quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Worsis - Blinded by the System (2017)


Worsis - Blinded by the System (2017)
(Independente - Nacional)


01. Sisyphus    
02. País sem Leis    
03. Echoes of Pain    
04. False God    
05. Slaves of Corruption    
06. What Remains of the Future?    
07. Still Resisting    
08. Under Mud    
09. Facing the Worms    
10. Manipulados pelo Sistema    
11. Born to Bleed

Apesar de ter surgido apenas no ano de 2017, a história do Worsis começou bem antes, mais precisamente no ano de 2010, com o nome de Archangel. Em 2014, após mudança de formação, alteraram seu nome para Kairos, lançando dois singles e entrando em estúdio para a gravação de seu debut. Eis que, em meio ao processo, nova mudança de formação ocorre e por fim, o novo nome é adotado. Em resumo, não estamos diante de músicos inexperientes, mas sim de uma banda que vem buscando seu espaço na cena e maturando sua sonoridade já há algum tempo.

Musicalmente, temos aqui um Thrash Metal pesado e agressivo, com uma pegada mais moderna, mas sem ser modernoso, se é que você me entende. Variando bem momentos mais velozes com outros mais cadenciados, sua música transborda energia e fúria, se mostrando técnica na medida certa, sem grandes exageros nesse sentido (o que é muito bom). Álvaro Jr se mostra muito bom vocalista, além de fazer uma bela dupla com Lucas Barros nas guitarras, que são responsáveis por despejar riffs fortíssimos em nossos ouvidos. Já a parte rítmica, com o baixista Eduardo Mazui e o baterista Ale Mussatto, se mostra simplesmente destruidora e diversificada. 


São 11 temas, todos de muita qualidade, mas claro que alguns acabam por se destacar mais que outros. “Sisyphus” abre o álbum de forma direta e nervosa, sendo seguida da pesada “País sem Leis” (cantada em português). “False God” se destaca pela cadência e bom groove, enquanto  “Slaves of Corruption” esbanja energia e brutalidade. “Manipulados pelo Sistema”, que foi lançada como single nos tempos de Kairos, tem um pé no Hardcore, e por último, cabe destacar também as esmagadoras “Under Mud” e “Born to Bleed”, essa última alternando muito bem passagens velozes e cadenciadas, além de possuir um groove matador.

A produção ficou por conta de Thiago Caurio, com mixagem de Benhur Lima e masterização de Marcel van der Zwan. Um time de primeiríssima qualidade, que acabou por realizar um belíssimo trabalho. Já a capa foi obra de Hugo Silva (Acacombrie/INK). E já vá preparando a cartela de relaxante muscular, pois após a audição de Blinded by the System, seu pescoço, com certeza, pedirá um comprimido.

NOTA: 8,5

Worsis é:
- Álvaro Jr (Vocal/Guitarra);
- Lucas Barros (Guitarra);
- Eduardo Mazui (Baixo);
- Ale Mussatto (Bateria)

Facebook
YouTube
Instagram

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Hutt - Apocalipster (2018)



Hutt - Apocalipster (2018)
(Black Hole Productions - Nacional)


01. Flores, Velas e Caixão
02. Perdedor    
03. Tiro e Teco    
04. AUSC    
05. Estopim    
06. Nasceu pra Ser Inglês    
07. Ressurreição do Rico    
08. Fume    
09. Sete Palmos de Esperança    
10. Serão os Esquimós Índios em Iglus    
11. Carimbador   
12. Seja Bem-Vindo ao Circo    
13. HUTT    
14. Burzulão   
15. Faniquito Sorumbático    
16. Danzig In Tha Rain   
17. Salve    
18. Eldorado    
19. Shurimburi    
20. Trágico e Não Letal    
21. Desempregrind    
22. Papai Sabe Tudo    
23. Sem Alma na Alba    
24. Restou Você    
25. Medusa

Quando falamos de Metal, talvez nenhum estilo seja mais vil e infame do que o Grindcore. O Hutt surgiu em São Paulo no ano de 2001, e desde então, vem escrevendo sua história dentro do cenário nacional como uma das principais bandas do estilo, com sua música baixa e abjeta (isso é um elogio, ok). Mas apesar de já estar completando 17 anos de história, sua carreira é marcada por poucos lançamentos, com destaque para seus dois ótimos álbuns, Sessão Descarrego (04) e Monstruário (11). Mas eis que após 7 anos de hiato, nos entregam seu 3º trabalho completo de estúdio, Apocalipster.

Se você tem ouvidos delicados e sensíveis, já vou avisando, mantenha a distância desse artefato, pois o poder de destroçar tímpanos que o mesmo possui é algo assustador. Mal comparando, é uma espécie de Bomba H em formato de áudio. Aqui temos música ríspida, agressiva, bruta e literalmente extrema. Os vocais de Marcelo Appezatto soam totalmente insanos e em muitos momentos, ininteligíveis, exatamente como devem ser. Liandro nos entrega riffs ferozes e capazes de destroçar o que surgir pela frente, enquanto o baixo de André soa forte. A bateria, que aqui foi gravada por Marcelo Choukri, tem o efeito de uma explosão atômica, tamanho seu poder de devastação.

São nada menos do que 25 canções em cerca de 26 minutos, onde personificam o caos em forma de música. Apontar destaques? Sabe aquele clichê do “todas as músicas se destacam”? Então, é bem por aí. As minhas preferidas são “Tiro e Teco”, “Nasceu pra Ser Inglês”, “Ressurreição do Rico”, “Serão os Esquimós Índios em Iglus” (tem banda por ai que em 12 minutos, não consegue fazer algo com a qualidade que o Hutt fez em 12 segundos), “Carimbador”, “HUTT”, “Danzig In Tha Rain”, “Salve” (difícil acreditar que só possui 36 segundos, de tão boa que é), “Shurimburi”, “Trágico e Não Letal”, “Desempregrind” (a melhor de todas), “Sem Alma na Alba” e “Restou Você”.

Apocalipster foi gravado e mixado no Da Tribo, por Ciero e André Stuchi, com masterização de William Blackmoon. Ficou excelente, já que mesmo deixando tudo audível, não tirou nada da agressividade, do extremismo e da sujeira necessárias ao estilo do Hutt. Já a parte gráfica é fantástica, toda em forma de HQ, tendo sido tiradas das revistas Calafrio Edição de Colecionador 1989, Mestres do Terror 53, Almanaque de Histórias Satânicas e Cripta do Terror edições 1, 2 e 3. Mesmo estando ainda em fevereiro, posso afirmar sem medo que esse é um dos melhores álbuns de Metal Extremo que você irá escutar em 2018.

NOTA: 9,0

Hutt é:
 - Appezzato (Vocal);
 - Liandro (Guitarra) ;
 - André (Bateria).

Facebook
Bandcamp (Hutt)
Bandcamp (Black Hole Productions)


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Nuclear Warfare - Empowered by Hate (2017)


Nuclear Warfare - Empowered by Hate (2017)
(MDD Records - Importado)


01. After The Battle
02. Let The Hate Reign
03. Mata Com Faca
04. Fear
05. Warlust
06. Bite Of The Viper
07. Half Truths
08. A Nice Day
09. Nuclear Warfare
10. Thrash To The Bone

Apesar de já estar na estrada desde 2001 e de Empowered by Hate ser seu 5º trabalho de estúdio, o alemão Nuclear Warfare não é um nome muito conhecido por estes lados. Mas isso aos poucos está mudando, já que desde 2014 contam em suas fileiras com o experiente baterista brasileiro Alexandre Brito (Andralls), além de terem feito turnês por aqui. E para reforçar ainda mais essa ligação, esse trabalho foi todo gravado e produzido em São Paulo, mostrando que sim, temos no Brasil estúdios e profissionais de primeiríssima linha.

Musicalmente, o que temos aqui é um Thrash Metal com seus pés muito bem fincados nos anos 80, com elementos da escola germânica que remetem a nomes como Kreator, Sodom e Destruction, mas sem deixar de lado a influência de bandas como Slayer e Exodus. A música aqui apresentada é muito pesada, dura e agressiva, muito bem estruturada e sem espaço para modernidades. Escutar Empowered by Hate é como entrar em uma máquina do tempo.


A sequência inicial já deixa claro que o trio formado por Florian Bernhard (vocal/baixo), Sebastian Listl (guitarra) e Alexandre Brito (bateria) não está para brincadeiras, já que “After The Battle” e “Let The Hate Reign” abusam da velocidade e possuem grande poder de destruição. “Mata Com Faca” é bruta e cantada em português, enquanto “Fear” dá um descanso, já que é mais cadenciada. “Warlust” traz a velocidade de volta, além de contar com um ótimo refrão. “Bite Of The Viper” traz de novo a cadência, mas não por muito tempo, já que é seguida por “Half Truths” e “A Nice Day” (outra com refrão de destaque). “Nuclear Warfare” surpreende pelas boas melodias, enquanto “Thrash To The Bone” encerra o trabalho de forma simples e contundente.

Gravado no Papiris Studio (São Paulo), o álbum teve produção da banda e de Caio Monfort, sendo que ele também foi o responsável pela mixagem e masterização. O resultado final é muito bom, já que aliou clareza ao peso, agressividade e à dose de crueza necessária. Ok, o Nuclear Warfare não nos apresenta nada de novo em matéria de Thrash Metal, mas consegue fazer o que se propõem com muita competência, e principalmente, sem soar como uma emulação. Feito sob medida para destruir pescoços e divertir os amantes do estilo.

NOTA: 8,0

Nuclear Warfare é:
Florian Bernhard (vocal/baixo);
Sebastian Listl (guitarra);
Alexandre Brito (bateria).

Homepage
Facebook
Twitter

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Heretic - The Errorism (2016)


Heretic - The Errorism (2016)
(Two Beers Or Not Two Beers/Record Union/Blastbeat Records - Nacional)


CD1
01. Grounds of Kalinga
02. Amlid
03. Sumerian Counsel
04. Sitar Fusion
05. Drown in Apsu
06. The Errorism
07. Choked in Cicuta
08. Mirage
09. Trampled by War Elephants

CD2
01. Summoning the Greek
02. Bite the Sand
03. Act IV
04. Black Genius
05. Echoes
06. Act I
07. Birth of Ashoka
08. Ruins (Nile cover)

O veloz amadurecimento musical do Heretic após o seu segundo álbum, Leitourgia (15), é algo que me impressiona. Em um curtíssimo espaço de tempo, lançaram The Pessimist (15), e no ano seguinte, The Errorism, sendo a evolução do projeto capitaneado por Guilherme Aguiar (Armum, Mugo) entre ambos, algo que beira o absurdo. O salto foi imenso, fazendo o que era bom se tornar simplesmente excelente.

Aos que não conhecem o trabalho de Heretic, estamos falando de música instrumental, ou seja, algo que por si só não é de fácil assimilação por parte do grande público. Para tornar a receita ainda mais complexa, o que temos é uma mescla de Progressive Metal com Death Melódico, Jazz e elementos de música oriental, deixando assim tudo ainda mais difícil. Tamanha amplitude musical poderia gerar uma massa sonora amorfa e confusa, mas felizmente não é o que ocorre.

Variedade e coesão são as palavras-chave aqui. A música do Heretic, apesar da diversidade de elementos presentes, se mostra muito bem estruturada e equilibrada, tanto que em todos os momentos o que prevalece é o peso das guitarras. Estas, por sinal, nos entregam ótimos riffs, que possuem em si aquela pitada de música étnica que acaba por ser o diferencial do projeto. A parte rítmica esbanja técnica, com destaque para a utilização do baixo fretless, e os demais instrumentos, como tabla e cítara, que teoricamente seriam estranhos ao Metal, acabam incorporados com muita naturalidade às canções.


Temos aqui um álbum duplo, com 15 canções ao todo. A longa duração do mesmo até chega a incomodar um pouco, já que pode ser cansativa aos que não estão acostumados com a proposta, mas não é algo que comprometa o resultado final de forma profunda. No CD 1, os destaques ficam por conta de “Amlid”, enérgica e com boas guitarras, “Sumerian Counsel”, onde o baixo fretless se destaca, a pesada “Drown in Apsu”, “The Errorism”, com ótimos riffs e “Trampled by War Elephants”, outra que esbanja peso. Já no CD 2, podemos apontar a variada “Summoning the Greek”, característica também presente em “Bite the Sand”, que possui melodias bem interessantes, a introspectiva e atmosférica “Birth of Ashoka”, e o cover para “Ruins”, do Nile, que ficou realmente muito legal.

A produção, mixagem e masterização foram feitas por Guilherme Aguiar, e se mostra muito boa, com uma boa escolha de timbres e totalmente audível. Conseguiu manter o peso, a agressividade e ainda permitir que toda a infinidade de instrumentos presentes seja notada. E para completar, The Errorism vem embalado em um digipack muito bacana, com uma das capas mais legais que já vi em se tratando de Metal nacional. O que temos aqui não é uma proposta de fácil assimilação, afinal, música instrumental não é para todo mundo, mas garanto que quem se permitir conhecer o trabalho do Heretic não vai se arrepender. Vale dizer que após esse álbum, lançaram dois outros trabalhos, o EP Heretika (16) e o CD To the False, ambos já contando com um vocalista.

NOTA: 8,5

Heretic é:
Guilherme Aguiar (Guitarras, baixo fretless, teclados, sintetizadores, outros instrumentos)
 
Convidados:
Laysson Mesquita (Baixo fretless 1,6,8 cd1 e 1,3,5,6,7 cd2)
Fifas Rules (Baixo fretless 2,3,5,7 cd1)
Luis Maldonalle (Guitarras solo todas)
Moyz Henrique (Guitarras solo 1 cd2)

Homepage
Facebook
YouTube
Bandcamp


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Ufrat - Global Devastation (2016)


Ufrat - Global Devastation (2016)
(Night Hunter Records - Nacional)


01. Intro        
02. The Smell of Death        
03. Unceasing Torment        
04. Annihilator of Minds        
05. Bastard Blood        
06. Confronting Death        
07. Global Devastation        
08. Death Row        
09. Peter Killer        
10. Cruel Faith        
11. Social Chaos        
12. Voluntary Slavery        
13. Nightfear

Quando o assunto é Metal, não é novidade nos depararmos com boas bandas vindas do Paraná, independentemente da vertente nas quais apostam. É de lá que vem o Ufrat, surgido no ano de 2009 na cidade de Ivaiporã, e que investe em um Thrash pesado, que em alguns momentos se permite flertar com o Death Metal. Em 2014, lançaram seu debut intitulado Welcome to Reality, sendo Global Devastation lançado 2 anos depois.

O Ufrat busca fazer o simples, sem abrir espaços para novidades ou qualquer outra coisa do tipo. Thrash pesado, enérgico, com vocais agressivos, bons riffs e parte rítmica que se mostra competente e técnica. É legal, mas quando uma banda se propõe a seguir esse caminho, sabe que o mesmo pode ser uma faca de dois gumes. Se por um lado permite que se pise sobre um terreno conhecido e seguro, minimizando ao máximo qualquer possibilidade de erro, por outro existe o risco de limitar demais a música e deixá-la amarrada demais ao senso comum do estilo. E o Ufrat topou assumir esse risco.


Global Devastation é um bom álbum, vai render bons momentos de diversão aos fãs do estilo, mas como esperado, não apresenta nada de diferente do que é feito há mais de 30 anos. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista do ouvinte. Tirando a introdução, são 12 músicas diretas e precisas, com direito a um cover para “Nightfear”, do Benediction, que ficou muito legal. Além dela, podemos apontar como destaques a intensa “Unceasing Torment”,  “Annihilator of Minds”, enérgica e que esbanja fúria, “Confronting Death”, com um pé no Death Metal, assim como também “Global Devastation” e “Peter Killer”. Aliás, quando caem para esse lado, fica bem nítida a influência de Benediction e Obituary na sonoridade do Ufrat.

Mas o verdadeiro calcanhar de aquiles aqui se dá no quesito produção. Feita pela própria banda, com a mixagem e masterização realizadas pelo guitarrista Alex, até deixa tudo audível, mas peca pela crueza um pouco além da conta. É algo a se pensar para o próximo trabalho. A parte gráfica se mostra simples e funcional, bem-feita, com capa de Paulo Feitoza e design e layout de Rafael Moreno. No fim, temos uma boa banda de Thrash/Death, que mostra potencial para crescer mais, bastando alguns ajustes (um pouco mais de variedade dentro das canções seria legal) aqui e ali para dar uma cara própria ao seu som.

NOTA: 7,0

Ufrat é:
- Caio (Vocal)
- Alex (Guitarra)
- Marcelo (Baixo)
- Ivan (Bateria)

Facebook
YouTube



domingo, 4 de fevereiro de 2018

Melhores álbuns – Janeiro de 2018

 
No primeiro domingo de cada mês o A Música Continua a Mesma fará uma lista com os melhores álbuns do mês anterior. Nela, respeitaremos as datas oficiais de cada lançamento, então sendo assim, não contaremos a data que os mesmos vazaram na internet, mas sim quando efetivamente foi ou será lançado.

Sendo assim, ai vão os melhores lançamentos de janeiro na opinião do A Música Continua a Mesma.

1º. Orphaned Land - Unsung Prophets & Dead Messiahs 


2º. Shining - X - Varg utan flock


3º. Hamferð - Támsins likam


4º. Summoning - With Doom We Come
 

5º. In Vain - Currents


6º. Gangrena Gasosa - Gente Ruim Só Manda Lembrança pra Quem Não Presta 
 

7º. Mystic Prophecy - Monuments Uncovered


8º. Wail - Resilient


9º. Audrey Horne - Blackout


10º. Mike Lepond’s Silent Assassins - Pawn and Prophecy
 

Menções Honrosas

- Arkona - Khram


- Tribulation - Down Below


- Fleshpyre - Unburying the Horses of War


- Sinistro - Sangue Cássia


-Warshipper - Black Sun


Melhor EP

- Absent - Towards the Void