apenas tomando as pancadas diárias que a existência nos proporciona. Um título perfeito para um trabalho onde Biff Byford não só reflete sobre a sua vida e experiências, como também fala um pouco da história do norte da Inglaterra, região onde nasceu, cresceu e vive. Musicalmente, por mais que em muitos momentos ele finque os pés de maneira firme naquela sonoridade clássica do Saxon, não tem medo de arriscar e sair dessa fórmula padrão, expandindo as fronteiras de sua música. Para isso, se cercou de músicos de inegável talento, contando com o apoio do guitarrista Fredrik Åkesson (Opeth), o baixista Gus Macricostas (ex-Battleroar) e o baterista Christian Lundqvist (The Poodles), além das participações especiais do guitarrista Phil Campbell (Motörhead, Phil Campbell & The Bastard Sons), do baixista Nibbs Carter (Saxon), do tecladista Dave Kemp (Wayward Sons) e dos bateristas Alex Holzwarth (Rhapsody of Fire and Turilli / Lione Rhapsody) e Nick Barker (Brujeria, ex-Cradle of Filth, ex-Dimmu Borgir).


O álbum abre com a ótima e animada “Welcome to the Show”, que certamente vai fazer a alegria dos fãs de Saxon. Na sequência, ainda nessa mesma vibe, temos “School of Hard Knocks”, que conta com Phil Campbell na guitarra, além de ótimos riffs e solo, e um refrão que pega fácil. Após uma breve vinheta acústica, intitulada “Inquisitor”, Biff mostra que não tem medo de experimentar, e se envereda pelos lados do Prog Metal, com a pesada “The Pit and The Pendulum”, recheada de boas harmonias e mudanças de tempo, e a intensa “Worlds Collide”, outra que se destaca pelo peso dos riffs, além de possuir um ótimo solo. Em ambas, a parte rítmica é formada por Nibbs Carter e Nick Barker. “Scarborough Fair” é uma antiga música folclórica de Yorkshire, que ganhou fama com a dupla Simon & Garfunkel. Biff faz um ótimo trabalho, com destaque para a parte vocal, que transmite muita emoção. A direta e intensa “Pedal to The Metal”, com participação do baterista Alex Holzwarth, soa como um encontro entre Saxon e Judas Priest, enquanto “Hearts of Steel” poderia estar em qualquer trabalho da banda de Bifford nos anos 80. “Throw Down the Sword”, cover do Wishbone Ash – uma banda que se o leitor não conhece, vale a pena correr atrás –, se destaca principalmente pelas ótimas melodias, enquanto a balada “Me and You” se mostra introspectiva e agridoce. Encerrando, temos a pesada e cadenciada “Black and White”.

Não se limitando a fazer o usual, e explorando novos territórios, Biff Byford entrega um trabalho que prima pela solidez e por divertir o ouvinte. Os fãs de Saxon certamente não irão se decepcionar, já que vários são os momentos de conexão com a banda, mas School Of Hard Knocks não é indicado apenas para esses, mas sim para todos que amam boa música. Na escola da vida e do Heavy Metal, Biff Byfford é daqueles professores com pós-doutorado, com muito a ensinar aos que estiverem dispostos a aprender.

NOTA: 88

Formação:
Biff Byford (vocal/guitarra)
Fredrik Åkesson (guitarra)
Gus Macricostas (baixo)
Christian Lundqvist (bateria)

Participações especiais:
Phil Campbell (guitarra na faixa 2)
Nibbs Carter (baixo nas faixas 4 e 5)
Nick Barker (bateria nas faixas 4 e 5)
Alex Holzwarth (bateria na faixa 7)
Dave Kemp (teclado e sax na faixa 10)

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Ozzy Osbourne - Ordinary Man (2020)

Ozzy Osbourne - Ordinary Man (2020)
(Epic Records - Importado)


01. Straight to Hell    
02. All My Life
03. Goodbye
04. Ordinary Man (Feat. Elton John)
05. Under the Graveyard    
06. Eat Me
07. Today Is the End        
08. Scary Little Green Men
09. Holy for Tonight
10. It's a Raid (Feat. Post Malone)
11. Take What You Want (Feat. Post Malone & Travi$Scott)

2019 não foi um ano fácil para Ozzy Osbourne. Problemas de saúde o deixaram fora de combate, causando o cancelamento de todos os seus shows programados, e o impedindo de fazer o que mais gosta, estar no palco. Para agravar mais a situação, logo no início de 2020, a notícia de que havia sido diagnosticado com Parkinson. Foi dentro desse contexto tão pesado, que ainda em 2019, sua filha Kelly chegou até ele, perguntando o que ele achava de gravar uma música com o rapper Post Malone. Essa união, a princípio bem esquisita, acabou sendo amarrada pelo produtor de Post, Andrew Watt, e resultou na música “Take What You Want”, que também contou com a participação de outro rapper, Travi$Scott. Pela primeira vez em 30 anos, um single contando com Ozzy, voltou a figurar no Top 10 da Billboard.

Voltar a ter esse contato com a música reacendeu a chama em Ozzy, que após conversar com Andrew Watt, resolveu entrar em estúdio e gravar um álbum. Antes de tudo, preciso abrir um parêntese aqui. Ao leitor, pode causar certa estranheza o fato de um produtor de artistas pop tenha participado desse processo, mas nem tudo é o que parece. Apesar de nos últimos 5 anos vir trabalhando com artistas como Justin Bieber, Selena Gomez, Camila Cabello, Cardi B, Lana Del Rey, e vários outros nomes famosos do mundo Pop, sua carreira começou no Rock. Aos mais esquecidos, Andrew era o guitarrista do California Breed, projeto capitaneado por ninguém menos que Gleen Hughes e Jason Bonhan, e que lançou um ótimo álbum autointitulado em 2014. Nele, além de mostrar um talento absurdo, apesar da relativa pouca idade (tinha apenas 23 anos), mostrava possuir influências de nomes clássicos da história da música pesada, como Hendrix, Page, dentre outros. Essa informação pode ajudar a entender muito do que acabamos por escutar em Ordinary Man, o 12º trabalho de inéditas do Príncipe das Trevas, que surge após um hiato de 10 anos.

Para a gravação de Ordinary Man, o Madman em vez de trazer sua banda para o estúdio, resolveu se cercar de bons amigos. Sendo assim, as guitarras ficaram a cargo de Andrew, o baixo foi todo gravado por Duff Mckagan e a bateria por Chad Smith. Amigos de peso, não é? Não satisfeito, ainda convidou Slash, Elton John, Tom Morello e Post Malone, para participações especiais. Convenhamos, não é uma mistura das mais homogêneas, mas o resultado acabou sendo surpreendentemente bom. Musicalmente, temos uma viagem por toda a carreira de Ozzy, partindo do Sabbath setentista, passando por sua carreira solo, e terminando no ponto onde 13 – o último trabalho do Black Sabbath – parou. Fora isso, em algumas canções, sua música é transposta para os dias de hoje, com um toque mais moderno na produção.


A abertura se dá com a já conhecida “Straight to Hell”, pesada, com bons riffs, refrão forte e que fecha com um ótimo solo, cortesia de Slash. “All My Life” é densa e tem guitarras bem pesadas, além de um refrão bem fácil de pegar, sendo seguida pela igualmente densa e sabbathica “Goodbye”. Sinceramente, para reclamar de “Ordinary Man”, a pessoa tem que estar de muita má vontade. Reflexiva e melancólica, e uma das baladas mais bonitas do álbum, e a participação especial de Elton John só deixou tudo melhor. Destaque para os dois belos solos de Slash. “Under the Graveyard” é uma semibalada muito bonita, e que poderia estar no 13 sem qualquer estranhamento. “Eat Me” é forte, pesada, bem grooveada e com uma pegada bem moderna, além de ser bem legal;

“Today Is the End” é mais cadenciada e densa, e sinceramente, não empolga, sendo um dos pontos fracos do álbum, enquanto “Scary Little Green Men” volta a elevar a qualidade, apesar de soar um pouco mais atual, muito disso devido ao bom trabalho de guitarra. “Holy for Tonight” é outra bonita balada, com um ar bem saudosista, com uma bela melodia, corais e um solo bem legal. Tem algo dos anos 70 aqui, mas trazido para os dias de hoje pela produção. A sequência final conta com a veloz e pesada “It's a Raid”, com suas guitarras distorcidas e participação de Post Malone nos vocais, algo que não atrapalha em nada a canção, por mais que também não acrescente nada, e a culpada por Ordinary Man existir, “Take What You Want”, música de Malone que foi responsável por Ozzy e Andrew se aproximarem. Só isso justifica sua presença aqui, pois musicalmente ela soa totalmente deslocada de todo o contexto do álbum.

Se você é fã da carreira de Ozzy Osbourne, esse é um álbum feito sob medida para você, dada as diversas referências contidas nele a carreira do Madman, tanto no período do Black Sabbath quanto na sua fase solo. Nesse ponto, o fato de Andrew ter não só produzido o trabalho, como também co-escrito, com a ajuda de Ozzy, Duff e Chad, ajudou muito no resultado, já que fez com que o Príncipe das Trevas saísse de sua zona de conforto dos últimos trabalhos. É o melhor álbum de sua profícua carreira? Sinceramente não, mas é digno de toda a sua importância na história da música pesada, e se significar o final de sua caminhada musical – ao menos em estúdio -, terá sido um belo ponto final!

NOTA: 84

Formação:
- Ozzy Osbourne (vocal)
- Andrew Watt (guitarra)
- Duff McKagan (baixo)
- Chad Smith (bateria)

Participações especiais:
- Slash (guitarra nas faixas 1 e 4)
- Tom Morello (guitarra na faixa 8)
- Elton John (vocal e piano na faixa 4)
- Post Malone (vocais nas faixas 10 e 11)
- Travis Scott (vocal na faixa 11)
- Charlie Puth (teclado na faixa 1)
- Nathan Perez (teclados nas faixas 5 e 8)
- Louis Bell (teclado na faixa 10)

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