quinta-feira, 9 de março de 2017

Goatlove - Guadalajara (2016)


Goatlove - Guadalajara (2016)
(Independente - Nacional)


01. Shine
02. Down to the River
03. Rise, Caeser, Rise
04. Liar
05. Saturn’s Honey
06. Hipshake
07. Apes
08. We Shall Rise
09. Sunshine Colours

Se tem uma coisa que dá gosto, é escutar uma banda que procura fugir do lugar-comum. Esse é o caso do Goatloave e seu Goat ‘N’ Roll. Formado por Roger Lombardi (vocal), Marco Nunes (guitarra), Pedro Lobão (guitarra), Lucas Barone (baixo) e Alexandre Watt (bateria), já haviam chamado a atenção com seu debut, The Goats Are Not What They Seem (12), com uma mistura bem interessante de Pós-Punk, Gothic Rock, Classic Rock, Hard e algumas pitadas de Metal, e agora, após 4 longos anos, nos apresenta seu segundo trabalho, intitulado Guadalajara.

Esse é um álbum mais maduro e coeso que o de estreia, o que não é pouca coisa. As características principais nele apresentadas continuam fortemente presentes aqui, mas fica nítido que deram aquele passo à frente na sua música, principalmente nos arranjos, que se mostram melhores trabalhados. Os vocais de Roger continuam marcantes, com ele soando muito mais como um crooner do que como um vocalista, algo que pode causar estranhamento em alguns, mas que é um puta diferencial na sonoridade da banda. A dupla de guitarristas formada por Marco Nunes e Pedro Lobão, soa mais afiada que nunca nos riffs e solos, enquanto Lucas Barone (baixo) e Alexandre Watt (bateria) formam uma dupla sólida e coesa.

O álbum abre com a marcante “Shine”, enérgica e que pende mais para o Gothic Rock, enquanto a faixa seguinte, “Down to the River”, tem aquela veia Hard do Goatlove mais acentuada, com um refrão desses que gruda na cabeça. “Rise, Caesar, Rise” mantém a energia lá em cima, com muito peso, intensidade e outro refrão marcante. Aliás, essa é uma característica forte em todo trabalho, já que basta uma audição para sair cantando os mesmos por ai. O lado pós-punk dá as caras na ótima “Liar”, com aquele climão totalmente anos 80 e influência de nomes como Sisters Of Mercy e The Mission. Só por essa sequência, já é possível notar a amplitude sonora do trabalho. Mas a coisa não para aqui. 


“Saturn’s Honey” e “Hipshake” são bem enérgicas e mesclam com muita categoria Hard Rock e Punk. Ambas contam com a participação especial da vocalista Anita Cecília Pacheco nos refrões, o que enriquece ainda mais o resultado final. Bem crua, “Apes” mostra outro lado da banda, já que conta com influências daquele Rock Industrial. Mas atente, quando falamos de Rock Industrial, estamos falando daquela segunda geração pós-punk e nomes como Killing Joke, Skinny Puppy, Cabaret Voltaire e afins, que tiveram influências nos primórdios do estilo. Já “We Shall Rise” é o momento experimental de Guadalajara, já que consiste em mais de 16 minutos de batidas tribais e sons eletrônicos. Encerrando a obra, a bela e setentista “Sunshine Colours”, que conta com as participações de Paulo Anhaia no violão e Cleilton Chaves no Ukelele. Qualquer semelhança com Led Zeppelin aqui não é mera coincidência, com direito a citação direta da obra dos ingleses aqui. Melhor forma de encerrar o trabalho, impossível.

Gravado no Fábrica do Zé Studios, o álbum teve produção de Marco Nunes e Roger Lombardi, com a mixagem e masterização sendo realizadas no The Goatroom Studios, por Marco. Sem dúvida, outro ponto onde evoluíram ainda mais, já que o nível aqui é ótimo. Tudo claro, audível, bem timbrado, mas com uma dose de crueza e sujeira necessárias ao som do Goatlove. Já a capa, uma foto de domínio público, foi elaborada em cima de ideia de Ricardo Batalha. Um trabalho que, ao final de tudo, acaba primando pela originalidade, já que não escuto hoje por aí uma banda que misture de forma tão competente e divertida algumas referências tão dispares como o quinteto faz. Se gosta de uma música autêntica, escute Guadalajara.

NOTA: 9,0

Goatlove é:
- Roger Lombardi (vocal);
- Marco Nunes (guitarra);
- Pedro Lobão (guitarra);
- Lucas Barone (baixo);
- Alexandre Watt (bateria).

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