domingo, 30 de março de 2014

NEWS: Empty Grace




A banda piauiense de Death Metal Empty Grace finalizou todo o processo de composição do seu segundo álbum, “Subversive Worms”, o track list será composto de dez músicas. A  banda está acertando os últimos detalhes  para entrar em estúdio e iniciar o processo de gravação no mês de Abril.  O guitarrista Nanno T. está entusiasmado com a evolução do processo:

“Diante de tantas dificuldades encontradas no meio Metal e depois de cinco anos, iremos finalmente gravar o nosso segundo cd no final do mês de Abril. Esperem por mais Death/Thrash Metal. Esse processo de composição foi natural, porém um pouco mais demorado devido ao trabalho que cada um tem em suas vidas profissionais, sobrando pouco tempo para o constante encontro dos membros.”

Track list:

- Subversive Worms
- Empty Grace
- Unnecessary Suffering
- Consumed by Madness
- Inner Weakness
- Slaved by Faith
- False Belief
- Divine Torture
- Forgotten by the Church of Christ
- Inquisition

Confira o poderio sonoro da banda:  




Fonte: CTRL Music Press

Júlio Stotz – Suspended In Reverie (EP) (2014)





Júlio Stotz – Suspended In Reverie (EP) (2014)
(Independente - Nacional)

01. Essence of Thought
02. Dreamlike Perceptions
03. An Der Elbe
04. From a Restive Slumber

Sejamos sinceros, música instrumental não é algo lá de fácil consumo e assimilação. Além do mais, para fazê-la, é necessário um talento que poucos hoje em dia possuem. Na maioria esmagadora dos casos, essa proposta é um convite ao completo desastre. Sendo assim, era mais do que natural que antes de iniciar a audição de Suspended In Reverie, EP de estreia de Júlio Stotz, eu não esperasse muita coisa. Ou melhor, esperava algo chato, indulgente e enfadonho. Bem, para minha sorte, quebrei feio a cara.

Imagine uma música guiada por piano/teclado/sintetizador e guitarra, em uma fusão de Metal, Progressivo, Djent e música clássica. Pois é dessa combinação um tanto quanto distinta que surgiu um dos trabalhos mais interessantes e promissores que escutei em tempos. Júlio conseguiu equilibrar muito bem tais elementos em sua música, fazendo com que a mesma flua com muita naturalidade para o ouvinte. Talvez pese nisso o fato de que nenhuma das 4 faixas aqui presentes seja efetivamente longas, sendo que a de maior duração, pouco passa dos 5 minutos. Já na abertura, com “Essence of Thought”, temos um panorama do que iremos encontrar em Suspended in Reverie. Ótimas melodias de piano/teclado conduzindo a música, junto de uma guitarra que despeja riffs surpreendentemente pesados. Quando você se der conta, vai estar batendo o pé e a cabeça no ritmo da música. “Dreamlike Perceptions”, faixa seguinte, é a mais pesada de todas e melhor música do álbum. “Na Der Elbe” se diferencia das demais por ser a mais calma de todas as faixas, com uma belíssima melodia conduzida por piano/teclado. Encerrando o trabalho, temos “From a Restive Slumber”, que mantém o nível da demais.

A única coisa que me incomodou um pouco aqui foi a bateria, que me parece ser programada e um pouco monótona, mas nada que venha a comprometer o bom trabalho apresentado por Júlio. A produção é boa e está dentro da média do que é apresentado hoje em dia. No fim, o que temos são 4 boas músicas que acabam por nos deixar com um gosto de quero mais na boca e que vão agradar desde fãs de metal e progressivo até os amantes de música clássica. Que venha agora um álbum completo!

NOTA: 8,0


 


sexta-feira, 28 de março de 2014

Ronnie James Dio This Is Your Life (Tributo) (2014)




Ronnie James Dio This Is Your Life (Tributo) (2014)
(Rhino Records - Importado)

01. Neon Knights (Anthrax)
02. The Last In Line (Tenacious D)
03. The Mob Rules (Adrenaline Mob)
04. Rainbow In The Dark (Corey Taylor feat. Jason Christopher, Christian Martucci, Roy Mayogra e Satchel)
05. Straight Through The Heart (Halestorm)
06. Starstruck (Motorhead feat. Biff Byford)
07. The Temple Of The King (Scorpions)
08. Egypt (The Chains Are On) (Doro)
09. Holy Diver (Killswitch Engage)
10. Catch The Rainbow (Glenn Hughes feat. Craig Gold, Rudy Sarzo, Scott Warren, Simon Wright)
11. I (feat. Jimmy Bain, Oni Logan, Rowan Robertson, Brian Tichy)
12. Man On The Silver Mountain (Rob Halford feat. Doug Aldrich, Vinny Appice, Jeff Pilson, Scott Warren)
13. Ronnie Rising Medley (A Light In The Black/Tarot Woman/Stargazer/ Kill the King – Metallica)
14. This Is Your Life (Dio)
15. Buried Alive (Digital Bonus) (Jasta)

A quase 4 anos o mundo perdeu aquele que muitos consideram (me incluo nesse grupo) como o maior vocalista da história do Heavy Metal, Ronnie James Dio, derrotado por essa praga chamada câncer. Passado esse tempo, me lembro como se fosse hoje o impacto que tal notícia teve sobre mim. Estávamos todos ansiosamente esperando por sua recuperação e assim poder vê-lo em ação sobre um palco na turnê do Heaven and Hell que, infelizmente, nunca ocorreu e do nada a bomba caiu sobre todos nós. Nunca mais veríamos esse “gigante” sobre um palco, cantando com toda a sua entrega, devoção e emoção que lhe eram peculiares. Dio cantava com o coração, amava o que fazia e além de grande músico, era uma pessoa de qualidades raras. Sua música foi muito importante, não só na minha formação como headbanger, como na de milhares de outros fãs do estilo em todo mundo. Álbuns como Heaven and Hell (Black Sabbath) ou Holy Diver (Dio) estão na “cabeceira” de muitos por ai. A maior prova disso? Basta ver o estrelar cast desse tributo, abarcando gerações e estilos diversos do Metal. Quantos por ai podem ser homenageados por bandas como Metallica, Anthrax, Motorhead, Scorpions, Glenn Hughes ou mesmo nomes da nova geração, como Corey Taylor (Slipknot/Stonesour), Halestorm e Killswitch Engage. 

Musicalmente é difícil falar sobre o conteúdo de This Is Your Life, porque a grande verdade é que não importa que essa ou aquela versão tenha me desagradado, já que o que está por trás desse trabalho é algo muito maior. Organizado por sua esposa, Wendy Dio, não só é um tributo a sua importância para o Heavy Metal como toda renda obtida aqui será revertida para a Ronnie James Dio Stand Up And Shout Fund (diocancerfund.org), que patrocina pesquisas contra o câncer, além de buscar educar as pessoas quanto a prevenção dessa doença maldita. E daí se não curti a versão para “Straight Through The Heart” feita pelo Halestorm ou se me incomodei com a versão metalcore de “Holy Diver”, a cargo do Killswitch Engage? Que importância têm se Rob Halford me decepcionou com seus vocais apáticos em “Man On The Silver Mountain” ou se acho discutível incluir Jack Black e seu Tenacious D no álbum (obstante sua relação com Dio e a versão correta para “The Last in Line”). Também não faz a mínima diferença para mim, o Anthrax ter feito uma versão matadora para “Neon Knights”, onde Belladonna, assim como Dio fazia, canta com todo coração ou do Adrenaline Mob ter se saído fantasticamente bem com “The Mob Rules”, com Russel Allen chegando a remeter em muitos momentos ao homenageado. O fato de o Metallica ter feito um medley matador de músicas do Rainbow, do Motorhead, com participação de Biff Byford (Saxon) nos vocais tenha feito exatamente o que se esperava desse encontro, ou seja, uma versão carregada de atitude para “Starstruck” ou que Glenn Hughes tenha brilhado mais que todos com uma versão impecável para “Catch The Rainbow” também não importa. O que conta aqui, acima de tudo, é a homenagem sincera de todos os que aqui estão aquele que foi um ser humano impar e um artista de inegável talento e enorme importância para o Heavy Metal. 

O que temos aqui não é um desses simples caça-níqueis que surgem de tempos em tempos, mas sim uma homenagem onde todos assumem com orgulho a importância que Ronnie James Dio teve em suas vidas ou carreiras. O álbum se encerra com o próprio Dio, cantando a música que dá nome a esse trabalho, presente no álbum Angry Machines, de 1996. E como diz a mesma, “Está é sua vida, este é seu tempo, que se a chama não vai durar para sempre, este é seu lugar, este é o seu agora, deixe ser mágico.”. Impossível forma mais perfeita de terminar essa homenagem. Já você, fã de Metal, não importa se vai ter que raspar suas economias, vender um rim ou se prostituir, sua obrigação é a adquirir esse trabalho. A nota? Por tudo que cerca This Is Your Life, só pode ser uma....

NOTA: 100






quinta-feira, 27 de março de 2014

Sonata Arctica – Pariah’s Child (2014)




Sonata Arctica – Pariah’s Child (2014)
(Nuclear Blast - Importado)

01. The Wolves Die Young
02. Running Lights
03. Take One Breath
04. Cloud Factory
05. Blood
06. What Did You Do In The War, Dad?
07. Half A Marathon Man
08. X Marks The Spot
09. Love
10. Larger Than Life

Quando surgiram em 1999, com Eclíptica, o Sonata Arctica empolgou muitos fãs de Power Metal Melódico, dando indicações de que poderia vir a se tornar um dos gigantes do estilo. Nos três álbuns seguintes essa expectativa se confirmou, mas então em 2007, com Unia, algo mudou. A cena Power Metal se estagnou e a saída óbvia foi à busca por novos elementos para sua música. Influências de Prog Metal foram adicionadas a sua sonoridade, o som ficou mais lento e os fãs die hard caíram de pau em cima da banda. Tudo se tornou ainda mais dramático para os mesmos quando, em 2012, lançaram Stones Grow Her Name, um álbum com pés ficados naquele Hard Rock mais melódico.

Talvez por isso tudo, quando a banda soltou o primeiro single, “The Wolves Die Young”, onde velhas características de sua sonoridade voltam a dar as caras, mesmo que de forma um pouco mais tímida, esses mesmos fãs se encheram de esperança. Estaria o Sonata Arctica retornando as suas raízes? O que eu posso dizer a esses é que, se esperam um novo Eclíptica, nem percam tempo escutando Pariah’s Child. Por mais que em alguns momentos resgatem certos elementos sonoros mais antigos (músicas um pouco mais rápidas, teclados que remetem aos primeiros álbuns), os finlandeses ainda passam longe daquele Power Metal de outrora (o que acho ótimo). Talvez esse seja um álbum que venha para consolidar de vez essa nova sonoridade da banda, misturando o velho com o novo e assim, encontrando de uma vez por todas um norte para sua música.

Devo admitir que nunca fui grande fã do Sonata até então, e peguei Pariah’s Child para escutar de cabeça totalmente aberta. E querem saber, gostei do resultado aqui. Sempre achei que acima de tudo, a audição de um álbum deveria ser algo divertida, afinal, gostemos ou não, música é entretenimento, é feita para divertir. A música que emana aqui passa longe de entediar o ouvinte, justamente por ser mais diversificada e fugir dos clichês tanto do Power Metal do início da carreira quanto do Prog Metal adotado posteriormente. Acho que a experiência Hard Rock do álbum anterior acabou por fazer bem a eles. As músicas aqui conseguem te cativar, soando como uma mistura de todas as fases do Sonata, como uma espécie de continuação lógica do trabalho anterior. Destacam-se a já citada “The Wolves Die Young”, que vai agradar aos fãs mais antigos, “Running Lights”, “Blood”, a Hard “Half A Marathon Man”, minha preferida do álbum, a divertida “X Marks The Spot” e, principalmente, a épica e teatral “Larger Than Life”, com seus mais de 10 minutos. Talvez seja a menos acessível do álbum, sendo uma espécie de Prog Power Sinfônico.

A produção, muito clara e polida, me incomodou um pouco, já que gostaria de ver aqui um pouco mais de sujeira e peso, mas ai também já seria pedir demais em se tratando de um álbum do Sonata Arctica. Não, Pariah’s Child não é uma obra prima e não vai mudar os rumos do estilo. Também não acredito que daqui a 10 anos será lembrado com um trabalho clássico da história do Metal, mas e daí? Eu mesmo, provavelmente, não o estarei escutando daqui a um ou dois meses. Isso faz dele um trabalho ruim ou menor? Não seria à hora de deixarmos um pouco o radicalismo de lado, sermos menos sisudos quando se trata de Heavy Metal, dar umas risadas, nos divertirmos um pouco? A vida já é dura demais para levarmos até mesmo a música como algo tão sério assim, afinal de contas, ela é uma expressão artística feita para nos entreter e não para ficarmos elaborando tratados filosóficos a respeito da mesma. Então, descole sua cópia, sente na sua cadeira, coloque os pés em cima da mesa, de o play e passe alguns minutos sem se preocupar com os problemas da vida. Divirta-se!

NOTA: 8,0