quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Sodoma - Mutapestaminação (2016)


Sodoma - Mutapestaminação (2016)
(Altera Pars Records - Nacional)


01. Audiatur et Altera Pars
02. Pesthereticanonica
03. 7Strega
04. Mutapestaminação
05. Libertinos
06. Devora-te
07. Ramaerata
08. Destrói Dei Verbum
09. Viperovz Papisa

A riqueza do cenário nacional é algo indiscutível. Por mais que muitos se recusem a enxergar, a verdade é que aqui temos bandas tão boas quanto qualquer uma que venha do exterior. E olha que, por toda a situação econômica e pela falta de valorização do estilo no Brasil, a luta para se manter uma banda é muito mais árdua por aqui do que na Europa ou América do Norte. O paraibano Sodoma é um exemplo disso. Surgido em 2003, soltou duas demos, Sadomazocristo (05) e Renascida em Trevas (08), só chegando ao seu debut em 2011, com o muito bom Sempiterno Agressor, onde em 10 temas, desfilava o seu furioso Blackened Death Metal.

Então, após um hiato de 5 anos, o Sodoma nos apresentou Mutapestaminação, onde mostram que o tempo decorrido entre um álbum e outro só lhes fez bem. Não entendam mal, como eu mesmo já disse acima, seu debut é um trabalho muito bom, mas a evolução apresentada entre um e outro é algo realmente incrível. E o melhor, sem perder quaisquer das características da banda. Sua música continua bruta, agressiva (diria que até mais que na estreia) e blasfema, mas soando ainda mais técnica, bem-arranjada e acabada, enquanto boas melodias surgem em meio a riffs afiadíssimos.

A forma como conseguem equilibrar bem os elementos de Death e Black em sua música lembra os melhores momentos de nomes como Behemoth, Belphegor, Azarath, Angel Corpse e afins, além de gerar uma música que consegue soar ao mesmo tempo infernal e soturna. Na maior parte do tempo, a velocidade predomina sobre as passagens mais cadenciadas (que, quando surgem, são muito bem encaixadas), com um belo trabalho de guitarra da dupla Samidarish e Seth. Os vocais de Hate Devoro estão doentios, enquanto seu baixo faz uma bela dupla com a bateria de Dagon. Por sinal, em diversos momentos, a parte rítmica assume o protagonismo das canções.


Descontando a breve introdução, temos aqui 8 verdadeiros hinos de mais puro louvor à luxúria e à blasfêmia, todos cantados em nossa língua pátria. Os principais destaques ficam por conta de “Pesthereticanonica”, veloz, diversificada e brutal, com um belo trabalho das guitarras, a insana “7Strega”, a infernal “Mutapestaminação”, onde Hate Devor e Dagon mostram muita técnica em seus instrumentos, a doentia e sombria “Ramaerata”, outra onde as guitarras se destacam, e o encerramento com a insana e feroz “Viperovz Papisa”.

Gravado em 3 estúdios diferentes, SG Studio Digital, 1404 Studios e Estúdio Peixe-boi, todos em João Pessoa/PB, Mutapestaminação teve produção, mixagem e masterização realizadas por Victor Hugo Targino (Soturnus, Conclave, Metacrose, Cangaço, Necrohunter), com um bom resultado, já que manteve a clareza, o peso e a agressividade, mas com a dose de crueza necessária para o Death/Black dos paraibanos. Já a capa é obra de Rafael Tavares (Blood Red Throne, Ocultan, Chaos Synopsis, Torture Squad, Queiron) e reflete com perfeição o conteúdo lírico blasfemo do Sodoma.

Provando que evoluir e amadurecer não significa perder suas características, o Sodoma dá um passo à frente e se coloca na ponta de lança do cenário Death/Black brasileiro. Uma verdadeira hecatombe em forma de música!

NOTA: 8,0

Sodoma é:
- Hate Devoro (vocal/baixo);
- Samidarish (guitarra);
- Seth (guitarra);
- Dagon (bateria).

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