quarta-feira, 12 de março de 2014

Within Temptation – Hydra (2014)




Within Temptation – Hydra (2014)
(Nuclear Blast (Europa)/ Hellion (Brasil))

01. Let Us Burn
02. Dangerous (feat. Howard Jones)
03. And we Run (feat. Xzibit)
04. Paradise (What About Us?) (feat. Tarja)
05. Edge of the World
06. Silver Moon
07. Covered By Roses
08. Dog Days
09. Tell Me Why
10. Whole World Is Watching (feat. David Pirner)

Quando o Within Temptation surgiu nos anos 90, praticava aquele Gothic Doom que andou muito em voga na segunda metade daquela década e que rendeu diversos outros nomes a cena. Com a posterior queda de popularidade do estilo (afinal de contas, tudo são ciclos quando se trata de música), separou-se o joio do trigo e apenas as bandas que procuraram dar um passo a frente em seu som conseguiram permanecer em voga nos anos 2000. E no caso do sexteto holandês, não podemos acusar de forma alguma a banda de nunca procurar inovar, já que a cada lançamento buscam renovar seu som. O problema é que nem sempre isso significa que o resultado será satisfatório. Se em um primeiro momento, migraram para um Metal Sinfônico, posteriormente, numa tentativa de alcançar popularidade cada vez maior, passaram a adicionar um tempero mais pop a suas músicas, sempre calcadas na bela voz de Sharon den Adel, uma das melhores vocalistas de sua geração. E é ai que para alguns, a porca torce o rabo.
Claro, não vou negar que julgo mais do que válido quando uma banda não se acomoda e procura novas sonoridades para sua música, dando a ela um ar mais amplo e moderno, mas tudo nessa vida deve ser usado com parcimônia. Hydra continua do ponto onde o álbum anterior, The Unforgiving (que os fez aparecer pela primeira vez na Billboard 200), parou. As orquestrações continuam presentes, mas de uma forma muito mais contida e o que encontramos durante toda a audição é uma tentativa de equilibrar um som mais agressivo com melodias fáceis do pop, procurando tornar o Within Temptation mais acessível para os ditos “fãs normais”. Funciona? Nem sempre. “Let Us Burn”, com elementos eletrônicos e refrão grudento, “Dangerous”, com riffs pesados e um dueto empolgante de Sharon com Howard Jones (ex-Killswitch Engage) ou “Tell Me Why”, a mais pesada do álbum, entram no grupo das que funcionam muito bem. Já “Edge of the World”, com algo de Florence and the Machine (influência que surge novamente em “Dog Days”), “Covered by Roses”, que não empolga muito e principalmente, a descaradamente pop e constrangedora (para um fã de Metal) “Whole World Is Watching”, que conta com a participação de David Pirner (Soul Asylum), ficam no grupo das faixas desnecessárias. Já “Silver Moon” soa mais tradicional ao estilo da banda e se destaca em Hydra, chegando a contar com os vocais guturais de Robert Westerholt (G), que são sempre bem vindos. 
Deixei aqui duas músicas para comentar por último, pois ambas vão gerar discussões acaloradas. A primeira e certamente a mais polêmica, se trata de “And we Run”, que conta com a participação do rapper Xzibit, muito popular no mercado americano, foco principal da banda nos dias de hoje. Se você é desses que possui a cabeça aberta, vai achar a mesma moderna e ousada e fatalmente gostar. Agora, se você é daqueles mais puristas, vai abominá-la. Deixo para que o ouvinte a julgue. Já “Paradise (What About Us?)” era tranquilamente a faixa mais esperada de Hydra, pois desde o início sabia-se que a mesma contaria com um dueto de Sharon den Adel com ninguém menos que Tarja. Sei que vou comprar briga com muita gente ao dizer isso, mas me decepcionei profundamente com essa faixa. Claro, o dueto ficou belíssimo, as duas são muito talentosas, mas a música em si é absurdamente genérica, sem um pingo de inspiração. Realmente achei broxante.
Obstante o ótimo trabalho das guitarras em Hydra, pois estão até bem pesadas e agressivas, esse é o disco mais acessível do Within Temptation. Na sua busca por uma nova sonoridade, mesclaram perigosamente o Metal com o Pop, o que acabou por gerar alguns momentos totalmente desnecessários aqui. É um crime fazer essa mistura? Não, nada contra, mas bandas como o Amaranthe o fazem de forma muito mais competente. Mais um passo a frente e viram Pop de vez.

NOTA: 7,0











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