quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Hard:On – Bad Habits Never Die (2019)


Hard:On – Bad Habits Never Die (2019)
(Shinigami Records – Nacional)


01. Bad Habits Never Die
02. Catwalk
03. Dr She
04. Touchdown
05. Sunset Drive
06. Open Your Eyes
07. Kings of the Pit
08. Two to Tango
09. Life

O crescimento da cena Hard Rock no Brasil é inegável, e muitos foram os bons valores surgidos no país nos últimos anos. Dentre eles, podemos citar o Hard:On, banda surgida pelas mãos dos experientes Alex Hoff (guitarra, ex-Exxotica) e Ricardo Bolão (baixo, S.L.A.M., Ventre Nevoa), e que lançou se debut autointitulado no ano de 2016. Na época um quinteto, completado por Chris Hoff (vocal), HP Elliot (guitarra) e Daniel Gohn (bateria), passaram por mudanças de formação, já que com a saída de Ellitot, se estabeleceram como um quarteto. Passados 3 anos da estreia, surgem com seu segundo álbum, Bad Habits Never Die.

Quem já teve contato com a banda, sabe exatamente o que esperar, ou seja, Hard Rock com os pés muito bem fincados nos anos 80, e que flerta em alguns momentos com o AOR e, princialmente, com o Heavy Metal. É impossível não lembrar de nomes como Mötley Crüe, Ratt, Whitesnake, Twisted Sister, Great White e afins, referências claras para a sonoridade do quarteto. Teria tudo para soar datado, mas a produção e, principalmente a competência e talento dos envolvidos, consegue trazer o som do Hard:On para os tempos atuais. É uma música enérgica, variada, com aquela pegada bem maliciosa do Hard/Glam, e principalmente, com melodias bem grudentas.


De cara, temos a pesada “Bad Habits Never Die”, com bons riffs e refrão fácil de se pegar. Na sequência, “Catwalk” traz aquele clima festeiro do Hard Rock, e vai agradar em cheio aos amantes do estilo. “Dr She” é outra que carrega consigo muito peso, além de bons trabalhos de guitarra e baixo, algo que também podemos observar na ótima “Touchdown”, onde também se destaca a bateria. “Sunset Drive” é um daqueles típicos Hards oitentistas, com uma pegada bem Mötley Crüe; “Open Your Eyes” tem um baixo forte e melodias grudentas, e “Kings of the Pit” apresenta ótimas guitarras. Encerrando, temos “Two to Tango”, com seu refrão marcante, e a suave e introspectiva  “Life”, que encerra o trabalho com chave de ouro.

Repetindo o processo do debut, o álbum foi gravado no Rocks Studio (SP), e teve produção da banda com coprodução, mixagem e masterização de José "Heavy" Luís Carrato. Já os vocais foram gravados do Cubic Sun Studios, em Berlim, Alemanha. A banda mostra evolução nesse sentido, com uma produção superior à estreia, mais moderna, mas sem exageros, e que consegue manter aquele clima típico dos anos 80. A belíssima capa foi obra de Marcelo Calenda, e de alguma forma me remeteu a de Just Push Play (01), do Aerosmith. Mostrando evolução e dando aquele esperado passo a frente, o Hard:On entrega aos fãs, um álbum pesado, festeiro, recheado de boas composições e que vai agradar em cheio aos apreciadores daquele Hard/Glam oitentista.

NOTA: 84

Hard:On é:
Chris Hoff (vocal)
Alex Hoff (guitarra, teclado e backing vocals)
Ricardo Bolão (baixo e backing vocals)
Daniel Gohn (bateria)

Homepage
Facebook 
Instagram


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Destruction - Born to Perish (2019)


Destruction - Born to Perish (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)

01. Born To Perish
02. Inspired By Death
03. Betrayal
04. Rotten
05. Filthy Wealth
06. Butchered For Life
07. Tyrants Of The Netherworld
08. We Breed Evil
09. Fatal Flight 17
10. Ratcatcher
11. Hellbound (bonus track)

O status de lenda do Thrash Metal mundial conquistado pelo Destruction, não pode e nem deve ser discutido. Estamos falando de uma das bandas mais influentes e seminais do estilo, membro do Big 4 Teutônico, ao lado de Kreator, Sodom e Tankard, e responsável por clássicos indiscutíveis nos anos 80, como o EP Sentence of Death (84), além dos maravilhosos Infernal Overkill (85) e Eternal Devastation (86). É verdade que após o “retorno” em 2000, com All Hell Breaks Loose, alternaram entre ótimos lançamentos, como The Antichrist (01), trabalhos medianos, como Inventor of Evil (05), e outros sem muita inspiração, caso do fraco Spiritual Genocide (12), mas com Under Attack as coisas aparentemente voltaram a entrar nos eixos.

Descontando a fase compreendida entre 1994 e 1998 – que rendeu dois EP’s, Destruction (94) e Them Not Me (95), e um álbum, The Least Successful Human Cannonball (98) –, desconsiderada pela banda no que tange sua discografia oficial, e os dois álbuns de regravações, Thrash Anthems I (07) e II (17), Born to Perish é o seu 13º trabalho de estúdio, e continua do ponto em que seu antecessor parou. Marca também mudanças importantes na formação da banda, com a entrada do baterista Randy Black (Primal Fear, Annihilator, Rebellion), que substituiu Vaaver, e a inclusão de um segundo guitarrista, Damir Eskić (ex-Gonoreas), transformando-os novamente em um quarteto, algo que não ocorria desde os anos 90.

Mantendo a pegada de Under Attack, o Destruction continua o processo de aproximação com suas raízes, mas sem perder suas características mais modernas, que adquiriu desde o retorno. Tecnicamente falando, a entrada de Randy e Damir elevou o nível da banda, já que ambos são muito talentosos e agregaram qualidade. Os vocais de Schmier soam mais odiosos e corrosivos a cada lançamento, mostrando que o tempo só faz bem a sua voz. Mike dispensa apresentações, mas é indiscutível que a inclusão de Eskić tornou o que era ótimo, ainda melhor. As canções ganham uma nova dimensão, e a parede de guitarras chega a ser opressora em alguns momentos, sem contar os ótimos solos que surgem aqui e ali. Sem dúvida, temos os melhores riffs da banda em anos aqui. Quando a Randy, talvez seja o baterista mais capaz a comanda o kit da banda nessas quase 4 décadas, e seu trabalho é preciso e grandioso.


A sequência inicial é destruidora. De cara, temos a agressiva “Born To Perish”, um desses sons clássicos da banda, e perfeito para bater cabeça, seguida pela sombria “Inspired By Death”, com seus riffs fortes e afiados, e a direta “Betrayal”, uma canção capaz de empolgar até mesmo um zumbi, graças as suas ótimas guitarras e vocais variados. O álbum segue com “Rotten”, canção um pouco genérica, mas com riffs violentos e linha de baixo bem marcante; “Filthy Wealth”, com uma pegada bem Motörhead, e a densa “Butchered For Life”, que foge um pouco do padrão da banda. “Tyrants Of The Netherworld” recupera muito da fúria primal da banda, sendo impossível não lembrar dos tempos de Sentence of Death, muito pela crueldade dos seus riffs. Sem dúvida, um dos destaques aqui. “We Breed Evil” é furiosa, e conta com riffs duros e violentos; “Fatal Flight 17” é veloz e tem ótimas guitarras, e “Ratcatcher”, apesar de um pouco repetitiva, tem uma ótima linha de bateria. De bônus, temos uma ótima versão para “Hellbound”, clássico dos ingleses do Tygers of Pan Tang.

As produções mais recentes do Destruction pecavam pelo excesso de saturação, algo que foi finalmente corrigido em Under Attack e Thrash Antems. A produção, mixagem e masterização ficaram mais uma vez a cargo de V. O. Pulver (Burning Witches, Nervosa, Pänzer). O resultado é muito bom. A capa é obra de Gyula Havancsák (Accept, Blind Guardian, Grave Digger, Tankard). Estamos diante de um novo clássico, de um álbum que pode ser colocado frente a frente com os trabalhos do período inicial da banda? Não. Mas de forma algum significa que este não seja um bom trabalho, digno da história do Destruction. Sólido, bruto, e apresentando uma banda revigorada, Born to Perish, é um grito de resistência, uma prova de que Schmier, Mike e cia, ainda tem muita lenha para queimar.

NOTA: 85

Destruction é:
- Schmier (vocal, baixo)
- Mike (guitarra)
- Damir Eskić (guitarra)
- Randy Black (bateria)

Homepage
Facebook
Instagram
Twitter
YouTube


Hellish War - Wine of Gods (2019)


Hellish War - Wine of Gods (2019)
(Independente - Nacional)


01. Wine Of Gods
02. Trial By Fire
03. Falcon
04. Dawn Of The Brave
05. Devin
06. House On The Hill
07. Burning Wings
08. Warbringer
09. Paradox Empire
10. The Wanderer

Com quase 25 anos da carreira, o Hellish War se estabeleceu como um dos principais nomes do cenário nacional quando o assunto é Heavy Metal. Com os dois pés bem fincados naquela sonoridade oitentista, trafegam com muita naturalidade entre as escolas inglesa e germânica, com mais ênfase para essa segunda. Para os que por ventura desconhecerem o grupo oriundo de Campinas/SP, nomes como os alemães Running Wild, Grave Digger, Rage, e os britânicos Saxon, Iron Maiden e Judas Priest, além dos americanos do Manowar, podem servir como uma referência musical. E convenhamos, com influências desse calibre, e com a experiência adquirida em mais de 2 décadas, é praticamente impossível não fazer música de qualidade.

Antes de tudo, vale registrar que Wine of Gods, 4º trabalho de estúdio da banda, foi financiado pelo ProAC Editais, um programa de incentivo a Cultura do Governo do Estado de São Paulo, onde através de seleções públicas, com regras, quantidade e valores definidos por editais, artistas disputam os recursos disponíveis. Visando a democratização, metade dos contemplados são escolhidos entre nomes com atuação no interior do estado, e os recursos são repassados diretamente aos selecionados, não sendo necessário a captação de patrocínios que ocorre em outras leis, e que acaba pôr as tornar inócuas para projetos de menor porte, já que geralmente, os patrocinadores preferem focar em nomes e projetos de grande porte, que dão visibilidade certa a suas marcas. Fica a dica para bandas e produtores de São Paulo que, por ventura, desconhecem tal lei.

Vindo de um ótimo álbum, Keep the Hellish (13), e do relançamento de se debut, Defenders of Metal (17), o Hellish War mantém a boa fase, e apresenta sua já conhecida mescla de Heavy Tradicional com Power/Speed, tipicamente oitentista e de muita qualidade. Após a boa estreia, Bil Martins se mostra ainda mais à vontade e entrosado com seus companheiros, e seus vocais soam fortes, agressivos e variados. As guitarras de Vulcano e Daniel Job despejam fúria, riffs grudentos, melodias marcantes e bons solos, enquanto JR (baixo) e Daniel Person (bateria) formam uma parte rítmica pesada, diversificada e precisa. Os refrões marcantes, uma marca da banda, continuam mais do que presentes, e vão ficar na cabeça do ouvinte por um longo tempo. Wine of God é sem sombra de dúvidas, o álbum mais maduro e inspirado do quinteto campineiro, e olha que estamos falando de uma banda com lançamentos para lá de consistentes dentro do seu estilo.


De cara, temos “Wine of Gods”, pesada, com bons riffs e melodias, além de um refrão grudento. A acelerada “Trial By Fire” tem aquela pegada bem alemã e remete aos melhores momentos do Running Wild, com destaque para a parte rítmica, que também brilha na ótima “Falcon”, onde as guitarras também se sobressaem. “Dawn Of The Brave”, mais cadenciada, se destaca não só pelo trabalho vocal de Bil, como também pelos riffs, enquanto “Devin” alterna bem cadência e velocidade, com elementos típicos do Power/Speed alemão. A instrumental “House On The Hill”, com suas guitarras dobradas, não nega a influência do Maiden na sonoridade da banda, sendo seguida por “Burning Wings”, com seus bons riffs e melodias. “Warbringer” deixa clara a ascendência de Grave Digger, tanto que conta com a participação mais do que especial de ninguém menos que Chris Boltendahl nos vocais. É um dos pontos altos de todo álbum. Na sequência final, temos a maideniana “Paradox Empire”, outra que apresenta bons riffs e refrão marcante, e “The Wanderer”, uma daquelas canções ótimas para se bater cabeça.

A produção se destaca por conseguir equilibrar modernidade e organicidade, passando longe da frieza e assepsia das produções atuais. Vale dizer que o trabalho teve produção-executiva de Eliton Tomasi, e mixagem e masterização realizadas por Ricardo Piccoli (Kamala, Queiron, Slasher). Como manda a tradição da banda, a capa é obra de Eduardo Burato, com o design e layout do encarte, feitos pela talentosa vocalista do Threesome, Juh Leidl. O Hellish War não reinventa a roda, no que tange o Heavy Metal, mas como eu sempre digo, não existe a necessidade de se reinventar algo que é perfeito por si só. Se gosta daquele Metal praticado nos anos 80, pelas bandas europeias, aqui está um álbum simplesmente imperdível!

NOTA: 86

Hellish War é:
- Bil Martins (vocal);
- Vulcano (guitarra);
- Daniel Job (guitarra);
- JR  (baixo);
- Daniel Person (bateria).

Homepage
Facebook
Twitter
YouTube
Spotify

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Novembers Doom - Nephilim Grove (2019)


Novembers Doom - Nephilim Grove (2019)
(Prophecy Productions – Importado)


01. Petrichor
02. The Witness Marks
03. Nephilim Grove
04. What We Become
05. Adagio
06. Black Light
07. The Clearing Blind
08. Still Warmth
09. The Obelus

Muitas vezes, não nos damos conta de como o tempo passa rápido. Pode não parecer, mas desde o surgimento com o nome de Laceration, já se vão 30 anos de história do Novembers Doom. Nesse tempo, se estabeleceram no cenário do Doom através de ótimos lançamentos, muitos dos quais podem ser considerados clássicos do estilo. Obviamente que, em um período de 3 décadas, mudanças ocorreriam, e não falo apenas no quesito formação, algo que demoraram a estabilizar. Estou falando também de evolução musical, amadurecimento. Sei, essa palavra causa pavor em muitos, mas no caso do quinteto americano, a evolução ajudou muito mais do que prejudicou, até porque se deu de forma gradual e progressiva.

No início, praticavam aquele Death/Doom típico da primeira metade dos anos 90, com referências a nomes como My Dying Bride, Paradise Lost e afins. A medida que os anos foram passando, o Doom e as melodias foram ganhando mais espaço, mesmo que o Death Metal continuasse ali presente, principalmente nos vocais de Paul Kuhr. Dentro desse processo evolutivo, elementos do Progressivo começaram a ganhar espaço, algo muito próximo do ocorrido com o Opeth e Katatonia, mas sem que para isso abandonassem suas raízes. Nephilim Grove é seu 11º álbum de estúdio, e dá um passo a frente com relação ao seu antecessor, Hamartia (17). Aqui os elementos de Death se fazem menos presentes, com os elementos de Doom e de Progressivo surgindo em maior quantidade. Isso torna o som do Novembers Doom um pouco mais ameno?

Sim, sua música soa mais amena, mas o ponto forte da banda sempre foi a sua capacidade de entregar momentos altamente emocionais, carregados de melancolia e de um ar sombrio, e ela continua intocada em Nephilim Grove. Os vocais de Paul, como sempre, são um ponto alto, e ele vai bem executando desde os rosnados típicos do Death, até passagens mais limpas, passando por tons mais abrasivos. É nítido como ele foi trabalhando e polindo sua voz, e hoje possui um estilo muito próprio e inconfundível. As guitarras de Larry Roberts e Vito Marchese continuam mostrando toda a sua técnica, entregando aos fãs não só ótimos riffs e harmonias, como também solos de muita qualidade. Quanto a parte rítmica, com o baixista Mike Feldman e o baterista Garry Naples, são precisos, e responsáveis não só pela variedade, como também por imprimir uma dose extra de peso. Se você é um fã mais atento, com certeza notou que o Novembers Doom conseguiu a façanha de repetir a mesma line up pelo 3º álbum consecutivo. Estaríamos diante da formação definitiva da banda? Espero que sim.


“Petrichor” inicia o álbum com uma pegada meio Doom/Stoner nas guitarras, que nos entregam bons riffs. Os vocais transitam entre o abrasivo e o limpo, mas na parte final os rosnados típicos do Death Metal surgem, e dão um ar bem sombrio a canção. Eles também dão as caras na pesada “The Witness Marks”, com um belo trabalho da dupla formada por Larry e Vito. Com certeza vai agradar os fãs mais antigos. “Nephilim Grove” é uma das melhores canções da carreira da banda, e transborda melancolia, alternando passagens mais amenas com outras mais pesadas. Fora isso, tem sintetizadores muito bem encaixados e um ótimo trabalho vocal. “What We Become” é uma daquelas semi-baladas sombrias que o Novembers Doom sempre faz tão bem, sendo seguida pela forte “Adagio”, canção raivosa e angustiante, com seu instrumental voltado para o Doom e vocais típicos do Death, que aqui predominam sobre os mais limpos. O trabalho de bateria é muito bom, e de quebra, temos um belíssimo solo. Os apreciadores dos momentos mais extremos do passado, vão sorrir de orelha a orelha com a ótima “Black Light”, onde agressividade e velocidade se mostram mais presentes. “The Clearing Blind” abre espaço para as influências progressivas da banda, com bonitos arranjos e ótimo trabalho rítmico. Pode remeter o ouvinte aos momentos mais recentes do Katatonia, só que aqui a intensidade é maior. “Still Warmth” tem peso e um bom groove, mas sem renunciar a passagens mais amenas. É um retrato perfeito do que é o Novembers Doom hoje. Encerrando, temos “The Obelus”, canção forte e de grande apelo Progressivo.

Mais uma vez a mixagem e masterização ficaram a cargo de Dan Swanö, e o resultado é simplesmente ótimo, a melhor produção da banda em sua carreira. Todos os instrumentos estão claros e audíveis, mas sem abrir mão do peso. Fora isso, não possui aquela atmosfera artificial de muitas produções atuais. Já a bela e impactante capa foi obra de Pig Hands. Seguindo o fio evolutivo dos últimos trabalhos, mas sem abandonar suas raízes, o Novembers Doom prova que, apesar dos 30 anos de estrada, se encontra no auge da sua criatividade, com um álbum de forte carga emocional, e que transborda melancolia por todos os lados. Se duvida, um dos principais lançamentos de Heavy Metal desses ano de 2019.

NOTA: 89

Novembers Doom é:
- Paul Kuhr (vocal);
- Larry Roberts (guitarra);
- Vito Marchese (guitarra);
- Mike Feldman (baixo);
- Garry Naples (bateria).

Facebook
Twitter
YouTube
Bandcamp
Spotify



Sunrunner - Ancient Arts of Survival (2018)


Sunrunner - Ancient Arts of Survival (2018)
(Independente - Nacional)


01. Dawnland
02. Tracking the Great Spirit
03. Inner Vision
04. The Scout
05. Prophecy of the Red Skies
06. Distorted Reflection
07. Arrive, Survive, Awaken, Thrive
08. Palaver
09. Stalking Wolf

Surgido em Portland, nos Estados Unidos, no ano de 2008, o Sunrunner se consolidou com o lançamento de 3 bons álbuns, Eyes of the Master (11), Time in Stone (13) e Heliodromus (15). Genericamente poderíamos rotulá-los como Prog Metal, mas isso seria limitar ao extremo uma música que vai muito além disso. Ao estilo já citado, adicionam generosas doses de Classic Rock, Heavy Tradicional, Rock Progressivo e até mesmo toques de Jazz e Folk, fugindo completamente daquela fórmula batida adotada por muitos, que optam por emular nomes como Dream Theater e Symphony X. As referências aqui são grupos como Black Sabbath, Thin Lizzy, Iron Maiden, Jethro Tull, Rush e Yes, o que acaba dando um ar mais retrô a sua sonoridade, sendo esse o grande diferencial da banda.

Além de marcar a estreia do vocalista brasileiro Bruno Neves, que se junta ao trio original composto por Joe Martignetti (guitarra), David Joy (baixo) e Ted MacInnes (bateria), Ancient Arts of Survival se mostra um trabalho mais direto, pesado e menos experimental que seu antecessor,  Heliodromus. Mas não se engane, pois, o Sunrunner em momento algum renuncia a atmosferas mais densas e intrincadas, mas o faz através de guitarras bem pesadas, que transbordam energia. Os vocais de Bruno se mostram fortes, melódicos e bem emocionais, apesar de em alguns momentos, sofrer um pouco com a produção, algo que vou me aprofundar um pouco mais a frente. Joe executa um trabalho primoroso com sua guitarra, entregando riffs de qualidade e solos bem interessantes, enquanto o poderoso baixo de David e a precisa bateria de Ted, dão a música do quarteto, a diversidade que ela necessita.


Logo após a curtíssima “Dawnland”, com elementos de Folk e que serve de introdução, temos a ótima “Tracking the Great Spirit”, pesada, com ótimos riffs e saída diretamente dos anos 70, soando como uma mescla de Black Sabbath com Rush. “Inner Vision” trafega pelo Heavy Metal e esbanja peso nas guitarras, mas sem abrir mão de elementos do Progressivo e até mesmo algumas breves passagens jazzisticas, que são um belo diferencial. A ótima “The Scout” não esconde as influências de NWOBHM, enquanto a épica “Prophecy of the Red Skies” é muito bem-arranjada, além de se destacar pelas ótimas linhas de baixo. “Distorted Reflection” é um breve interlúdio acústico, sendo seguida por “Arrive, Survive, Awaken, Thrive”, uma instrumental sombria, com um clima setentista e que abusa da densidade, algo que também observamos em “Palaver”. Encerrando, com seus quase 20 minutos de duração, a bombástica “Stalking Wolf”, onde conseguem mesclar com muita precisão, Heavy, Progressivo, Folk e até mesmo Power Metal.

Os instrumentais e vocais de apoio foram gravados no Acadia Recording Company, em Portland, Estados Unidos, com produção de Joe Martignetti, enquanto os vocais tiveram seu processo de gravação e produção executados no Brasil, no Stone Studio, em Frutal, Minas Gerais, por Lucas Heitor. O resultado em si, soa bem orgânico e com uma pegada mais analógica, que foge das produções plastificadas dos dias atuais. Faço apenas uma pequena ressalva na questão dos vocais. Por mais que Bruno seja um ótimo vocalista, em alguns momentos tive a sensação de pequena defasagem na produção dos seus vocais, se comparada ao restante do disco. Nada que no fim, comprometa o resultado, e que provavelmente se deu pelo fato dos processos ocorrerem em países diferentes. A bela capa é obra de Jan Michael Barlow. Ao final, temos em mãos um belíssimo álbum de Heavy Metal, que procura fugir dos clichês que nos acostumamos a ouvir por aí, e que se utiliza bem de diversas referências para criar uma sonoridade própria. Altamente recomendado.

NOTA: 84

Sunrunner é:
- Bruno Neves (vocal);
- Joe Martignetti (guitarra);
- David Joy (baixo);
- Ted MacInnes (bateria).

Homepage
Facebook
YouTube
Instagram
Spotify