sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Suffocation - ...of the Dark Light (2017)


Suffocation - ...of the Dark Light (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Clarity Through Deprivation
02. The Warmth Within the Dark
03. Your Last Breaths
04. Return to the Abyss
05. The Violation
06. ...Of the Dark Light
07. Some Things Should Be Left Alone
08. Caught Between Two Worlds
09. Epitaph of the Credulous

Um dos nomes seminais do estilo. Inovadores e responsáveis pelo lançamento das bases do que podemos entender por Brutal Death Metal e Technical Death Metal. O Suffocation dispensa apresentações, afinal, são quase 30 anos de carreira (incluindo o hiato entre 1998 e 2002), nos quais deram uma contribuição inestimável ao Metal Extremo, além de, claro, terem lançado clássicos do porte de Effigy of the Forgotten (91), Breeding the Spawn (93) e Pierced from Within (95). Sua influência é algo incontestável.

Desde seu retorno em 2002, mesmo que não tenham alcançado a excelência de sua primeira fase, nunca lançaram algo decepcionante, já que trabalhos como Souls to Deny (04), Suffocation (06), Blood Oath (09) ou mesmo Pinnacle of Bedlam (13) estão muito acima da média do que ouvimos por aí. Para o lançamento de seu 8º álbum de estúdio, passaram por algumas mudanças de formação, já que do line-up que gravou o último álbum, tivemos as saídas de ninguém menos que o guitarrista Guy Marchais e do baterista Dave Culross (substituído por Kevin Talley, que também se retirou da banda posteriormente). Sendo assim, temos aqui duas estreias, Charlie Errigo (guitarra) e Eric Morotti (bateria). Uma curiosidade a respeito de tais mudanças é que ambos sequer eram nascidos quando o Suffocation estreou com o fantástico Effigy of the Forgotten.

E é justamente essa juventude que acabou por fazer um bem tremendo ao Suffocation, renovando o seu som. Mas calma, não estamos falando aqui que houve alguma mudança na sonoridade da banda, mas sim em matéria de energia. A entrada de 2 novos membros parece ter reacendido aquela chama inicial dos anos 90, já que sem qualquer tipo de exagero, ...of the Dark Light poderia ser o sucessor natural de Pierced from Within, o elo perdido entre os anos 90 e os 2000, já que em muitos momentos de suas 9 músicas somos remetidos à fase inicial do grupo, principalmente no trabalho das guitarras, onde o lendário Terrance Hobbs e o novato Errigo despejam riffs simplesmente incríveis. Na parte rítmica, o baixo de Derek Boyer soa simplesmente impactante, enquanto Morotti nos apresenta um trabalho de bateria intrincadíssimo. Quanto aos vocais, bem, é Frank Mullen cantando e não preciso dizer mais nada.


O álbum abre com a desoladora “Clarity Through Deprivation”, onde velocidade e cadência se misturam para gerar algo simplesmente brutal. A incrível sequência inicial ainda conta com “The Warmth Within the Dark” e seus riffs absurdamente cativantes e a técnica “Your Last Breaths”, onde o trabalho das guitarras e da bateria se sobressaem. Em “Return to the Abyss” é possível observarmos algumas melodias, mesmo que não abram mão da brutalidade em momento algum, enquanto “The Violation”, além de apresentar um ótimo trabalho vocal, transborda energia por todos os poros. “...Of the Dark Light” é outra que mescla com muita competência os momentos mais velozes com os mais cadenciados, e “Some Things Should Be Left Alone” apresenta um dos melhores riffs de todo o  trabalho. Na sequência final, temos “Caught Between Two Worlds”, que é outra que incorpora boas melodias mesmo sendo absurdamente agressiva e bruta, e uma ótima regravação para “Epitaph of the Credulous”, presente em Breeding the Spawn e que fecha o álbum de forma perfeita.

No quesito produção, repetiram o que vêm fazendo desde seu retorno, com a mesma ficando a cargo de Joe Cincotta. Já a mixagem e masterização, assim como no álbum anterior, foi realizada pelo renomado Zeuss (Carnifex, Crowbar, Kataklysm, Iced Earth, Queensrÿche, Municipal Waste, Soulfly). O resultado final é o melhor em anos, já que soa muito mais orgânica do que vínhamos observando anteriormente. Já a bela capa é obra de Colin Marks (Kataklysm, Exodus, Jeff Loomis, Nevermore, Fleshgod Apocalypse), saindo um pouco do padrão que estamos acostumados ver o Suffocation adotar.

Ao final, temos o seu trabalho mais forte nos últimos anos e seu melhor álbum desde o retorno em 2002. Com energia de sobra e composições agressivas, brutas, técnicas e complexas, mais uma vez o Suffocation vai fazer a alegria de seus fãs, mostrando a quem duvidava que ainda têm muita lenha para queimar e muita coisa boa para oferecer ao Death Metal. Um dos melhores trabalhos de Metal Extremo de 2017.

NOTA: 9,0

Suffocation é:
- Frank Mullen (vocal);
- Terrance Hobbs (guitarra);
- Charlie Errigo (guitarra);
- Derek Boyer (baixo);
- Eric Morotti (bateria).


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