quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Behemoth – The Satanist (2014)




Behemoth – The Satanist  (2014)
(Nuclear Blast - Importado)

01. Blow Your Trumpets Gabriel
02.
Furor Divinus
03. Messe Noire
04. Ora Pro Nobid Lucifer
05. Amen
06. The Satanist
07. Ben Sahar
08. In the Absence ov Light
09. O Father O Satan O Sun!

A partir de The Apostasy (07), o Behemoth veio crescendo exponencialmente em matéria de popularidade no meio Black/Death, graças a uma sonoridade mais épica e carregada de orquestrações, tendo chegado a seu auge com o lançamento do álbum seguinte, Evangelion, em 2009. Mais eis que em 2010 seu líder e principal força motriz, Nergal, descobriu estar sofrendo de Leucemia (tendo passado por um transplante de medula em 2011) e essa experiência acabou por afetar de forma nítida o som da banda.

Esqueça aquela sonoridade pomposa, épica e complexa dos últimos trabalhos. Com The Satanist, o Behemoth faz uma espécie de resgate de suas raízes, apostando em um som mais orgânico, direto e agressivo. Tudo aqui soa bem intenso, seja musicalmente ou liricamente, reflexo direto da experiência vivida por Nergal. Apesar de o nível de qualidade aqui ser altíssimo e The Satanist não possuir qualquer faixa desnecessária, algumas músicas acabam por sobrepujar as demais. A abertura, com a pesadíssima “Blow Your Trumpets Gabriel” é um cartão de visitas perfeito para o ouvinte, “Messe Noire” é simplesmente sensacional e “Ora Pro Nobid Lucifer” já nasceu simplesmente clássica. Vale também a pena citar a faixa título, bem soturna, pesada e cadenciada e a ótima “In the Absence ov Light”

Ter voltado mais a suas raízes, deixando as orquestrações e o lado épico de seus trabalhos anteriores para trás, em momento algum é um retrocesso por parte do Behemoth. É justamente o oposto, pois aqui dão um passo à frente com a sua música. Toda essa efetividade e simplicidade só lhes fizeram bem, já que agressividade e intensidade nunca são demais para qualquer banda de Black/Death. Mais direto e brutal, Nergal e seu Behemoth lançaram um dos grandes trabalhos de sua carreira e que desde já, tem vaga certa entre os clássicos da banda. Ainda é cedo para marcar sem medo, mas The Satanist tem potencial para entrar nas listas de melhores do ano de muita gente por ai.

NOTA: 8,5





terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Primal Fear – Delivering the Black (2014)




Primal Fear – Delivering the Black (2014)
(Frontiers - Importado)

01. King for a Day
02. Rebel Faction
03. When Death Comes Knocking
04. Alive and on Fire
05. Delivering the Black
06. Road to Asylum
07. One Night in December
08. Never Pray for Justice
09. Born with a Broken Heart
10. Inseminoid

Após um início de carreira com sua sonoridade muito bem fincada no terreno do Metal Tradicional/Power Metal, com forte influência do Judas Priest, o Primal Fear se enveredou por um som mais épico e melódico, o que desagradou a muito de seus fãs. Por mais que nesse período tenham lançado trabalhos válidos, Unbreakable, de 2012, trouxe certo alívio a seus seguidores por soar como um retorno a suas raízes. Já em Delivering the Black, a banda capitaneada por Ralf Scheepers (vocal) e Mat Sinner (baixo) parece ter encontrado o equilíbrio perfeito entre seu lado mais tradicional, pesado e direto e o lado mais épico e melódico, o que acaba tornando esse trabalho positivamente bem variado.

Claro, não vamos encontrar nenhuma novidade em matéria de sonoridade por aqui. Se você procura originalidade, recomendo que passe longe do novo trabalho desses alemães, mas se não se incomoda com clichês utilizados a profusão, claro que com muita competência, esse álbum é mais do que indicado. Aliás, é curioso como o Primal Fear consegue unir todos os clichês do gênero, mas ainda sim ter uma sonoridade toda sua. Apesar de Ralf e Mat serem a força motriz por de trás do Primal Fear, o grande destaque aqui fica para a dupla de guitarristas, Magnus Karlsson e Alex Beyrodt, que inundam o álbum com ótimos riffs e melodias, sendo assim o grande diferencial do trabalho. Os destaques imediatos após uma primeira audição vão para a abertura, com a pesada e agressiva “King for a Day” e a faixa título, grudenta e bem melódica. Ambas já estão desde já no hall das canções clássicas da banda. Outras que merecem ser citadas aqui são “When Death Comes Knocking”, com um ótimo refrão e que soa como uma mistura de Priest, Saxon e Gamma Ray (banda da qual Ralf já foi vocalista), “Alive and on Fire”, com toques de Hard Rock e que poderia entrar em qualquer álbum do Judas sem grandes dramas, a enérgica “Road to Asylum”, a épica e melódica “One Night in December” e a soberba “Inseminoid”, que apesar de abusar de todos os clichês do Power Metal, ainda sim é para lá de empolgante.

Não ficarei aqui repetindo todo aquele discurso de que Ralf Scheepers deveria ter sido o escolhido para substituir Halford quando da saída desse do Judas nos anos 90, etc e tal, pois basta dizer que apesar de já estar beirando os 50 anos de idade, ele ainda canta em altíssimo nível e mostra em Delivering the Black, que ainda é um dos melhores vocalistas do Metal na atualidade. De resto, parece que o Primal Fear finalmente vai voltando aos trilhos, após uma fase em que parecia que nada mais tinham a oferecer aos seus fãs. Não, esse álbum não se trata de uma obra prima carregada de originalidade, mas vai render ótimos momentos de diversão durante sua audição. E no final, o que é música se não exatamente isso, entretenimento. E aqui, ele é de alto nível!

NOTA: 8,0