segunda-feira, 27 de abril de 2015

Semblant - Lunar Manifesto (2014)



Semblant - Lunar Manifesto (2014)
(Shinigami Records - Nacional)

01. Incinerate
02. Dark of the Day
03. What Lies Ahead
04. The Shrine
05. Bursting Open
06. Mists Over the Future
07. The Hand That Bleeds
08. Selfish Liar
09. Ode to Rejection
10. The Blind Eye
11. Scarlet Heritage (Legacy of Blood Part III)

Quando no ano de 2008, os curitibanos do Semblant lançaram o EP Behind the Real, mostraram possuir muito potencial com seu Dark/Gothic Metal. Mas de nada vale uma banda ter tal potencial se simplesmente optar por estagnar musicalmente seu som. Felizmente no debut, Last Night of Mortality (10) e no EP subsequente, Behind the Mask (11), o septeto paranaense demonstrou traços de tal evolução, deixando claro a todos que as expectativas iniciais não eram equivocadas. Ainda sim, ouso dizer que tal fato não nos preparou para o próximo passo do Semblant.

Ao final da audição de Lunar Manifesto, confesso que meu queixo estava caído. Não prezado leitor, não estamos diante de um álbum comum de Gothic Metal, com uma dupla de vocalistas que se limita a vocais no estilo Bela e a Fera enquanto a banda ataca com um Death Melódico ao fundo, como 90% dos nomes do gênero. Aqui nos deparamos com um trabalho muito mais amplo e criativo, que funde de forma absurdamente criativa e coesa, não só os estilos citados acima, como também Black (principalmente nos guturais), Progressivo, Metal Sinfônico (me remeteu em alguns momentos, as passagens mais pesadas do Epica), Doom, Heavy (preste atenção nos ótimos solos presentes no álbum) e se você for bem chato e procurar bem, até mesmo algo muito discreto de Metalcore (alguns vocais e riffs me remeteram a bandas do estilo). A dupla Mizuho Lin e Sergio Mazul procuram sair do lugar comum quando o assunto são as vocalizações, com o segundo variando seu vocal entre o gutural, o rasgado e o limpo, fora o fato de suas vozes soarem bem harmônicas. Já a dupla de guitarristas Juliano Ribeiro e Sol Perez não só despeja em nossos ouvidos riffs agressivos como também consegue nos presentear com solos carregados de ótimas melodias. A “cozinha”, com João Vitor (baixo) e Welyntom “THOR” Sikura (bateria), não só mostra ótima técnica, como também é capaz de imprimir peso e variedade as composições, enquanto o tecladista J.Augusto consegue encaixar seus teclados nos momentos certos e sem os exageros cometidos por alguns. Destaques para “Incinerate”, “Dark of the Day”, “What Lies Ahead”, “The Shrine”, “Bursting Open”, “The Hand That Bleeds” (que solo, meus amigos), “Selfish Liar” e “Scarlet Heritage (Legacy of Blood Part III)”.

A produção, masterização e mixagem ficaram a cargo do “fodástico” Adair Daufembach (Project46, Hangar, A Red Nightmare, dentre outras), sendo um dos grandes destaques do trabalho, já que deixou a sonoridade limpa, mas agressiva, moderna, mas sem soar modernosa. A capa (uma das mais belas que já vi em se tratando de Metal Nacional) é uma obra de Carlos Fides, sendo um retrato perfeito do que escutamos em Lunar Manifesto. Complexo, devido à variedade de estilos encontrados, mas ao mesmo tempo fácil de ser assimilado pelo ouvinte, pesado, agressivo, criativo e carregado de personalidade, esse é certamente um dos melhores álbum já lançados na história do Metal brasileiro. Simplesmente obrigatório a todos que apreciam musica pesada que qualidade.

NOTA: 9,0


 

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