segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

OOMPH! - Ritual (2019)


OOMPH! - Ritual (2019)
(Napalm Records – Importado)


01. Tausend Mann und ein Befehl
02. Achtung! Achtung!
03. Kein Liebeslied
04. Trümmerkinder
05. Europa (feat. Chris Harms / Lord of the Lost)
06. In Namen des Vaters
07. Das Schweigen der Lämmer
08. TRRR - FCKN – HTLR
09. Phönix aus der Asche
10. Lass' die Beute frei
11. Seine Seele – Uma balada escura
12. In der Stille der Nacht (Bonus Track)   
13. Lazarus (Bonus Track)        
14. TRRR - FCKN - HTLR (Lord Of The Lost Remix) (Bonus Track)

É bem provável que muitos dos leitores do A Música Continua a Mesma desconheçam os alemães do OOMPH!, o que sinceramente é uma pena. Surgido na cidade de Wolfsburg no ano de 1989, o trio formado por Dero (vocal e bateria), Flux (guitarra e sampling) e Crap (guitarra e teclados), é um dos pioneiros do NDH (Neue Deutsche Härte), uma derivação do Metal Industrial que tem hoje como seu principal expoente os também alemães do Rammstein. Então não se equivoque, o OOMPH! não é um clone deste, justamente ao contrário, pois, é uma influência assumida do grupo capitaneado por Till Lindemann.

Sendo sincero, nunca achei a música do OOMPH! simples de se rotular, e talvez rótulos não caibam na mesma. Sua sonoridade é muito ampla, mesclando elementos de Metal Industrial, EBM, Hard Rock, Metal Alternativo, Gothic e Dark Metal, tanto que já observei pessoas os colocando em diversas dessas prateleiras. O que sei é que disso, nasce uma música pesada e que equilibra muito bem agressividade, melancolia e escuridão. Caso esteja no grupo dos que desconhecem a obra da banda, escutar álbuns como Sperm (94), Defekt (95), Plastik (99), Ego (01), Wahrheit oder Pflicht (04), Monster (08) e XXV (15) podem ajudar a dar um panorama a respeito de sua carreira.


Completando 30 anos em 2019, o OOMPH! chega ao seu 13º álbum de estúdio, e Ritual foi vendido em entrevistas como sendo o trabalho mais pesado, agressivo e sombrio da banda em muito tempo. Sempre duvido de material de divulgação, mas não dá para negar que essas 3 características aparecem com sobras durante 11 canções aqui presentes. Os vocais de Dero estão ótimos, e imprimem agressividade quando necessários – e não dá para negar que o idioma alemão ajuda muito nisso –, enquanto as guitarras soam bem densas, despejando bons riffs e com um ótimo groove. Tudo isso é enriquecido com arranjos eletrônicos de qualidade e passagens orquestrais muito bem-feitas pelos teclados.

“Tausend Mann und ein Befehl” é uma ótima faixa de abertura, com seus riffs explosivos, seu peso e vocais ameaçadores. “Achtung! Achtung!” é sombria e cativante, possuindo melodias agradáveis.  “Kein Liebeslied” tem uma pegada gótica e se destaca pelos ótimos riffs, groove e pelas mudanças de andamento. Além disso, tem um refrão simplesmente grudento. “Trümmerkinder” é um Metal Industrial de clima opressivo e com bom trabalho de guitarras, tendo em sua sequência a sinistra “Europa”, que é enriquecida pela participação de Chris Harms, do Lord of the Lost. Pense em uma canção dançante e pesada. Essa é “In Namen des Vaters”, com bons elementos góticos e que cativa com uma facilidade absurda.

 

Na segunda metade do álbum, temos a forte “Das Schweigen der Lämmer” (em português, O Silêncio dos Inocentes), com um clima sinistro e uma letra pesada, que trata do abuso sexual na Igreja. “TRRR - FCKN – HTLR” abusa do EBM e do Industrial, e possuiu uma estranheza agradável, além de uma ótimo refrão. É uma ode a liberdade de expressão, uma crítica a censura no meio artístico – da qual o OOMPH! já foi vítima – e as crescentes tendências antidemocráticas pelo mundo. “Phönix aus der Asche” tem peso, cadência e boas melodias, sendo seguida pela ótima e nervosa “Lass' die Beute frei”, outro dos pontos altos de Ritual. Encerrando, temos a escura “Seine Seele”. Nas versões Digital, Digipack, Vinil e Box Set, tempos 3 ótimas faixas bônus, “In der Stille der Nacht”, “Lazarus” e uma versão remixada pelo Lord of the Lost para “TRRR - FCKN – HTLR”.

Gravado e produzido pela própria banda em seu estúdio, Ritual tem a qualidade sonora que esperamos de um trabalho do OOMPH!. Os termos reinvenção e continuidade, por mais contraditórios que possam soar, se encaixam bem aqui. Mostrando a criatividade que sempre marcou sua história, não chegarei ao ponto de afirmar que lançaram seu melhor álbum (até porque isso não seria verdadeiro), mas digo sem medo que é seu trabalho mais maduro em 3 décadas de carreira. Pesado, cativante, enérgico, sombrio, mas acima de tudo, divertido! Esse é Ritual, um CD que vai cair bem na coleção de qualquer amante de vertentes mais modernas da música pesada.

NOTA: 81

OOMPH! é:
- Dero (vocal e bateria);
- Flux (guitarra e sampling);
- Crap (guitarra e teclados);

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